Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
4 participantes
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
Meus caros concidadãos republicanos, portuguesas e portugueses, tenho a confessar-vos que, apesar da enorme estima e mesmo carinho que individualmente sinto por cada um de vós, odeio o povo! Não posso com o povo! Quero, até, que o povo vá morrer longe! De facto, se cada um de nós perguntar a si mesmo quem tem vindo, paulatinamente, a dar cabo deste país, a única resposta que obtemos, com a segurança de um facto ou com a lógica de uma equação matemática, é esta: é o povo que nos tem vindo a fazer a vida negra e desesperada...
Hoje discutimos quem tem razão em qualquer dos assuntos que abordamos. Dos mais importantes, como o que opõe o senhor Carlos Queiroz ao senhor Laurentino Dias, como aos mais insignificantes, como o que opõe o senhor Sócrates ao senhor Passos Coelho. Cada um tem as suas preferências, como é próprio de uma república democrática; cada qual defende as suas opiniões, mas apenas uma coisa é certa: o povo tem culpa!
Vejamos: Quem elegeu Cavaco? O povo!
Quem elegeu José Sócrates? O povo!
Quem quer dar o poder a Passos Coelho? O povo!
Quem quer que Sócrates lá fique? O povo!
Quem enche os estádios de futebol a chamar nomes a uns e a outros? O povo!
Quem aceita pacificamente a taxa de desemprego, a taxa do IRS, a taxa municipal e até a taxa da RTP, sem protesto? O povo!
O povo, deixem que vos diga, é uma besta quadrada. O povo quer uma coisa e o seu contrário, nunca está de acordo com qualquer medida e é muito irritante quando faz greve ou nas alturas em que enche as praias de gente e as estradas de carros. O povo suja as ruas, trata mal os empregados de café, enche os autocarros e o metropolitano, não para nas passadeiras, cospe no chão, é malcriado.
Há quem diga que, apesar de tudo, o povo é feliz, amigo, hospitaleiro... Não sei... O povo pode ser tudo. O povo é uma linha que vai da melguice de um emplastro atrás da personalidade que está a ser entrevistada na televisão, até à melguice do senhor Duque de Bragança e putativa Alteza Real, passando por coisas tão más como os discursos do senhor Ricardo Rodrigues no Parlamento ou os juristas que fizeram o projeto de revisão do PSD.
Não fosse o povo, o país estava muito melhor. O povo não trabalha ou trabalha e ganha pouco. O povo endivida-se, o povo não quer pagar autoestradas, o povo quer entrar nas universidades sem fazer o liceu, o povo quer um orçamento, mas não quer que o orçamento seja aprovado, o povo, enfim, meus caros concidadãos, atrapalha!
É esta a verdade: O povo atrapalha!
Proponho, por isso, que a nossa República deixe de ter povo. Façamo-nos espanhóis, italianos, franceses, alemães ou dinamarqueses, de tal forma que voltemos a dar bom nome ao país. Portugal tem paisagens fantásticas, praias magníficas, monumentos interessantes, clima extraordinário, infraestruturas importantes, serviços bastante aceitáveis... Portugal é, enfim, um magnífico lugar. Quem dá cabo disto é o povo, os portugueses. Imaginem este sítio sem cada um de nós - só com tipos decentes...
Ah, que maravilhoso rincão seria! Um exemplo para o mundo, um farol da civilização. Se dizem que a República se fez em nome do povo, façam-na em nome de outra coisa qualquer. Por mim, estou disposto a ser croata...
Comendador Marques de Correia
Texto publicado na edição da Única de 2 de outubro de 2010
Hoje discutimos quem tem razão em qualquer dos assuntos que abordamos. Dos mais importantes, como o que opõe o senhor Carlos Queiroz ao senhor Laurentino Dias, como aos mais insignificantes, como o que opõe o senhor Sócrates ao senhor Passos Coelho. Cada um tem as suas preferências, como é próprio de uma república democrática; cada qual defende as suas opiniões, mas apenas uma coisa é certa: o povo tem culpa!
Vejamos: Quem elegeu Cavaco? O povo!
Quem elegeu José Sócrates? O povo!
Quem quer dar o poder a Passos Coelho? O povo!
Quem quer que Sócrates lá fique? O povo!
Quem enche os estádios de futebol a chamar nomes a uns e a outros? O povo!
Quem aceita pacificamente a taxa de desemprego, a taxa do IRS, a taxa municipal e até a taxa da RTP, sem protesto? O povo!
O povo, deixem que vos diga, é uma besta quadrada. O povo quer uma coisa e o seu contrário, nunca está de acordo com qualquer medida e é muito irritante quando faz greve ou nas alturas em que enche as praias de gente e as estradas de carros. O povo suja as ruas, trata mal os empregados de café, enche os autocarros e o metropolitano, não para nas passadeiras, cospe no chão, é malcriado.
Há quem diga que, apesar de tudo, o povo é feliz, amigo, hospitaleiro... Não sei... O povo pode ser tudo. O povo é uma linha que vai da melguice de um emplastro atrás da personalidade que está a ser entrevistada na televisão, até à melguice do senhor Duque de Bragança e putativa Alteza Real, passando por coisas tão más como os discursos do senhor Ricardo Rodrigues no Parlamento ou os juristas que fizeram o projeto de revisão do PSD.
Não fosse o povo, o país estava muito melhor. O povo não trabalha ou trabalha e ganha pouco. O povo endivida-se, o povo não quer pagar autoestradas, o povo quer entrar nas universidades sem fazer o liceu, o povo quer um orçamento, mas não quer que o orçamento seja aprovado, o povo, enfim, meus caros concidadãos, atrapalha!
É esta a verdade: O povo atrapalha!
Proponho, por isso, que a nossa República deixe de ter povo. Façamo-nos espanhóis, italianos, franceses, alemães ou dinamarqueses, de tal forma que voltemos a dar bom nome ao país. Portugal tem paisagens fantásticas, praias magníficas, monumentos interessantes, clima extraordinário, infraestruturas importantes, serviços bastante aceitáveis... Portugal é, enfim, um magnífico lugar. Quem dá cabo disto é o povo, os portugueses. Imaginem este sítio sem cada um de nós - só com tipos decentes...
Ah, que maravilhoso rincão seria! Um exemplo para o mundo, um farol da civilização. Se dizem que a República se fez em nome do povo, façam-na em nome de outra coisa qualquer. Por mim, estou disposto a ser croata...
Comendador Marques de Correia
Texto publicado na edição da Única de 2 de outubro de 2010
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
Eu, na qualidade de povo, protesto.....
Viriato- Pontos : 16657
Re: Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
eu é mais pro Testo e Coelho no tacho pah
Vitor mango- Pontos : 118184
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
.
Eu, na minha qualidade de pato, achei o texto delicioso e o humor muito interessante...
Pelo menos, não faz referência a patos assados, com arroz ou outros...
Eu, na minha qualidade de pato, achei o texto delicioso e o humor muito interessante...
Pelo menos, não faz referência a patos assados, com arroz ou outros...
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Um dia, se apanho este povo a jeito, nem sei o que lhe faço, tal é a forma como ele nos trata
Vitor mango escreveu:
biba o POBO carago
o link perdeu-se nao me perguntem porque
Vitor mango- Pontos : 118184
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos