Pé dentro, pé fora
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Pé dentro, pé fora
Pé dentro, pé fora
O PSD tem de se decidir: ou defende a política de austeridade ou a expansionista. Não pode é tentar ficar em cima do muro. Nem fingir que não tem responsabilidades no estado a que chegámos. Isto não começou há cinco anos.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
Ou se acha que a política de austeridade é a solução para sair desta crise ou se acha, como eu e muitos acham, que esta é a cura que nos vais matar. Deste ponto de vista, percebe-se mal a posição que o PSD mantém. Por tudo o que têm dito os dirigentes deste partido, eles pensam que a política recessiva é a solução que resta, não só para Portugal mas para toda a Europa. Têm assim a obrigação de ser coerentes e dar o corpo ao manifesto pelas suas convicções. O que não é justo é berrarem por uma coisa e, na hora da verdade, porem-se de fora da coisa.
O que diz Pedro Passos Coelho é que quer cortes draconianos mas não quer o aumento de impostos. Isto no momento em que, sem qualquer margem para dúvidas, se propõe um enorme corte nas despesas do Estado para chegar ao défice desejado. E se assim é, Passos Coelho tem obrigação de dizer onde vai buscar o dinheiro para cumprir a meta que ele próprio defende. Como já se foi aos salários dos funcionários públicos, só resta um item dos dois suficientemente relevantes para compensar um não aumento dos impostos: as pensões e reformas. Tudo o resto não chegaria a curto prazo. É isso que deseja?
Não vale a pena fazer birras. Se o PSD não viabilizar o orçamento criará um problema insanável: vamos para duodécimos. Não se aplica nem uma política de estímulo à economia nem uma política de fortes cortes orçamentais. Consegue-se assim o pior dos dois mundos.
O PSD tem de decidir de que lado está. Ou dos cortes defendidos por Bruxelas, e paga a factura política deste suicídio, ou de políticas expansionistas na Europa para sair da crise, e bate-se por isso mesmo. Em cima do muro é que não dá para ficar.
Uma coisa é certa: se Passos Coelho decidir inviabilizar um Orçamento que, no essencial, corresponde à sua linha económica para o País e para a Europa, estará a cometer um suicídio. O governo ficará em gestão até Maio e não teremos orçamento. Tudo o que a partir daí acontecer ser-lhe-á imputado por José Sócrates. E bem pode esquecer qualquer possibilidade de chegar ao poder. Terá salvo Sócrates de uma morte política segura.
A situação do PSD é injusta? Nem por isso. O PSD apoiou, com o PS, o consenso europeu que nos trouxe até aqui. Bateu-se pela impossibilidade do BCE apoiar directamente as economias europeias, pela absurda arquitectura institucional do euro, pela liberdade absoluta dos mercados financeiros e pelos tratados em vigor. Achou que debater a Europa não era necessário e que bastavam juras de amor a um europeísmo sem conteúdo. E teve um papel central na construção do modelo de desenvolvimento que alcatroou e financializou a nossa economia, sem que sobrassem actividades produtivas com capacidade exportadora. Foi o bloco central, e não apenas Sócrates, que nos colocou neste beco sem saída. Não está na altura do PSD se pôr de fora do buraco em que nos enfiaram os dois.
O PSD tem de se decidir: ou defende a política de austeridade ou a expansionista. Não pode é tentar ficar em cima do muro. Nem fingir que não tem responsabilidades no estado a que chegámos. Isto não começou há cinco anos.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
Ou se acha que a política de austeridade é a solução para sair desta crise ou se acha, como eu e muitos acham, que esta é a cura que nos vais matar. Deste ponto de vista, percebe-se mal a posição que o PSD mantém. Por tudo o que têm dito os dirigentes deste partido, eles pensam que a política recessiva é a solução que resta, não só para Portugal mas para toda a Europa. Têm assim a obrigação de ser coerentes e dar o corpo ao manifesto pelas suas convicções. O que não é justo é berrarem por uma coisa e, na hora da verdade, porem-se de fora da coisa.
O que diz Pedro Passos Coelho é que quer cortes draconianos mas não quer o aumento de impostos. Isto no momento em que, sem qualquer margem para dúvidas, se propõe um enorme corte nas despesas do Estado para chegar ao défice desejado. E se assim é, Passos Coelho tem obrigação de dizer onde vai buscar o dinheiro para cumprir a meta que ele próprio defende. Como já se foi aos salários dos funcionários públicos, só resta um item dos dois suficientemente relevantes para compensar um não aumento dos impostos: as pensões e reformas. Tudo o resto não chegaria a curto prazo. É isso que deseja?
Não vale a pena fazer birras. Se o PSD não viabilizar o orçamento criará um problema insanável: vamos para duodécimos. Não se aplica nem uma política de estímulo à economia nem uma política de fortes cortes orçamentais. Consegue-se assim o pior dos dois mundos.
O PSD tem de decidir de que lado está. Ou dos cortes defendidos por Bruxelas, e paga a factura política deste suicídio, ou de políticas expansionistas na Europa para sair da crise, e bate-se por isso mesmo. Em cima do muro é que não dá para ficar.
Uma coisa é certa: se Passos Coelho decidir inviabilizar um Orçamento que, no essencial, corresponde à sua linha económica para o País e para a Europa, estará a cometer um suicídio. O governo ficará em gestão até Maio e não teremos orçamento. Tudo o que a partir daí acontecer ser-lhe-á imputado por José Sócrates. E bem pode esquecer qualquer possibilidade de chegar ao poder. Terá salvo Sócrates de uma morte política segura.
A situação do PSD é injusta? Nem por isso. O PSD apoiou, com o PS, o consenso europeu que nos trouxe até aqui. Bateu-se pela impossibilidade do BCE apoiar directamente as economias europeias, pela absurda arquitectura institucional do euro, pela liberdade absoluta dos mercados financeiros e pelos tratados em vigor. Achou que debater a Europa não era necessário e que bastavam juras de amor a um europeísmo sem conteúdo. E teve um papel central na construção do modelo de desenvolvimento que alcatroou e financializou a nossa economia, sem que sobrassem actividades produtivas com capacidade exportadora. Foi o bloco central, e não apenas Sócrates, que nos colocou neste beco sem saída. Não está na altura do PSD se pôr de fora do buraco em que nos enfiaram os dois.
Viriato- Pontos : 16657
Re: Pé dentro, pé fora
Uma coisa é certa: se Passos Coelho decidir inviabilizar um Orçamento que, no essencial, corresponde à sua linha económica para o País e para a Europa, estará a cometer um suicídio. O governo ficará em gestão até Maio e não teremos orçamento. Tudo o que a partir daí acontecer ser-lhe-á imputado por José Sócrates. E bem pode esquecer qualquer possibilidade de chegar ao poder. Terá salvo Sócrates de uma morte política segura.
Realmente, o menino-prodígio do PSD não pára um momento para pensar e deixar de se colocar em situações ridículas como a actual birra orçamental. Será que ainda não viu que o eleitorado o vai penalizar, como aliás se está a verificar pelas sondagens, fazendo subir os partidos ditos periféricos? E que não consegue diminuir Sócrates, tanto quanto desejaria?
O PM agradece.
Ainda ontem, creio que em Vila Verde, um anónimo lhe dizia, que era preciso "ter lata", para vir com aquela conversa (PC culpava apenas o PS pela situação). E de quantos mais não terá já ouvido piropos semelhantes...
Penso que ele anda a dar o seu showzinho inútil de visibilidade e acabará optando pela viabilização, também porque no horizonte se perfila o perigo do CDS avançar com o "interesse nacional" e ser ele a garantir o próximo orçamento, roubando-lhe o protagonismo.
És que Pedrito II puéde no créer en brujas, pero que las hay... las hay!
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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