“Dentro do Governo há sensação de fim de ciclo”

“Dentro do Governo há sensação de fim de ciclo”

Marco António Costa, Vice-presidente do PSD, falou ao CM sobre entrevista de Luís Amado a defender uma coligação.

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Por:Sandra Rodrigues dos Santos
Correio da Manhã – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, afirmou que o País precisa de uma coligação já. Como entende estas declarações?
Marco António Costa – A meu ver essas afirmações são deslocadas, porque neste momento o importante é concluir todo o processo orçamental. Isto é estar a criar ruído à volta daquilo que é essencial e que é a aprovação do Orçamento do Estado para 2011 na Assembleia da República e uma boa execução do mesmo. Foi para isso que nós permitimos a viabilização da proposta de Orçamento e é isso que é importante neste momento.
– Se surgisse uma possibilidade concreta de o PSD se juntar ao PS numa coligação governamental nesta altura, o PSD estaria disposto a aceitar?
– Nesta altura é desajustado discutir essas matérias que estão desfasadas e que retiram visibilidade àquilo que é prioritário face à realidade com que o País se depara e que, reforço, é a conclusão de todo o processo orçamental para o próximo ano.
– Como vê, então, que o ministro tenha escolhido este momento para fazer essas declarações?
– Para mim toda esta agitação é muito estranha.
– Em todo o caso, esta afirmação deixa transparecer que poderão existir algumas divergências no seio do Governo? – Os portugueses começam a ter a sensação e a aperceberem-se de que dentro do Governo há uma sensação de fim de ciclo. O Governo já não disfarça e nem tão pouco consegue esconder as divergências entre ministros e secretários de Estado e o primeiro-ministro. Mas este não é o único sinal, há outros sinais. O PSD já tem defendido por várias vezes que no actual momento é necessário que haja uma ruptura com o modelo económico vigente no País e essa ruptura não se coaduna com as políticas que têm sido seguidas pelo Partido Socialista.