Banco Europeu de Investimentos quer ajudar Portugal a evitar recessão
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Banco Europeu de Investimentos quer ajudar Portugal a evitar recessão
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11h54m
O Banco Europeu de Investimentos quer ajudar os países da zona euro em crise orçamental, incluindo Portugal, a evitar a recessão, emprestando-lhes a quota-parte de 40% dos fundos estruturais que lhes compete investir.
"Queremos ajudar a aplicar de forma mais eficaz os recursos dos fundos estruturais nos países em crise", disse hoje o vice-presidente, do BEI, Matthias Kollatz-Ahnen, ao jornal alemão de economia Handelblatt.
O objectivo é permitir um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) entre dois e três% nos países afectados, "para atenuar, pelo menos, os efeitos negativos dos programas de austeridade sobre o crescimento económico", explicou Kollatz-Ahnen.
Segundo as previsões de vários organismos internacionais, Portugal poderá entrar em recessão em 2011, e ter uma queda de 1% do PIB.
Além disso, tal como a Grécia e a Irlanda, os outros dois países que já recorreram a fundos europeus e do FMI para evitar a bancarrota, têm um desemprego acima dos 10%.
Os rigorosos programas de austeridade aprovados para combater a crise impedem, no entanto, que o país solicite verbas dos fundos estruturais, porque para isso o Estado teria de custear 40% dos investimentos a financiá-los através dos referidos fundos, cabendo ao BEI os restantes 60%.
Os fundos estruturais e o fundo de coesão, segunda maior parcela do orçamento comunitário, com 348 mil milhões de euros (cerca de 35%) disponibilizados para o período 2007-2013, foram criados para corrigir gradualmente as diferenças entre as economias mais fortes e as economias mais fracas da União Europeia.
No referido quadro financeiro, foram atribuídos a Portugal 25,8 mil milhões de euros, que só poderão ser plenamente reclamados, no entanto, se o país conseguir as verbas necessárias para cumprir a sua quota parte nos investimentos destinados a corrigir atrasos estruturais.
É aqui que entra o BEI, agora disposto a emprestar o dinheiro para financiar as quotas nacionais, segundo Kollatz-Ahnen.
Para isso, o banco com sede no Luxemburgo "está a mobilizar cada vez mais meios", adiantou o mesmo responsável.
Portugal recebeu já um primeiro empréstimo de 1,5 mil milhões de euros para projectos associados aos fundos estruturais, sobretudo nas áreas da energia e do transporte de mercadorias, referiu Kollatz-Ahnen.
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, já tinha afirmado também que é preciso orientar os fundos estruturais para fomentar o crescimento e a competitividade.
O BEI adverte, no entanto, contra a ideia de abdicar do co-financiamento de projectos da responsabilidade de países com dificuldades orçamentais, para que o banco assuma a totalidade dos investimentos.
"Empréstimos são melhores do que presentes", disse Kollatz-Ahnen, lembrando, por exemplo, que as elevadas verbas investidas no leste da Alemanha, depois da reunificação do país, causaram alguns investimentos ruinosos, como a construção de estações de decantação e pólos industriais desnecessários.
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