AS CASAS DA CML
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AS CASAS DA CML
AS CASAS DA CML, 2
O folhetim das casas da Câmara de Lisboa está para lavar e durar. Deliberadamente, jornais, blogues e outros media confundem habitação social com património disponível. O “património disponível” ronda os quatro mil fogos, porque a Câmara de Lisboa, como provavelmente as outras 307 espalhadas pelo país, recebe 10% dos andares construídos por cooperativas de habitação. Trata-se, diz a CML, de contrapartida pela cedência de terrenos municipais. O folhetim é sobre o “património disponível”, disperso pela cidade, não é sobre habitação social, confinada a bairros próprios. Num ápice, cria-se a lenda dos artistas e jornalistas e escritores (todos de esquerda) com casas da Câmara. E, para ajudar à festa, o cantor Vitorino veio dizer que, sim senhor, a Câmara devia atribuir casas — quiçá datchas — aos “seus” artistas, como (e cito) «se faz em todas as grandes cidades». Não sei se foi ironia. Caso tenha sido, foi muito fina. Nisto tudo, vários equívocos. Em primeiro lugar, mesmo sem números fiáveis disponíveis, tudo indica que a maior parte do património disponível foi atribuído por autarcas da direita: Abecassis, Santana, Carmona e respectivos sequazes (o centrista Pedro Feist, que está na Câmara há mais de 30 anos, foi peremptório a tal respeito), os quais, a fazer fé no eco mediático do assunto, devem ter especial apreço por artistas, jornalistas e escritores de esquerda. Isto, naturalmente, não iliba Soares, Sampaio e Costa. Nem dispensa um regulamento claro. Em segundo lugar, a manipulação dos números: quando se fala de rendas médias de 35 euros, de que é que se está a falar? De habitação social, de fogos para “habitação jovem” ou de fogos do património disponível? É que são três realidades diferentes. Por exemplo, a directora do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo habita uma casa da Câmara, pela qual paga a renda simbólica de 400 euros (em todo o caso cerca de doze vezes superior à tal média). E como ela há mais. Mas 400 euros não são 35 euros. Saber se dirigentes da Administração Pública que ganham mais de dez salários mínimos devem beneficiar de rendas controladas... é outra história. Vejamos: se alguém, há 20 anos, teve direito a alugar uma casa do património disponível, porque a Câmara entendeu que reunia “condições” para tanto, e ainda lá continua, mesmo se essas “condições” mudaram, [hipótese: o dactilógrafo que chega a chefe de divisão] não vejo razão de alarme se, exactamente porque as “condições” mudaram, a Câmara colocar o inquilino sob a alçada da lei do arrendamento urbano, o que implica actualização anual de rendas, nos termos do índice fixado por portaria do governo. É irrelevante que haja artistas, jornalistas e escritores, de esquerda ou de direita, entre os locatários desse património disponível. (Eu, por acaso, só conheço um, precisamente o Baptista-Bastos, transformado, por razões que saltam à vista, na bête-noire da campanha.) Faz-me muito mais confusão que o aluguer desses fogos passe de pais para filhos, como se de propriedade privada se tratasse... Mas nisso ninguém repara. A propósito: não era hoje que Ana Sara Brito dava uma conferência de imprensa para explicar o seu (dela) caso?
Etiquetas: Lisboa, Sociedade
posted by Eduardo Pitta
O folhetim das casas da Câmara de Lisboa está para lavar e durar. Deliberadamente, jornais, blogues e outros media confundem habitação social com património disponível. O “património disponível” ronda os quatro mil fogos, porque a Câmara de Lisboa, como provavelmente as outras 307 espalhadas pelo país, recebe 10% dos andares construídos por cooperativas de habitação. Trata-se, diz a CML, de contrapartida pela cedência de terrenos municipais. O folhetim é sobre o “património disponível”, disperso pela cidade, não é sobre habitação social, confinada a bairros próprios. Num ápice, cria-se a lenda dos artistas e jornalistas e escritores (todos de esquerda) com casas da Câmara. E, para ajudar à festa, o cantor Vitorino veio dizer que, sim senhor, a Câmara devia atribuir casas — quiçá datchas — aos “seus” artistas, como (e cito) «se faz em todas as grandes cidades». Não sei se foi ironia. Caso tenha sido, foi muito fina. Nisto tudo, vários equívocos. Em primeiro lugar, mesmo sem números fiáveis disponíveis, tudo indica que a maior parte do património disponível foi atribuído por autarcas da direita: Abecassis, Santana, Carmona e respectivos sequazes (o centrista Pedro Feist, que está na Câmara há mais de 30 anos, foi peremptório a tal respeito), os quais, a fazer fé no eco mediático do assunto, devem ter especial apreço por artistas, jornalistas e escritores de esquerda. Isto, naturalmente, não iliba Soares, Sampaio e Costa. Nem dispensa um regulamento claro. Em segundo lugar, a manipulação dos números: quando se fala de rendas médias de 35 euros, de que é que se está a falar? De habitação social, de fogos para “habitação jovem” ou de fogos do património disponível? É que são três realidades diferentes. Por exemplo, a directora do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo habita uma casa da Câmara, pela qual paga a renda simbólica de 400 euros (em todo o caso cerca de doze vezes superior à tal média). E como ela há mais. Mas 400 euros não são 35 euros. Saber se dirigentes da Administração Pública que ganham mais de dez salários mínimos devem beneficiar de rendas controladas... é outra história. Vejamos: se alguém, há 20 anos, teve direito a alugar uma casa do património disponível, porque a Câmara entendeu que reunia “condições” para tanto, e ainda lá continua, mesmo se essas “condições” mudaram, [hipótese: o dactilógrafo que chega a chefe de divisão] não vejo razão de alarme se, exactamente porque as “condições” mudaram, a Câmara colocar o inquilino sob a alçada da lei do arrendamento urbano, o que implica actualização anual de rendas, nos termos do índice fixado por portaria do governo. É irrelevante que haja artistas, jornalistas e escritores, de esquerda ou de direita, entre os locatários desse património disponível. (Eu, por acaso, só conheço um, precisamente o Baptista-Bastos, transformado, por razões que saltam à vista, na bête-noire da campanha.) Faz-me muito mais confusão que o aluguer desses fogos passe de pais para filhos, como se de propriedade privada se tratasse... Mas nisso ninguém repara. A propósito: não era hoje que Ana Sara Brito dava uma conferência de imprensa para explicar o seu (dela) caso?
Etiquetas: Lisboa, Sociedade
posted by Eduardo Pitta
O dedo na ferida- Pontos : 0
Re: AS CASAS DA CML
ALEM de nao produzirem NADA, VIVEM de escandalos!!! ODIOS!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: AS CASAS DA CML
Correio-Expresso: as casas da Câmara
Amanhã, o Expresso vai publicar a lista de todos os artistas que, nos últimos trinta anos, receberam as famosas casas da Câmara Municipal de Lisboa com rendas baixas. Confesso que este ciclo de denúncia e indignação começa a preocupar-me. Não porque os acontecimentos sejam inócuos, mas porque muitas vezes, em casos semelhantes, paga o justo pelo pecador. Um nome na dita lista pode não significar nada (parafraseando Shakespeare: o que é um nome numa lista?).
O próprio Expresso o reconhece quando diz ser compreensível que as autarquias queiram fixar agentes culturais no território do concelho. O importante é saber quais os critérios de uma tal política de habitação, se respeitam escrupulosamente a lei e se obedecem a princípios de justiça relativa. E isto só se avalia caso a caso, não em "listas" colectivas.
Assim como o filme está anunciado, temo que a opinião pública não distinga protagonistas e figurantes. Boa receita, como sempre, para diluir responsabilidades.
O Cachimbo de Magritte
Amanhã, o Expresso vai publicar a lista de todos os artistas que, nos últimos trinta anos, receberam as famosas casas da Câmara Municipal de Lisboa com rendas baixas. Confesso que este ciclo de denúncia e indignação começa a preocupar-me. Não porque os acontecimentos sejam inócuos, mas porque muitas vezes, em casos semelhantes, paga o justo pelo pecador. Um nome na dita lista pode não significar nada (parafraseando Shakespeare: o que é um nome numa lista?).
O próprio Expresso o reconhece quando diz ser compreensível que as autarquias queiram fixar agentes culturais no território do concelho. O importante é saber quais os critérios de uma tal política de habitação, se respeitam escrupulosamente a lei e se obedecem a princípios de justiça relativa. E isto só se avalia caso a caso, não em "listas" colectivas.
Assim como o filme está anunciado, temo que a opinião pública não distinga protagonistas e figurantes. Boa receita, como sempre, para diluir responsabilidades.
O Cachimbo de Magritte
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: AS CASAS DA CML
Pensava que já tinha lido este artigo por aqui, mas afinal foi no Jumento
VÃO BATER A OUTRA PORTA
DN
VÃO BATER A OUTRA PORTA
«Na semana que passou fui copiosamente nomeado. Não por ter editado um novo livro. Não por ter escrito um rude artigo contra alguém, ou um elogio a quem o mereceu. Apenas porque, há 11 anos, sou inquilino da Câmara Municipal de Lisboa. As "notícias" vindas a lume traem o étimo da palavra: nenhuma novidade comportam. Por três ou quatro vezes, em crónicas amenas, confessei-me arrendatário municipal, como outras dezenas, senão centenas, de pessoas. E há os ateliês dos Coruchéus; os de Belém. Cedidos, como em toda a Europa, a artistas, que não vivem propriamente na penúria. Sem esquecer o Bairro dos Jornalistas, em Alfragide, construído com grandes apoios municipais. Durante umas outras eleições municipais, um sisudo e monótono semanário quis saber do assunto. Embora preserve, com feroz esmero, a minha vida privada, esclareci a senhora que perguntava. Repetiu-se, agora, a dose. Habituei-me à manipulação (porque de manipulação se trata), tocado da leve rabugice que a reincidência me provoca e a idade justifica. O que se publicou está eivado de inexactidões, de omissões e de insídia. Este jornalismo húmido e pegajoso mais parece um livro de encargos sujos do que a função de origem. Um só facto: o meu senhorio é, realmente, o Município. De resto, nada de ilegal, nada de imoral. E muito menos a retribuição de "pequenos favores". Há homens que arrastam consigo a polémica ou a ignomínia. Pertenço ao primeiro grupo. E de ignomínias possuo uma lista cada vez mais acrescida. Como o registo das coisas acompanha sempre o sentido das intenções - sei muito bem de onde e de quem partem estas periódicas atoardas. Ser livre é muito difícil.»
DN
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: AS CASAS DA CML
ARTISTA que morre na MISERIA e porque o POVO nao acha que e ARTE!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: AS CASAS DA CML
RONALDO ALMEIDA escreveu:ARTISTA que morre na MISERIA e porque o POVO nao acha que e ARTE!!!
MILHARES DE BONS homens das artes morreram na miseria
Olhe
Por exemplo maximo de Portugal
Camões
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: AS CASAS DA CML
ARTE que tem que ser subsidiada pelo ESTADO, nao e ARTE!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: AS CASAS DA CML
RONALDO ALMEIDA escreveu:ARTE que tem que ser subsidiada pelo ESTADO, nao e ARTE!!
porque ?
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: AS CASAS DA CML
PORQUE NAO E POPULAR. e elitista!!! A MISSAO do ESTADO nao e subsidiar casas para artistas!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: AS CASAS DA CML
ISSO deve SEMPRE vir dos PRIVADOS ou de artistas BEM SUCEDIDOS!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: AS CASAS DA CML
Espere pela dita lista, que é publicada amanhã, para ver quantos fogos dos quase 4000 que são pertença do município estão ALUGADOS, a artistas???????
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: AS CASAS DA CML
E só mais uma achega, este é mais um tópico onde se pode comprovar que respondes ser ler os post's publicados!!!!!!!!!!!!
ricardonunes- Pontos : 3302
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