A i-confissão é boato da Apple
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A i-confissão é boato da Apple
A i-confissão é boato da Apple
por FERREIRA FERNANDES
Durante 24 horas planou a notícia de que a Igreja Católica tinha mordiscado a maçã do pecado electrónico. Anteontem, o iPhone, da Apple (a da marca com a maçã provocadora), anunciou um novo produto: "Confissão: Uma Ferramenta Católica Romana". Com um software testado por padres e até abençoado por um bispo do estado de Indiana, Estados Unidos. Logo surgiu um boato: para o seu mais secreto ritual, a Igreja abdicava de intermediar, a coisa passava a ser só entre o crente e a máquina. Com a nova aplicação do iPhone (barata, não chegava aos dois dólares), já não se confessava, mandava-se uma espécie de sms? Já não se perdoavam os pecados, fazia-se delete? Já não haveria penitências, bastava recarregar o cartão? Fiéis com a consciência mais pesada já se perguntavam se iria haver no mercado produtos com gigabytes extra de memória... Homens de fé a mais no progresso! Ontem, a milenar Igreja Católica - a sede da firma, em Roma - veio recolocar a confissão no seu habitual lugar, o confessionário. Ninguém se confessa por iPhone: o sacramento continua a precisar do binómio crente/sacerdote. O tal novo produto da Apple, "Confissão", é só uma ajuda no tradicional "exame de consciência." No fundo, um recordar electrónico dos pecados descritos nos Dez Mandamentos. A única novidade passa a ser esta: "E que pecados cometeste, meu filho?" - "Padre, não sei, estou sem bateria."
por FERREIRA FERNANDES
Durante 24 horas planou a notícia de que a Igreja Católica tinha mordiscado a maçã do pecado electrónico. Anteontem, o iPhone, da Apple (a da marca com a maçã provocadora), anunciou um novo produto: "Confissão: Uma Ferramenta Católica Romana". Com um software testado por padres e até abençoado por um bispo do estado de Indiana, Estados Unidos. Logo surgiu um boato: para o seu mais secreto ritual, a Igreja abdicava de intermediar, a coisa passava a ser só entre o crente e a máquina. Com a nova aplicação do iPhone (barata, não chegava aos dois dólares), já não se confessava, mandava-se uma espécie de sms? Já não se perdoavam os pecados, fazia-se delete? Já não haveria penitências, bastava recarregar o cartão? Fiéis com a consciência mais pesada já se perguntavam se iria haver no mercado produtos com gigabytes extra de memória... Homens de fé a mais no progresso! Ontem, a milenar Igreja Católica - a sede da firma, em Roma - veio recolocar a confissão no seu habitual lugar, o confessionário. Ninguém se confessa por iPhone: o sacramento continua a precisar do binómio crente/sacerdote. O tal novo produto da Apple, "Confissão", é só uma ajuda no tradicional "exame de consciência." No fundo, um recordar electrónico dos pecados descritos nos Dez Mandamentos. A única novidade passa a ser esta: "E que pecados cometeste, meu filho?" - "Padre, não sei, estou sem bateria."
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