O terrorista intelectual
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O terrorista intelectual
O terrorista intelectual
por JOÃO CÉU E SILVA, EM MILÃO (TEXTO E FOTOS)Hoje
Umberto Eco ficou mundialmente famoso com 'O Nome da Rosa'. Trinta anos
depois, acusam-no de ser anti-semita no último romance. Ele nega...
O próximo romance do escritor
italiano Umberto Eco é o mais polémico que já escreveu. Anti-semita tem
sido o rótulo mais suave que foi colado a esta espécie de folhetim ao
estilo de Alexandre Dumas, em que ao longo das mais de 500 páginas de O
Cemitério de Praga destila o pensamento de outras épocas sobre os judeus
pela voz de uma única personagem inventada - o capitão Simone Simonini -
e de algumas dezenas de figuras verdadeiras - entre as quais os judeus
Fröide (Freud) e Marsh (Marx) - que foi desenterrar à história e à
literatura.Ao mesmo tempo, desenterra também uma das maiores
farsas em documentos históricos forjados, o Protocolo dos Sábios do
Sião, cuja autoria é atribuída aos judeus, que o terão preparado num
encontro no cemitério de Praga que dá título ao livro. Para além
das diatribes atribuídas a este povo, há mais duas instituições
envolvidas nessa tríade de blasfémias: a dos jesuítas e a dos maçons.
Basta ver as palavras com que descreve a dado passo a Ordem de Jesus
para entender o que diz sobre as outras duas: "Os jesuítas são maçons
vestidos de mulher." Para os judeus haverá a seguinte definição, entre
dezenas: "O hebreu sente-se pelo mau cheiro, que os ajuda a
reconhecerem-se, por estes e outros sinais, como acontece com os
pederastas." E, para a maçonaria, as maquinações habituais.Não
será por acaso que o autor do romance histórico unanimemente reconhecido
a nível planetário por mais de 20 milhões de exemplares impressos, O
Nome da Rosa, resolve pôr no fim do volume umas "Inúteis explicações
eruditas". Aí irá explicar que a única personagem inventada é o
protagonista Simonini, mas que todas as outras "existiram realmente e
fizeram e disseram as coisas que fazem e dizem neste romance". Esclarece
ainda: "Também para figuras que aparecem com o nome fictício apenas
porque, por economia narrativa, fiz dizer a uma pessoa (inventada)
aquilo que, de facto, fora dito por duas (historicamente reais). Para
evitar equívocos, Umberto Eco deixa também nas últimas páginas uma
cronologia na qual elenca os factos e os autores em que tiveram origem
as "maledicências" que pôs neste Cemitério.Equívocos, aliás, é o
que não tem faltado a Umberto Eco, e que vêm de todos os sectores da
sociedade. A Igreja, que quase só se vê beliscada no que respeita ao um
dos seus papas, veio logo criticar duramente o livro no jornal do
Vaticano através de um artigo da especialista Lucetta Scaraffia, em que
definia o romance como "aborrecido e de difícil leitura". Por seu lado, o
rabi de Roma, Riccardo Di Segni, também não se ficou por palavras
brandas e considera O Cemitério de Praga "pouco científico" e apreciou
muito pouco a criatividade literária do escritor no que toca à realidade
histórica.
por JOÃO CÉU E SILVA, EM MILÃO (TEXTO E FOTOS)Hoje
Umberto Eco ficou mundialmente famoso com 'O Nome da Rosa'. Trinta anos
depois, acusam-no de ser anti-semita no último romance. Ele nega...
O próximo romance do escritor
italiano Umberto Eco é o mais polémico que já escreveu. Anti-semita tem
sido o rótulo mais suave que foi colado a esta espécie de folhetim ao
estilo de Alexandre Dumas, em que ao longo das mais de 500 páginas de O
Cemitério de Praga destila o pensamento de outras épocas sobre os judeus
pela voz de uma única personagem inventada - o capitão Simone Simonini -
e de algumas dezenas de figuras verdadeiras - entre as quais os judeus
Fröide (Freud) e Marsh (Marx) - que foi desenterrar à história e à
literatura.Ao mesmo tempo, desenterra também uma das maiores
farsas em documentos históricos forjados, o Protocolo dos Sábios do
Sião, cuja autoria é atribuída aos judeus, que o terão preparado num
encontro no cemitério de Praga que dá título ao livro. Para além
das diatribes atribuídas a este povo, há mais duas instituições
envolvidas nessa tríade de blasfémias: a dos jesuítas e a dos maçons.
Basta ver as palavras com que descreve a dado passo a Ordem de Jesus
para entender o que diz sobre as outras duas: "Os jesuítas são maçons
vestidos de mulher." Para os judeus haverá a seguinte definição, entre
dezenas: "O hebreu sente-se pelo mau cheiro, que os ajuda a
reconhecerem-se, por estes e outros sinais, como acontece com os
pederastas." E, para a maçonaria, as maquinações habituais.Não
será por acaso que o autor do romance histórico unanimemente reconhecido
a nível planetário por mais de 20 milhões de exemplares impressos, O
Nome da Rosa, resolve pôr no fim do volume umas "Inúteis explicações
eruditas". Aí irá explicar que a única personagem inventada é o
protagonista Simonini, mas que todas as outras "existiram realmente e
fizeram e disseram as coisas que fazem e dizem neste romance". Esclarece
ainda: "Também para figuras que aparecem com o nome fictício apenas
porque, por economia narrativa, fiz dizer a uma pessoa (inventada)
aquilo que, de facto, fora dito por duas (historicamente reais). Para
evitar equívocos, Umberto Eco deixa também nas últimas páginas uma
cronologia na qual elenca os factos e os autores em que tiveram origem
as "maledicências" que pôs neste Cemitério.Equívocos, aliás, é o
que não tem faltado a Umberto Eco, e que vêm de todos os sectores da
sociedade. A Igreja, que quase só se vê beliscada no que respeita ao um
dos seus papas, veio logo criticar duramente o livro no jornal do
Vaticano através de um artigo da especialista Lucetta Scaraffia, em que
definia o romance como "aborrecido e de difícil leitura". Por seu lado, o
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brandas e considera O Cemitério de Praga "pouco científico" e apreciou
muito pouco a criatividade literária do escritor no que toca à realidade
histórica.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
Re: O terrorista intelectual
desenterra também uma das maiores
farsas em documentos históricos forjados, o Protocolo dos Sábios do
Sião, cuja autoria é atribuída aos judeus, que o terão preparado num
encontro no cemitério de Praga que dá título ao livro. Para além
das diatribes atribuídas a este povo, há mais duas instituições
envolvidas nessa tríade de blasfémias: a dos jesuítas e a dos maçons.
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Vitor mango- Pontos : 118212
Re: O terrorista intelectual
"O hebreu sente-se pelo mau cheiro, que os ajuda a
reconhecerem-se, por estes e outros sinais, como acontece com os
pederastas."
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