À rasca, talvez, mas com o rabinho lavado com água de malvas
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À rasca, talvez, mas com o rabinho lavado com água de malvas
À rasca, talvez, mas com o rabinho lavado com água de malvas
Rui Herbon
Alguns estudos concluem que os jovens têm, pela primeira vez, menos expectativas que os seus pais com a mesma idade. Não sei em que dados se apoiam estas conclusões, mas é difícil partilhá-las. Os pais de muitos dos nossos jovens conheceram a emigração provocada pela miséria, não puderam escolarizar-se, viveram em habitações que hoje consideraríamos indignas e tiveram que superar dificuldades extremas para sobreviver. Muitos dos que hoje têm 45 anos viveram as crises dos anos 60 como crianças, mas ainda devem reter na memória as provações que passaram e as condições em que os seus pais tiveram que enfrentar aquelas situações.Ter-nos-emos esquecido de tudo isto?
Não se poderá afirmar com segurança que futuro espera os jovens de hoje, mas pode assegurar-se, sem lugar a dúvidas, que o seu presente é muito melhor do que foi o dos seus pais com a mesma idade. Antes falávamos de alfabetização; hoje, de insucesso escolar. Antes o desemprego não era subvencionado ou muito escassamente atendido; hoje discutimos a extensão temporal dos subsídios. Hoje os nossos jovens inquietam-se com o futuro profissional dos seus títulos universitários; não há muitos anos as universidades eram recintos para minorias privilegiadas.
Talvez o problema esteja em que os seus pais se tenham sentido tão satisfeitos por oferecer aos filhos uma qualidade de vida e comodidades das quais eles não puderam desfrutar, que se tenham esquecido de assinalar pedagogicamente o esforço que isso lhes custou. O valor do esforço é resultado de uma acção pedagógica que o ponha em relação com o que hoje se tem. Falar das dificuldades que o futuro possa deparar aos jovens sem indicar que o esforço para superá-las será seguramente inferior ao que os seus pais e avós tiveram que fazer para oferecer-lhes o presente (com condições que ninguém antes teve) é favorecer o desarme moral dessa mesma juventude.
Rui Herbon
Alguns estudos concluem que os jovens têm, pela primeira vez, menos expectativas que os seus pais com a mesma idade. Não sei em que dados se apoiam estas conclusões, mas é difícil partilhá-las. Os pais de muitos dos nossos jovens conheceram a emigração provocada pela miséria, não puderam escolarizar-se, viveram em habitações que hoje consideraríamos indignas e tiveram que superar dificuldades extremas para sobreviver. Muitos dos que hoje têm 45 anos viveram as crises dos anos 60 como crianças, mas ainda devem reter na memória as provações que passaram e as condições em que os seus pais tiveram que enfrentar aquelas situações.Ter-nos-emos esquecido de tudo isto?
Não se poderá afirmar com segurança que futuro espera os jovens de hoje, mas pode assegurar-se, sem lugar a dúvidas, que o seu presente é muito melhor do que foi o dos seus pais com a mesma idade. Antes falávamos de alfabetização; hoje, de insucesso escolar. Antes o desemprego não era subvencionado ou muito escassamente atendido; hoje discutimos a extensão temporal dos subsídios. Hoje os nossos jovens inquietam-se com o futuro profissional dos seus títulos universitários; não há muitos anos as universidades eram recintos para minorias privilegiadas.
Talvez o problema esteja em que os seus pais se tenham sentido tão satisfeitos por oferecer aos filhos uma qualidade de vida e comodidades das quais eles não puderam desfrutar, que se tenham esquecido de assinalar pedagogicamente o esforço que isso lhes custou. O valor do esforço é resultado de uma acção pedagógica que o ponha em relação com o que hoje se tem. Falar das dificuldades que o futuro possa deparar aos jovens sem indicar que o esforço para superá-las será seguramente inferior ao que os seus pais e avós tiveram que fazer para oferecer-lhes o presente (com condições que ninguém antes teve) é favorecer o desarme moral dessa mesma juventude.
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