Terrível justiceiro: um dos maiores portugueses vivos falou por nós, os que não têm voz
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Terrível justiceiro: um dos maiores portugueses vivos falou por nós, os que não têm voz
Terrível justiceiro: um dos maiores portugueses vivos falou por nós, os que não têm voz
Tenho dito e repetido a um dos meus maiores amigos: "emigre já, saia, aqui ninguém respeita ninguém, os espíritos superiores estão condenados a morrer emparedados". Sei do que falo. "Não vale ultrapassar",
é o lema. Os medíocres, os patetas arrogantes, os despenteados mentais,
todos ligados em redes de corrupção, invejosos e impiedosos, não deixam
o ar entrar, matam tudo que tenha duas pernas e mais de 50 cm de
altura.
é o lema. Os medíocres, os patetas arrogantes, os despenteados mentais,
todos ligados em redes de corrupção, invejosos e impiedosos, não deixam
o ar entrar, matam tudo que tenha duas pernas e mais de 50 cm de
altura.
Cansado de ler sobre as politéias
do Sudeste-Asiático, os Reis-Deuses de Angkor e Ayutthaya, levantei-me
da mesa e liguei a televisão. Surgiu-me na pantalha Rentes de Carvalho,
talvez um dos maiores portugueses vivos, que trocou a Holanda por
Portugal para poder continuar a ser português. O homem falou com a
habitual modéstia e simpatia e foi atroador: dissecou o cadáver deste
país, afirmou que vivemos do chupismo, que aceitamos que nos cuspam em
cima conquanto caiam umas moedas, que Portugal devia reaprender a ser
pobre - a boa pobreza, que a há, medieval e espiritualizada, sem jipões e
gente semi-analfabeta metida em fatecos - e afirmou que a revolução
fora um desastre, o politicamente correcto uma infâmia e as inquisições
só mudaram de nome. Em vinte minutos - que não foram censurados, pois
não podiam censurar - empurrou-me para a decisão inabalável de, uma vez
mais, sair. Vale a pena por cá ficar? Sinceramente, não.
do Sudeste-Asiático, os Reis-Deuses de Angkor e Ayutthaya, levantei-me
da mesa e liguei a televisão. Surgiu-me na pantalha Rentes de Carvalho,
talvez um dos maiores portugueses vivos, que trocou a Holanda por
Portugal para poder continuar a ser português. O homem falou com a
habitual modéstia e simpatia e foi atroador: dissecou o cadáver deste
país, afirmou que vivemos do chupismo, que aceitamos que nos cuspam em
cima conquanto caiam umas moedas, que Portugal devia reaprender a ser
pobre - a boa pobreza, que a há, medieval e espiritualizada, sem jipões e
gente semi-analfabeta metida em fatecos - e afirmou que a revolução
fora um desastre, o politicamente correcto uma infâmia e as inquisições
só mudaram de nome. Em vinte minutos - que não foram censurados, pois
não podiam censurar - empurrou-me para a decisão inabalável de, uma vez
mais, sair. Vale a pena por cá ficar? Sinceramente, não.
O
que nos pode amarrar a uma sociedade onde nem as mais elementares
regras da cortesia são respeitadas, onde uma carta oficial não é
respondida, um gesto amável interpretado como um incómodo para quem o
recebe ?
que nos pode amarrar a uma sociedade onde nem as mais elementares
regras da cortesia são respeitadas, onde uma carta oficial não é
respondida, um gesto amável interpretado como um incómodo para quem o
recebe ?
Publicada por
Combustões
em
18.4.11
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Etiquetas:
J. Rentes de Carvalho
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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