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Como uma canção zulu pode pôr em causa o legado de Nelson Mandela

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Como uma canção zulu pode pôr em causa o legado de Nelson Mandela  Empty Como uma canção zulu pode pôr em causa o legado de Nelson Mandela

Mensagem por Vitor mango Sex Abr 22, 2011 1:12 am

Como uma canção zulu pode pôr em causa o legado de Nelson Mandela - vídeo
por Sara Sanz Pinto, Publicado em 22 de Abril de 2011 | Actualizado há 7 horas
Líder da juventude do ANC está a ser julgado por incitar ao racismo depois de cantar em campanha uma velha canção zulu que fala em "disparar contra os boers", os brancos


O líder da juventude do partido no poder na África do Sul, o Congresso Nacional Africano (ANC), Julius Malema, acabou ontem de testemunhar no Supremo Tribunal de Joanesburgo, acusado de incitamento ao racismo. O ano passado, em plena campanha eleitoral, Malema cantou a controversa canção zulu dos tempos do apartheid, "Ayesaba Amagwala", ou os "Cobardes Têm Medo", cuja letra contém a expressão "dubula ibhunu", ou "atirem sobre o boer", palavra que em africânder significa agricultor mas que se generalizou como identificação do branco em geral.

Em muitos países a questão não mereceria especial atenção, mas na África do Sul a cantiga é outra e põe em causa o importante legado de Nelson Mandela, que conseguiu uma transição pacífica do apartheid para uma sociedade democrática multirracial através da contenção do discurso, do refreamento das vinganças e da não segregação dos brancos, convocados para a construção da nova África do Sul. A radicalização do discurso por Malema teve o beneplácito do presidente Jacob Zuma - que lhe deu os parabéns, o tem em grande consideração e o considera um possível sucessor - e de outros líderes do ANC e o apoio mais simbólico da ex-mulher de Mandela, Winnie, que tem aparecido muitas vezes com ele em manifestações públicas.

No seu depoimento em tribunal, o líder da juventude do ANC afirmou que não era uma pessoa agressiva e que a canção não devia ter sido interpretada literalmente naquelas circunstâncias. Enquanto Malema testemunhava, à porta do edifício estavam centenas de manifestantes que consideram as palavras ofensivas para alguns grupos, especialmente para os africânderes e particularmente para os agricultores, podendo incitar à violência ou propagar o ódio. Teme-se sobretudo que a África do Sul possa seguir o caminho do Zimbabué, onde o presidente Robert Mugabe expropriou a terra dos agricultores brancos para as distribuir por alguns negros mais próximos do poder e transformou o país, em tempos um dos maiores exportadores de produtos agrícolas da África austral, num dos mais pobres, onde a fome impera.

O julgamento de Malema, que está ter enorme cobertura mediática no país, é transmitido por ecrãs gigantes colocados no exterior do tribunal. O Afriforum, organização de defesa de direitos humanos que moveu o processo contra o político, exige que Malema peça desculpa aos grupos e indivíduos afectados. Segundo a acusação, o facto de o líder da juventude do ANC falar em nome do povo sul--africano para grandes audiências faz com que as pessoas estejam "tão preocupadas com aquilo que ele faz e diz". Malema negou ser um "agitador" de massas e argumentou que a "canção histórica ainda é relevante para as condições actuais da sua luta". "Enquanto não declararmos que a luta terminou, a canção continua a ser relevante", acrescentou.

Nascido em 1981 e criado pela mãe, solteira, o líder da juventude do ANC foi sempre um aluno medíocre mas um orador impressionante. Malema, que até há pouco tempo vivia de trabalhos em part time, pertence à geração que na altura ainda não tinha maturidade para entender o discurso de Mandela na varanda da Câmara Municipal da Cidade do Cabo, horas depois de ser libertado, em Fevereiro de 1990. "Lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra", disse, após ter estado preso 27 anos.

Desde o início do julgamento, a 11 de Abril, figuras importantes do ANC, incluindo o secretário-geral do partido, o general Gwede Mantashe, defenderam o direito de Malema a cantar a velha canção de protesto. "Trata-se de proteger a história e o património", disse Mantashe, argumentando que a música fazia parte do movimento de libertação sul-africano.



Há um ano, Malema desafiou a ordem do Tribunal e cantou a canção com uma pequena adaptação. Num dos versos manteve a versão original, "Dubula ibhunu" (Atirem sobre o Boer) mas depois cantou "Kiss the Boer" (Beijem o Boer).

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