Médio Oriente: Violência em Gaza e Israel no ponto mais alto dos últimos dois anos

Médio Oriente: Violência em Gaza e Israel no ponto mais alto dos últimos dois anos

Internacional

* 2011-04-22
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Lusa
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A violência em Gaza e Israel atingiu o ponto mais alto dos últimos dois anos, enquanto o processo político se mantém num impasse, afirmou ontem no Conselho de Segurança das Nações Unidas o subsecretário-geral da ONU para os assuntos políticos.

Num debate sobre a situação no Médio Oriente, o subsecretário-geral Lynn Pascoe pediu a Israel um maior esforço para que sejam alcançados progressos no terreno, em particular retirando “medidas de ocupação para coincidir com as realizações da Autoridade Palestiniana”.

A par de levar as duas partes a sentarem-se à mesa das negociações, é preciso fortalecer a liderança palestiniana do presidente Abbas e do primeiro-ministro Fayyad, defendeu.

“O impasse nas negociações israelo-palestinianas persiste. Isto é de particular preocupação, dadas as realizações institucionais da Autoridade Palestiniana e a situação regional envolvente”, afirmou Pascoe.

No terreno, assistiu-se nos últimos meses “aos maiores níveis de violência em Gaza e Israel desde a Operação Cast Lead (Chumbo Grosso), há mais de dois anos”, incluindo ataques dos dois lados, que causaram a morte de uma criança e dois civis do lado israelita.

Do lado palestiniano morreram dezanove militantes e civis e ficaram feridos 17 militantes e 60 civis em ações militares israelitas.

Pascoe expressou ainda “grande preocupação” com as atividades de construção de colonatos por Israel nos territórios ocupados, incluindo em Jerusalém Oriental, lembrando que este tipo de atividades violam a legislação internacional.

Riyad Mansour, representante palestiniano na ONU, alertou para a possibilidade de um “sério agravamento” da situação no terreno se não for impedida uma deterioração e restabelecidas as conversações de paz.

“Para aproveitar a pequena janela de oportunidade que temos perante nós, devemos dar passos imediatos para lidar com esta crise volátil e retomar um processo negocial credível na base de parâmetros de solução internacionalmente apoiados”, afirmou o diplomata.

Meron Reuben, embaixador israelita, disse que Israel está disponível para negociações diretas, mas lembrou “obstáculos à paz” como os ataques contra colonatos israelitas e também o reconhecimento completo de Israel pela liderança palestiniana.

Apelou ainda à comunidade internacional para fazer “mais do que até agora” para conseguir a libertação do soldado israelita Gilad Shalit.