O Estado ainda é quem mais ordena
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O Estado ainda é quem mais ordena
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Leonel Moura
leonel.moura@mail.telepac.pt
Esta semana, a jantar com uma amiga funcionária de um banco, entre irritantes interrupções do telemóvel e uma raia com molho de alcaparras, dizia-me ela que não sabia se no dia seguinte ainda teria emprego. Tal o estado de pânico e de insegurança a que muita gente chegou devido à mais recente crise dos mercados financeiros.
Não há nada como o desconhecido para meter medo. E esta crise mete muito medo porque ninguém percebe do que realmente se trata. Ao que parece, no melhor dos cenários, os bancos andaram a emprestar o dinheiro que não tinham mas imaginaram vir a ter no futuro. Isto é, uma espécie de Dona Branca. E quando o fluxo se rompeu, sobrou o drama. Mas isto é a versão simplista. A realidade é muito mais complexa, não só no sentido da teoria da complexidade, mas acima de tudo na intrincada teia em que todos parecem estar envolvidos como num filme negro. As Bolsas, os bancos a retalho, os fundos de investimento, o risco, a imobiliária, os grandes especuladores e os pequenos investidores, todos se meteram num grande sarilho de que não conseguem sair pelos seus próprios meios. Ora é aqui que reside a novidade desta crise. O sistema financeiro faliu duplamente: como prática e como incapacidade de se regenerar pelos seus próprios meios. Agora é preciso recorrer à intervenção do Estado para resolver o problema. Ou seja, é preciso socializar as asneiras do sacrossanto território da iniciativa privada.
Após décadas de depreciação do sistema representativo, dos políticos e da política, do sector público e do papel do Estado, eis que na hora da desgraça todos se viram afinal para os Governos e para o dinheiro dos contribuintes para resolver uma situação criada por aqueles que até há bem pouco eram os anjos do sistema, os criadores de riqueza, os muito competentes gestores e investidores. Neste surpreendente volte-face, a política, os governos, o sector público surgem como salvação enquanto a finança e a Bolsa, revelam ser a mãe de todas as calamidades. E isto dito não pela boca de perigosos esquerdistas anti-capitalistas, mas pelo próprio Presidente Bush, que clama contra os malfeitores da grande finança, na denúncia generalizada da economia de casino ou ainda nessa notável deixa da senhora Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que virando-se para Wall Street, sede da Bolsa em Nova Iorque, proclamou: "The party is over". Ainda que, para quem decidiu oferecer 700 mil milhões de dólares precisamente aos assíduos de Wall Street, isso possa significar que afinal é agora que a grande festa vai mesmo começar. Adiante.
Mas mais do que as palavras destacam-se os impensáveis actos. Ninguém imaginaria vir a assistir às tremendas injecções de dinheiro público, vulgo subsídios, para sustentar a economia precária e, vade retro, às nacionalizações de bancos, não na terra de Hugo Chavez mas precisamente nos países da deificação do capitalismo. De facto estamos perante uma efectiva subsidiação do sistema financeiro contra tudo o que é defendido pelo FMI, OMC e doutrina dos Bancos Centrais. Aliás o FMI, depois disto, ainda tem alguma credibilidade? Ao comprar os activos "tóxicos" aos bancos falidos, os Estados subvertem os princípios de equidade e concorrência no mercado. A intervenção irá, por isso, ser muito mais profunda do que uma simples operação de expurgo da toxicidade. E poderá vir a revelar-se uma asneira atrás de outra asneira.
Mais do que revelar ligeiras deficiências de um sistema instável e complexo, esta crise significa a derrocada de um modelo económico dominado por uma ideologia economicista disfarçada de liberalismo, onde tem sido prática corrente muita manipulação e mesmo fraude nas Bolsas e nos mercados financeiros. Não há liberdade sem responsabilidade, coisa que objectivamente tem faltado por estas bandas.
Mas pior ainda. Fica provado que o sistema não tem capacidade de auto-regeneração e é muito mais dependente do proteccionismo e intervencionismo dos Estados do que todo o jargão pseudoliberal sempre pretendeu fazer crer. Ou seja, dito em curto. A economia de mercado é uma quimera. O sistema financeiro mundial uma fata-morgana. O Estado ainda é quem mais ordena.
Leonel Moura
leonel.moura@mail.telepac.pt
Esta semana, a jantar com uma amiga funcionária de um banco, entre irritantes interrupções do telemóvel e uma raia com molho de alcaparras, dizia-me ela que não sabia se no dia seguinte ainda teria emprego. Tal o estado de pânico e de insegurança a que muita gente chegou devido à mais recente crise dos mercados financeiros.
Não há nada como o desconhecido para meter medo. E esta crise mete muito medo porque ninguém percebe do que realmente se trata. Ao que parece, no melhor dos cenários, os bancos andaram a emprestar o dinheiro que não tinham mas imaginaram vir a ter no futuro. Isto é, uma espécie de Dona Branca. E quando o fluxo se rompeu, sobrou o drama. Mas isto é a versão simplista. A realidade é muito mais complexa, não só no sentido da teoria da complexidade, mas acima de tudo na intrincada teia em que todos parecem estar envolvidos como num filme negro. As Bolsas, os bancos a retalho, os fundos de investimento, o risco, a imobiliária, os grandes especuladores e os pequenos investidores, todos se meteram num grande sarilho de que não conseguem sair pelos seus próprios meios. Ora é aqui que reside a novidade desta crise. O sistema financeiro faliu duplamente: como prática e como incapacidade de se regenerar pelos seus próprios meios. Agora é preciso recorrer à intervenção do Estado para resolver o problema. Ou seja, é preciso socializar as asneiras do sacrossanto território da iniciativa privada.
Após décadas de depreciação do sistema representativo, dos políticos e da política, do sector público e do papel do Estado, eis que na hora da desgraça todos se viram afinal para os Governos e para o dinheiro dos contribuintes para resolver uma situação criada por aqueles que até há bem pouco eram os anjos do sistema, os criadores de riqueza, os muito competentes gestores e investidores. Neste surpreendente volte-face, a política, os governos, o sector público surgem como salvação enquanto a finança e a Bolsa, revelam ser a mãe de todas as calamidades. E isto dito não pela boca de perigosos esquerdistas anti-capitalistas, mas pelo próprio Presidente Bush, que clama contra os malfeitores da grande finança, na denúncia generalizada da economia de casino ou ainda nessa notável deixa da senhora Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que virando-se para Wall Street, sede da Bolsa em Nova Iorque, proclamou: "The party is over". Ainda que, para quem decidiu oferecer 700 mil milhões de dólares precisamente aos assíduos de Wall Street, isso possa significar que afinal é agora que a grande festa vai mesmo começar. Adiante.
Mas mais do que as palavras destacam-se os impensáveis actos. Ninguém imaginaria vir a assistir às tremendas injecções de dinheiro público, vulgo subsídios, para sustentar a economia precária e, vade retro, às nacionalizações de bancos, não na terra de Hugo Chavez mas precisamente nos países da deificação do capitalismo. De facto estamos perante uma efectiva subsidiação do sistema financeiro contra tudo o que é defendido pelo FMI, OMC e doutrina dos Bancos Centrais. Aliás o FMI, depois disto, ainda tem alguma credibilidade? Ao comprar os activos "tóxicos" aos bancos falidos, os Estados subvertem os princípios de equidade e concorrência no mercado. A intervenção irá, por isso, ser muito mais profunda do que uma simples operação de expurgo da toxicidade. E poderá vir a revelar-se uma asneira atrás de outra asneira.
Mais do que revelar ligeiras deficiências de um sistema instável e complexo, esta crise significa a derrocada de um modelo económico dominado por uma ideologia economicista disfarçada de liberalismo, onde tem sido prática corrente muita manipulação e mesmo fraude nas Bolsas e nos mercados financeiros. Não há liberdade sem responsabilidade, coisa que objectivamente tem faltado por estas bandas.
Mas pior ainda. Fica provado que o sistema não tem capacidade de auto-regeneração e é muito mais dependente do proteccionismo e intervencionismo dos Estados do que todo o jargão pseudoliberal sempre pretendeu fazer crer. Ou seja, dito em curto. A economia de mercado é uma quimera. O sistema financeiro mundial uma fata-morgana. O Estado ainda é quem mais ordena.
O dedo na ferida- Pontos : 0
Re: O Estado ainda é quem mais ordena
Mais do que revelar ligeiras deficiências de um sistema instável e complexo, esta crise significa a derrocada de um modelo económico dominado por uma ideologia economicista disfarçada de liberalismo, onde tem sido prática corrente muita manipulação e mesmo fraude nas Bolsas e nos mercados financeiros. Não há liberdade sem responsabilidade, coisa que objectivamente tem faltado por estas bandas.
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: O Estado ainda é quem mais ordena
FOI O ESTADO que OBRIGOU os BANCOS PRIVADOS a EMPRESTAR DINHEIRO para quem nao toinha condicoes para PAGAR os EMPRESTIMOS. PORTANTO, BASTA de mentiras de que e culpa do CAPITALISMO. Se o ESTADO nao forcasse os BANCOS PRIVADOS a emprestar dinheiro, os BANCOS PRIVADOS JAMAIS emprestaria dinheiro a essa gente. A FACTURA ESTA AI PARA SER PAGA AGORA!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: O Estado ainda é quem mais ordena
RONALDO ALMEIDA escreveu:FOI O ESTADO que OBRIGOU os BANCOS PRIVADOS a EMPRESTAR DINHEIRO para quem nao toinha condicoes para PAGAR os EMPRESTIMOS. PORTANTO, BASTA de mentiras de que e culpa do CAPITALISMO. Se o ESTADO nao forcasse os BANCOS PRIVADOS a emprestar dinheiro, os BANCOS PRIVADOS JAMAIS emprestaria dinheiro a essa gente. A FACTURA ESTA AI PARA SER PAGA AGORA!!
Você muda de teoria todos os dias. Então a crise não foi provocada por terem vendido casas a negros??? Era o que defendia há dias??
O dedo na ferida- Pontos : 0
Re: O Estado ainda é quem mais ordena
evidentemente!!! OS BANCOS , foram obrigados a emprestar aos que nao podiam pagar . FORCADOS pelo ESTADO, FANNIE MAE E o BLACK CONGRESSIONAL CAUCASUS!!!E CLINTON!! a emprestar a quem vivia tanbem em BAIRROS POBRES!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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