Casas de alterne: sexo não entra, mas espreita
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Casas de alterne: sexo não entra, mas espreita
Casas de alterne: sexo não entra, mas espreita
19 de Junho, 2011por Sandra Moutinho, da Agência Lusa
O
sonho de uma vida melhor acaba muitas vezes numa casa de alterne, onde
sexo não entra. O combinado é levar os clientes a beber, fingindo gostar
de os ouvir, mas também aqui a crise assombra o negócio. As relações
que se estabelecem entre as mulheres (alternadeiras) e os clientes
foram objecto de uma investigação de Lira Dolabella para a sua tese de
mestrado, tema a que voltará em breve para o seu doutoramento.Durante
meses, a investigadora frequentou casas de alterne em Lisboa e
conversou com estas mulheres, tendo testemunhado que a maioria são
brasileiras, existindo ainda outras nacionalidades, além da portuguesa.Em
declarações à agência Lusa, Lira Dolabella disse que estas mulheres
«entram em Portugal em busca de novas oportunidades, uma vida
diferente».«Quando chegam [a Portugal], começam a trabalhar em
sub empregos, na restauração ou a cuidar de idosos. Ganham muito pouco e
ficam frustradas. Nessa altura, há sempre uma amiga de uma amiga que
trabalha na noite e que apresenta esse mundo», disse.No início, contou, essas mulheres ficam «chocadas, depois habituam-se e já não querem outro tipo de vida».A
idade das mulheres que a investigadora mais encontrou neste trabalho
não vai além dos 35 anos, embora tenha encontrado mais velhas.Lira
Dolabella tem dificuldade em desenhar um perfil das alternadeiras em
Portugal, encontrando diferentes origens geográficas, umas têm filhos e
outras não, além de diferentes níveis de escolaridade.Uma coisa
têm em comum: não são e nem gostam que as confundam com prostitutas. «A
actividade sexual não é permitida dentro das casas de alterne, não há
prostituição», afirmou.Estas mulheres, pormenorizou,
diferenciam-se da prostituição e estão mesmo proibidas de sair com
clientes durante as horas em que trabalham nestas casas.A sua função, contou, é «entreter os clientes, levando-os a consumir bebidas alcoólicas e a oferecerem-nas às alternadeiras».Apesar
de, normalmente, beberem muitas bebidas alcoólicas, estas mulheres têm
«estratégias» para não se embebedarem, que podem passar por entornar o
copo ou, de uma forma simulada, despejar o seu conteúdo sem que o
cliente veja.O ganho destas mulheres provém das comissões com as
bebidas. Lira Dolabella não conseguiu apurar o vencimento mensal médio,
mas sabe que «é muito». E exemplifica com o preço do champanhe que pode
chegar aos 80 euros por garrafa.O sexo não entra nestas contas. E
fica fora das portas destas casas. No entanto, Lira Dolabella apurou
que há relações que se prolongam e essas sim envolvem relações sexuais.«Algumas
destas mulheres têm uma relação que, muitas vezes, começa com um
cliente. É uma espécie de namorado que lhes proporciona conforto
financeiro, ainda que este se apresente como o pagamento de jantares,
ajudas na renda da casa ou viagens», disse. Normalmente, avançou,
são clientes frequentes, com estabilidade financeira, que procuram a
mesma mulher para uma relação extra-matrimonial e que são, para as
alternadeiras, um objectivo de trabalho.A investigadora identificou igualmente que estas mulheres preferem esconder a sua actividade, por causa do estigma. A
crise já deixa as suas marcas nestas casas. À investigadora, algumas
mulheres disseram que, no passado, o dinheiro corria muito mais nestas
casas, que estavam sempre cheias, ao contrário dos dias de hoje.
19 de Junho, 2011por Sandra Moutinho, da Agência Lusa
O
sonho de uma vida melhor acaba muitas vezes numa casa de alterne, onde
sexo não entra. O combinado é levar os clientes a beber, fingindo gostar
de os ouvir, mas também aqui a crise assombra o negócio. As relações
que se estabelecem entre as mulheres (alternadeiras) e os clientes
foram objecto de uma investigação de Lira Dolabella para a sua tese de
mestrado, tema a que voltará em breve para o seu doutoramento.Durante
meses, a investigadora frequentou casas de alterne em Lisboa e
conversou com estas mulheres, tendo testemunhado que a maioria são
brasileiras, existindo ainda outras nacionalidades, além da portuguesa.Em
declarações à agência Lusa, Lira Dolabella disse que estas mulheres
«entram em Portugal em busca de novas oportunidades, uma vida
diferente».«Quando chegam [a Portugal], começam a trabalhar em
sub empregos, na restauração ou a cuidar de idosos. Ganham muito pouco e
ficam frustradas. Nessa altura, há sempre uma amiga de uma amiga que
trabalha na noite e que apresenta esse mundo», disse.No início, contou, essas mulheres ficam «chocadas, depois habituam-se e já não querem outro tipo de vida».A
idade das mulheres que a investigadora mais encontrou neste trabalho
não vai além dos 35 anos, embora tenha encontrado mais velhas.Lira
Dolabella tem dificuldade em desenhar um perfil das alternadeiras em
Portugal, encontrando diferentes origens geográficas, umas têm filhos e
outras não, além de diferentes níveis de escolaridade.Uma coisa
têm em comum: não são e nem gostam que as confundam com prostitutas. «A
actividade sexual não é permitida dentro das casas de alterne, não há
prostituição», afirmou.Estas mulheres, pormenorizou,
diferenciam-se da prostituição e estão mesmo proibidas de sair com
clientes durante as horas em que trabalham nestas casas.A sua função, contou, é «entreter os clientes, levando-os a consumir bebidas alcoólicas e a oferecerem-nas às alternadeiras».Apesar
de, normalmente, beberem muitas bebidas alcoólicas, estas mulheres têm
«estratégias» para não se embebedarem, que podem passar por entornar o
copo ou, de uma forma simulada, despejar o seu conteúdo sem que o
cliente veja.O ganho destas mulheres provém das comissões com as
bebidas. Lira Dolabella não conseguiu apurar o vencimento mensal médio,
mas sabe que «é muito». E exemplifica com o preço do champanhe que pode
chegar aos 80 euros por garrafa.O sexo não entra nestas contas. E
fica fora das portas destas casas. No entanto, Lira Dolabella apurou
que há relações que se prolongam e essas sim envolvem relações sexuais.«Algumas
destas mulheres têm uma relação que, muitas vezes, começa com um
cliente. É uma espécie de namorado que lhes proporciona conforto
financeiro, ainda que este se apresente como o pagamento de jantares,
ajudas na renda da casa ou viagens», disse. Normalmente, avançou,
são clientes frequentes, com estabilidade financeira, que procuram a
mesma mulher para uma relação extra-matrimonial e que são, para as
alternadeiras, um objectivo de trabalho.A investigadora identificou igualmente que estas mulheres preferem esconder a sua actividade, por causa do estigma. A
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mulheres disseram que, no passado, o dinheiro corria muito mais nestas
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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