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Mensagem por Vitor mango Ter Jul 19, 2011 11:48 pm


PORTUGAL NA TAILÂNDIA - PADROADO PORTUGUÊS DO ORIENTE








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António
da Silva Rêgo, foi missionário (Diocesa de Macau) um historiador de
mérito e parte da sua vida dedicou-a a publicar livros narrando factos
em cima dos descobrimentos. São bastantes as suas obras de valor
inestimável e, segundo sabemos, parte das mesmas esgotadas.

Por felicidade temos algumas na nossa biblioteca e entre elas: “O Padroado Português do Oriente”,
editado pela Agência Geral das Colónias em 1940. Edição da Agência
Geral das Colónias Comemorativa dos 300 anos da Fundação e Restauração
de Portugal.

D. José da Costa Nunes, Bispo de Macau numa carta (não transcrita na totalidade) ao Padre Rêgo numa das passagens e referindo-se ao livro:
“Uma
coisa, porém, lhe posso afirmar: é que estou convencido de que êle
corresponde ao ponto de vista que se pretende, isto é, dar uma idéia
geral do que é e do que foi esta veneranda relíquia do nosso passado
religioso, em terras do Ultramar. Contra ela, por vezes, se têm
arremessado pedras, mas, desde que se estude o assunto à luz da história
imparcial, motivos há para nos orgulharmos da obra religiosa levada a
efeito pelos missionários portugueses, que nos precederam no Oriente, e
pelos que hoje labutam, nessas regiões distantes, pelo bem das almas,
pela Igreja e pelo prestígio do nosso País.

Sabe
bem o Padre Rego, porque entre êles viveu muitos anos, quando o nome de
Portugal é querido dos eurasianos, da Malaca, e quão profunda é a fé
dêstes descendentes dos antigos portugueses, mercê da acção patriórica
dos nossos missionários, os de ontem e os de hoje”

Como o leitor poderá analisar o “Padroado Português do Oriente” apresentava-se uma instituição católica, absolutamente, de raizes portuguesas.
Em cima das considerações, da sua obra, o Padre Rego na introdução:
“Quando
Portugal, proa da Europa, se resolveu a sulcar os mares, quando o
Oriente desconhecido se foi submetendo, pouco a pouco, à sua influência,
encarregou a Santa Sé a Nação Fidelíssima de converter os infieis, de
fazer muita cristandade. Portugal sacrificou-se por esta causa tão
nobre. Gastou não só o dinheiro de seus cofres, mas também o sangue de
seus filhos. A Santa Sé, em prova de gratidão, entregou-lhe as igrejas
que êle ia fundando em tão vastos territórios”. Era ele que indicava os
nomes dos bispos que se haviam de nomear, era ele que provia as
diferentes dignidades, era êle que sustentava os missionários, era êle
que velava pelas igrejas e culto”.

Tinha assim o “Padroado Português do Oriente” toda a jurisdição religiosa sobre as missões e igrejas estabelecidas, nos territórios ultramarinos que Portugal administrava.
As dioceses do Padroado:
GOA.
- criada pelo Papa Clemente VII no consistório de 31 de Janeiro de
1533. Porém só em 1534, o Papa Paulo III é expedida a bula.
Circunscrevia a diocese de Goa: Cabo da boa Esperança até à Índia e
deste território ao Japão. A Santa Sé concede a perpetualidade de posse
da diocese ao Rei de Portugal e seus descendentes. A de Fevereiro de
1557 a Constituição Apostólica eleva a dioceses de Goa a arcebispado e a
perpetualidade é mantida pela Santa Sé.

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COCHIM.-
Erguida em 4 de Fevereirode 1557 pelo Papa Paulo IV. Acontece devido a
Goa ter sido elevada a arcebispado. A Sé de Cochim é denominada de
“Santa Cruz”. A bula papal decretava que o limite da jurisdição de
Cochim e Malaca, deveria ser da vontade do arcebispo de Lisboa.
Entretanto a diocese de Cochim absorvia a religiosidade da Costa do
Malabar e a Costa Oriental da Birmânia.

MALACA.
– Fundada na mesma data da diocese de Cochim a 4 de Fevereiro de 1557. A
igreja da Anunciação de Nossa Senhora de Malaca toma o nome de Sé
Catedral. A bula papal concede a Malaca os mesmos privilégios dos de
Cochim.

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MACAU.- A diocese é fundada nove anos depois das de Cochim e Malaca e a bula papal emanada por Gregório XIII.
Prescrições:
1) apresentação do bispo pelo rei, dentro de dois anos;
2) apresentação real do deão, cónegos e mais prebendários;
3) a dioceses fica pertencendo ao Padroado;
4) ninguém pode derrogar êste direito, a não ser que o Rei de Portugal dê o seu expresso consentimento;
5) se a derrogação se fizer de qualquer outra forma não terá valor algum;
6) tudo
quanto se atentar contra o direiro do Padroado, a respeito desta
diocese, por quem quer, por qualquer autoridade que seja, será irrito e
nulo.

FUNAY.
– (Japão) tem lugar a fundação a 19 de Fevereiro de 1588, quando
Portugal está sob o dominío de Espanha e no reinado de Felipe II. A
cédula consistorial que a concede designa apenas<>.
No Japão já existiam 150.000 cristãos e o trabalho de Francisco Xavier,
que tinha introduzido o cristianismo no Japão em meados do século XVI,
estava a produzir frutos. A jurisdição de Funay alargava-se até todas as
ilhas japonesas. Embora a bula se referi-se a Felipe de Espanha, a
dioceses de Funay seria propriedade do Padroado.

ANGAMALE.
- Angamale a sede da igreja nestoriana siro-caldaica do Malabar. Em
1594, morre o arcebispo Mar Abraão e o frade Aleixo de Menezes, recebe
ordens da Santa Sé para que em Angamale, apenas fosse praticada a
religião católica. Ordens cumpridas; o catolicismo em Angamela toma
raizes e a Santa Sé, como tinha ordenado anteriores fundações de
dioceses entrega-a ao Rei do Portugal. Mas na prescrição a alinea 5
designa: contudo, cessará o direito do Padroado nesta diocese, se o Rei
de Portugal faltar com o dote que lhe é prometido.(P. Rego assinala com (1): “In supremo, de Clemente VIII, de 4 de Agôsto de 1600. Bull. Patr. Portug. I, págs 260-261.

Não
sabemos, qual seria o montante do tributo imposto pela Santa Sé dado
que outras bulas, papal, não se referiam a dotes. O que se compreende é
que algo estaria a mudar desde que Portugal passou a ser administrado
pela corôa espanhola e a Santa Sé a desviar-se do espírito com que as
dioceses do Padroado tinham sido criadas.

MELIAPOR.
- Criada a diocese em 1608, através do consistório de 9 de Janeiro, por
Paulo V. Abrange Bengala, Coromandel, Oriza e Pegu. Fica com esta
criação desmembrada a diocese de Cochim. O Rei de Portugal (aqui Felipe de Espanha) a proceder às delimitações. A prescrição na alinea 7 reza:

que
estes direitos são concedidos, não obstante o Concílio de Latrão ter
proibido acordos perpétuos, a não ser os permitidos pelo Direito.

A
Santa Sé, na concessão de novas dioceses estava de facto a conceder os
mesmos, anteriores, privilégios ao Padroado, mas em termo: “uma no cravo
outra na ferradura”

NANQUIM.- (Padre Rego escreve): Reina em Portugal D.Pedro II (1648-1706). Pertencia
tôda a China à dioceses de Macau. As missões da China atingem o máximo
de prosperiedade no comêço do século XVIII. Pouco antes, como tão
risonho futuro diante de si, pede o Rei de Portugal à Santa Sé a
desmembração do imenso império chinês em duas grandes dioceses: Nanquim e
Pequim. A Sagrada Congregação da Propaganda opõe-se abertamente ao
pedido do rei de Portugal, fazendo ver ao Sumo Pontífice Alexandre VIII
gravissima motiva et praejudicía que militavam contra a erecção das
novas dioceses. O Santo Padre, porém, não concordou com o parecer da
Sagrada Congregação e ordenou que se procedesse à erecção canónica das
ditas dioceses (1).

A diocese de Nanquim foi assim erecta em 10 de Abril de 1690 pela bula “Romanus Pontifex”.
A bula é do teor das outras. Como, porém, ela foi publicada após a
oposição da Propaganda, aqui damos a lista dos privilégios concedidos:

1) pertence a dioceses de Nanquim ao Padroado do rei de Portugal:
2) a delimitação das duas novas dioceses deve ser feita pelo mesmo Rei;
3) a apresentação do bispo pelo Rei deve ser feita dentro de um ano;
4) êste
direito direito de Padroado não poderá ser degorrado, nem mesmo pela
Santa Sé. Etiam consistorialiter, sem o expresso consentimento do Rei de
Portugal;

5) se fõr, tal degorração será inteiramente nula e irrita;
6) assim o não entenderem,tôdas as suas decisões serão nulas.

A delimitação das duas novas dioceses foi feita em 1695.
PEQUIM.
- Dioceses fundada na mesma data de Nanquim e a bula papal que a vai
reger é precisamente igual. As duas dioceses colocavam a China sob a
jurisdição do Padroado Português do Oriente.


O
Padroado, no Oriente, está representado com nove instituições,
religiosas, cujo o míster é a divulgação e prática do cristianismo.
Porém não estão subjugadas ao Vaticano embora acolhesse missionários
estrangeiros. Mas os tempos correraram e a vontade dos papas mudaram. A
gratidão da Santa Sé para com Portugal e Igreja tem inicio de quando os
portugueses desalojaram os mouros de Portugal e os empurraram para o
norte de África. As guerras dos credos, católicos e muçulmanos, duraram
vários séculos na Península Ibérica. A Santa Sé teve todo o interesse
que os Portugueses tivessem colocado em debandada a“moirana” e, ainda a conquista de terras marroquinas.

As ideias expansionistas do Rei D. Sebastião (educado na corte pelo clero, a este, ter-lhe-ía, deteriorado o cérebo e manter na sua mente em constante ódio aos mouros),
foram atrozes depois dos portugueses serem derrotados em Alcácer Kibir o
monarca, um jovem, ficou por lá prisioneiro ou morto na peleja. O que

levou o Cardeal D. Henrique ( um clérigo já velho e “caduco”) ascender ao trono de Rei de Portugal e, depois da sua morte, por razões de linhagem monárquica, Portugal ter tido a “tragédia” de ser governado por 60 anos pelos reis de Espanha. O povo português nunca lhe perdou:


Última edição por Vitor mango em Ter Jul 19, 2011 11:53 pm, editado 1 vez(es)

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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Vitor mango
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Mensagem por Vitor mango Ter Jul 19, 2011 11:51 pm

CONT....


Viva el-rei D. Henrique/No inferno muitos anos/Pois deixou em testamento/Portugal aos Castelhanos
A
Santa Sé, no Vaticano e de que por lá nem tudo era cristandade ou
bondade, coloca-se ao lado dos espanhois durante os 60 anos da usurpação
da corôa portuguesa. Põe à margem o clérigo português e o Padroado
Português do Oriente. Não ordena bispos ou cardeais de nacionalidade
portuguesa e os missionários do Padroado, no Oriente, ficam orfãos e sem
pai que é o chefe supremo da Igreja Católica.

A
partir de meados do século XVII os franceses tiveram pouca influência
no Oriente. Os ingleses e os holandeses, principiaram a expandir-se e a
dominar o comércio no Oriente nos anos: (1595 Holanda na Indonésia) e 1612 os ingleses na Índia) .

A
Inglaterra dominava a Índia e a Holanda, já era a senhora das Índias
Orientais. Luis XIV com as suas ideias expansionistas, pretende que a
França venha a ser o pêndula que balançasse a forças inglesas na Índia e
as holandesas na Batávia (Indonésia). O monarca francês sabia de
ante-mão que para que se concretizassem as sua ideias seria através dos
missionários, jesuitas da “ Missões Estrangeira de Paris”.

Gregório XV, em 1622, institui a nova “Congregação de Propaganda Fide”, cujo sistema mentor pertencia a 13 cardeais e dois prelados, ajudados por um secretário e um consultor.
Ora toda a Àsia a sua evangelização pertencia ao Padroado e sob a jurisdição dos Reis de Portugal. Gregório XV, decretava que a “Congregação de Propaganda Fide”
seria para colaborar na evangelização do Oriente com o Padroado, sob os
auspícios do mesmo; retirar o Padroado a Portugal e restringi-lo.

Começa, então, a guerra entre o Vaticano e Lisboa. O papa tinha desferido uma “punhalada mortal”
no Padroado Português do Oriente. As peias consolidadas pelos
pontíficies, seus predecessores, tinham sido desmoronadas e o
missionários do Padroado, além de principiarem a sofrer humilhações de
outras congregações estrangeiras e, os missionários destas a tomarem-lhe
o lugar na evangelização.

Luis
XIV, conhecido pelo rei-sol, está no apogeu e pretende a todo custo e
dinheiro infiltrar-se no Oriente. Não lhe era desconhecido que os
portugueses dominavam não só a cristianização dessas terras, como assim o
comércio. Os sessenta anos de ocupação espanhola tinha levado os
missionários do Padroado a viver em extrema pobreza e abandonados pela
Santa Sé.

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Surgem
as viagens descritas pelo Padre Alexandre Rhodes, jesuita francês, à
Ásia, incita e cria entusiasmo nos missionários viajarem para as terras
orientais e envolverem-se na divulgação do cristianismo nas terras onde
os missionários do Padroado já sa haviam instalado havia muito.

Sabiam
esses clérigos que teriam um forte apoio de Luis XIV. Surge o Padre
François Pallu, inteligente e apoderado de enorme patriotismo viajou até
Roma, apresentou os seus planos à Santa Sé para o derrube do “Padroado Português do Oriente”. O Pallu fez as propostas, dentro de certa astúcia, à Santa Sé e sem as ter comunicado à hierarquia das “Missões Estrangeiras de Paris”.

Durou a luta ao Pallu cinco anos (dado que a Santa Sé estava renitente em eliminar e restringir os privilégios do Padroado), para que o Vaticano abeçoasse a sua pretensão. O Padre Rego, nesta matéria pronuncia-se:
“Podemos,
pois, afirmar que a Santa Sé se deixou levar nesta matéria pelo élan
francês. A iniciativa, certamente, não lhe pertence”.

Em
17 de Agosto de 1658 são nomeados os dois primeiros vigários
apostólicos: François Pallu, bispo de Heliópolis e Motte Lambert, bispo
de Berito, para as missões de Tonquim e da Conchinchina e países
vizinhos.

O Primeiro embate entre os missionários do Padroado e os franceses
Aconteceu
no Reino do Sião. Monsenhor de la Motte Lambert chegou a Ayuthaya em
Agosto de 1662 e Monsenhor Francisco Pallu em Janeiro de 1664. La Motte
não teve boa recepção dos missionarios portugueses que já havia cerca de
150 anos se tinham estabelecido com três paróquias no Ban Portuguete:
S.Domingos, S.Francisco e Jesuitas. Tinham sido, também, os primeiros a
terem a permissão do Rei do Sião de divulgarem e a converter,
livremente, ao catolicismo os siameses.

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O
vigário geral, do Padroado, que administrava o Sião, pediu a de la
Motte Lambert para que lhe mostrasse os papeis os quais lhe davam a
autonomia, para exercer tais funções, administrativas, clericais, no
Sião. Em princípo recusou-se mas acabou por ceder, em sinal de boa
vivência e colaboração, mútua, no futuro. Ficou assim o vigário geral do
Padroado, elucidado, da realidade dos factos de que a ordem tinha
orígens do Vaticano.

Os
missionários do Padroado não se resignam e, continuadamente opõem-se
para que as suas acções de evangelização continuassem e eles, de forma
alguma, sob o jugo dos franceses. De la Motte não desarma e envia, em
1665, ao Vaticano um dos seus padres, De Bourges, para que pedisse à
Propaganda que confiasse o Sião à sua jurisdição, isto porque a situação
geográfica assim o aconselhava e, também, porque a tolerância da
prática de outros cultos, que não fossem de índole budistas eram
tolerados pelo monarca siamês.

De
la Motte, analisa, ao mesmo tempo ser o Sião, uma base estratégica e
bem colocada e um ponto de partida para os missionários franceses se se
ramificarem para outras terras entre elas: a China e a Indochina e que mais tarde a França viria a colonizar o Cambodja, Laos e Vietname.

A
Santa Sé está relutante dado que temia aumentar as iras de Portugal. De
la Motte não desarma ou desanima perante a recusa da Santa Sé. Consegue
a permissão do Rei do Sião que lhe doasse um terreno em Mahapan, nos
arredores de Aiutaá, onde deu início à construção, precária de um
seminário. O Sião, apesar de todos os malabarismo de la Motte continuava
sob a jurisdição do Padroado e acaba por reconhecer, em 1688 que o Sião
estava sob a tutela de Malaca e já conquistada pelos holandeses em1641.
O bispo de Malaca tinha morrido e em sua substituição o vigário geral.

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Os
católicos de Ayuthaya, siameses e luso-tailandeses a espiritualidade,
religiosa é-lhes ministrada pelos missionários dominicanos, franciscanos
e jesuitas. Os missionários franceses já estabelecidos com uma igreja e
um seminário a cerca de dois quilómetros do Ban Portuguete (Aldeia dos Portugueses), mas uma vez insistem perante a Santa Sé e a estratégia que culmina no pedido:

se
poderiam administrar os sacramentos aos cristãos na sua igreja que
ficava a 4 ou 5 milhas de distância (nota minha: aqui não é informada a
distância real, dado que não ultrapassa os 2 quilómetros), da mesma
forma como os padres do Padroado, o faziam nas suas paróquias
.

O Vaticano concede-lhes esta prática; principia, com isto, a existência de duas jurisdições, católicas, em Ayuthaya.
Perde
com isto alguma autonomia, no Sião, o Padroado Português do Oriente.
Guerras frias e surdas virão a ser travadas entre os missionários
franceses e portugueses. Os franceses e bom de entender eram,
considerados, uns intrusos em Aiutaá. O jesuita do Padroado António
Quintana Duega escreveu um livro cuja leitura viria a ser censurada por
de la Motte Lambert.

Houve
conflitos silenciosos e de poucas palavras. O Papa depois de examinar o
conflito e deu razão a de la Motte Lambert, dado que a matéria inserida
no livro de António Quintana era contrária ao cânones e à tradição da
Igreja.

O
reparo e a censura de Monsenhor de la Motte Lambert não ficou esquecida
ou deitada em saco roto pelos missionário do Padroado. A Inquisição,
para observar a pureza da fé e os bons costumes, como representante no
Sião, era o Frade Luiz Fragoso, da congregação dominicana. O Frade
Fragoso não aceitou a censura do Lambert e considerou-o ter atentado
contra a sua autoridade.

Acusou-o
de várias opiniões teológicas falsas. Excumunga o Lambert e foi
afixado, um edital, numa igreja de Aiutaá onde o excomungava. Lamberte,
apresentou queixa ao Santo Ofício que dá sem efeito a excomunhão e
repara o escândalo do Frade Fragoso; depondo-o do cargo de inquisidor e
obriga-o abandonar o Sião. Mas as ordens do Vaticano não foram no seu
todo cumpridas e Lambert, mais uma vez, envia um enviado o missionário
Charles Sevin, com uma nota dirigida ao Clemente X. Em 10 de Novembro de
1673. Uma bula papal faz desligar os vigários apostólicos de toda a
jurisdição do arcebispo e da Inquisição de Goa.

Clemente X queixa-se, a Goa e num comunicado “Cum per litteras” refere-se que os
missionários portugueses residentes no Sião tinham:

a) obrigado
o bispo de Berito (Monsenhor de la Motte Lambert, a mostrar as suas
bulas, como se êle estivesse sujeito a Goa e não directamente à Santa
Sé;

b) excomungado e multado em duzentas moedas os cristãos que com êle tratassem
O
Papa estranha a atitude e solicita ao arcebispo de Goa que não seja
exercido qualquer acto de jurisdição contra os vigários apostólicos e
seus missionários. Adverte também das gravíssimas penas, pela privação
do ofício, fora do território português.

Esta
machada desferida por Clemente X ao Padroado, provoca uma ferida
profunda que jamais vai encontrar o caminho da cura. Apoia, as futuras,
queixas dos franceses redigiu vários textos de comunicados, importantes,
de 1670 e 1673, que mandou publicar e os mesmo enviados aos vigários
apostólicos.

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Nas proximidades do Natal de 1673 um outro comunicado “Sollicitudo pastoral”
declara que a Inquisição de Goa não possuia autoridade alguma nos
territórios que não estavam sujeitos à corôa portuguesa. Derroga todos
os privilégios anteriores, embora tenham sido conferidos por papas ou
concílios.

Os missionários do Padroado “barafustam” apresentam
os antigos privilégios e a total submissão ao Rei de Portugal. Ignoram
as ordens do Papa Clemento X, para a rebelião, silenciosa, não produziu
efeito. Vale mais um papa vivo que um papa morto. O papa estava ao lado e
as satisfazer a vontades de Luiz XIV para que o permitisse concretizar o
projecto da infiltração no Reino do Sião e na sua cabeça a ideia de o
colonizar. Tal nunca viria acontecer.

No
Reino do Sião a lingua franca era a portuguesa, o Padroado Português do
Oriente, tinha criado raizes durante os quase 150 anos de evangelização
no reino. Mas além disto já uma numerosa comunidade luso-tailandesa,
calculada em mais de 2.500 almas, que era assistida pelos missionários
do Padroado, portugueses e estrangeiros residiam no Ban Portuguete onde
estavam erigidas 3 paróquias.

Descrição do Padre António Rego: “ A
passagem do Sião para os vigários apostólicos não se fêz sem
repugnância, sem resistência. O caminho vinha sendo preparado já por uma
longa s~erie de documentos pontíficios todos êles a favor dos vigários
apostólicos. Esses documentos, como nota Launay, eram publicados na
igreja francesa de S. José de Juthia (Aiutaá). Os jesuitas e os
dominicanos, entrincheirados nos mesmos redutos de sempre,
declaravam-nos falsos e inventados pelos missionários franceses, e por
conseguinte nulos, sem valor algum, porque não tinham passado pela cõrte
de Lisboa.

Vários
incidentes se deram, todos êles bem lamentáveis, da resistência dos
missonários portugueses que se viam colocados entre dois fogos. Por um
lado, deviam obediência a Goa; por outro, eram admoestados pelos
vigários apostolólicos, em nome da obediência suprema devida a Roma.
Esta política dúplice havia de ser adoptada pelos anos fora pela
Propaganda e com bons resultados.

No
Sião, porém, houve solução radical. A Santa Sé, por meio dos seus
decretos, resolveu que os portugueses residentes no Sião ficassem
debaixo dos vigários apostólicos. Esta nova concessão foi muito bem
acolhida em Paris e Monsenhor Pallu aconselhou aos seus missionários
tôda a prudência para não suscitar novas susceptibilidades.

Os
dominicanos submeteram-se em 1678, os jesuitas em 1681 e os
franciscanos que também lá trabalhavam, se bem que em menor número, um
bocado mais tarde. Os missionários portugueses, porém, nunca abandonaram
o Sião. Tais missionários recebiam os seus poderes ora dos vigários
apostólicos, ora directamente de Goa. A cinza crepitava ainda, quando
atiçada por qualquer faúlha. As autoridades do Padroado viam-se
obrigadas a reconhecer
a situação de facto, mas protestavam de vez em quando contra o desaire sofrido”.

Padre
António da Silva Rego em diversas considerações descritas ao longo do
seu valioso livro que se recomenda aos historiadores e interessados na
história da expansão portuguesa no Oriente lê-lo (se porventura o encontrem em alguma biblioteca), entre muitas passagens encontramos esta que nos merece atenção:


O missionário não é um «João-sem-terra». Tem uma pátria que ama
profundamente. É natural que deseje que outros a amem igualmente.
Aconteceu isto com os missionários portugueses. É verdade que em tôda a
parte onde êles chegaram espalharam o bom nome de Portugal, favoreceram
as relações entre esses países e o seu.

Lastima:
«Na Índia nunca Portugal tentou penetrar para o interior e conquistar
terminantemente para si êsses territórios. O plano de Francisco de
Almeida, de se manterem feitorias espalhadas pelas costas do Oriente,
foi aperfeiçoado por Afonso de Albuquerque que estabeleceu fortalezas
nos pontos estratégicos. Assim, o ponto básico da política de Francisco
de Almeida, que eram as armadas, casou-se com o de Albuquerque, as
fortalezas, para impor definitivamente o prestígio do nome português.
Nunca, porém, se tentou fazer no Oriente o que se fêz ao Brasil, ou o
que os espanhois fizeram na América do Sul..... A decadência de
Portugal, a queda fatal do império português veio quando os mares
deixaram de ser sulcados por naus portuguesas».

E
para termimar: Segundo nos informa o Padre Rêgo o império português no
Oriente, em 1940, estava em completa decadência. Mas este império começa
a ser derrubado depois da tragédia de Alcácer Kibir (1578) e que pouco
depois Portugal perderia a independência e é administrado pela corôa
espanhola. Portugal.

Antes,
daquela fatídica derrota, possuia uma potência naval, impar na Europa.
Fortalezas e feitorias tinha sido construidas, na costa Atlântica,
Indico, Índia, Coromandel até ao Japão. A “Armada Invencível” empresa de
Filipe I, se afundou no Canal da Mancha e era parte do espólio marítimo
português e sem ele viria a contribuir para o abandono, em parte, do
comércio oriental.

Mas
um grande mal que grassa na sociedade portuguesa, depois de começar a
descobrir as terras de além-mar, foi o mundo fantasioso das vaidades em
que de um momento para outro, os fidalgos, ou pelo mérito deles ou pelos
favores da casa real portuguesa, voltam ricos e opulentos da noite para
o dia.

Pouco,
mesmo nada se interessam para preservar os sentimentos de Afonso de
Albuquerque que desejou um Portugal rico e retirar os portugueses da
miséria em que viviam antes das caravelas de Cristo navegarem nos
oceanos do Mundo da época.

Voltando
aos missionários das “ Missões Estrangeiras de Paris” em Aiutaá, desde
que ali se instalaram erigindo uma rudimentar igreja e também um
seminário, foi graças a eles que os católicos do Ban Portuguete têm sido
assistidos espiritualmente. A Igreja de S.José que conhecemos há mais
de duas dezenas de anos, tinha sido restaurada em 1883. Já nesta altura
funcionava, em construção de madeira uma escola onde aprendia umas
dezenas largas de alunos, filhos de pais católicos, budistas e
muçulmanos.

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Actualmente
a igreja foi novamente construída e se pode considerar uma peça fina da
arte sacra. Houve o cuidado de não fugir às linhas arquitectónicas do
passado. Mas além da reconstrução da igreja uma larga escola, moderna,
foi construída e um cemitério para sepultar os católicos da àrea de
Aiutaá. Ao fundo do cemitério foi erigido um monumento que perpetua os
vigários.

Portugal,
de facto está representado em Aiutaá com as fundações da área onde a
Igreja de S.Domingos foi edificada (estima-se em 1530/1540. Hoje o
espaço tem vida e foi graças ao entusiasmo de dois Homens: o Embaixador
Melo Gouveia e o Dr. José Blanco, Administrador da Fundação Gulbenkian
que depois de 1982 voltaram essas ruínas à luz do dia. Não é de ignorar o
empenho do “Fines Arts Department” para que a memória da presença dos
missionários do Padroado Português do Oriente” e da comunidade
lusa-tailandesa ficasse no “Ban Portuguete”, um marco da existência de
um templo do culto e da passagem de homens lusos que muito fizeram no
Reino do Sião. Eles foram soldados, artilheiros, guardas do palácio real
e ocupados em várias artes que graças a esta boa gente, ajudaram a
transformar o Sião.

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Mas
no Ban Portuguet há mais duas igrejas enterradas a de S.Francisco e a
dos Jesuitas e bom seria que as mesma voltassem à vida mais tarde ou
mais cedo. Hoje o Ban Portuguete já não é aquele espaço que conhecemos
há 24 anos. Na sua extensão foram construídas numerosas casas,
circuladas de quintinhas. Ainda bem e denota o progressa que segue na
Tailândia. As duas igrejas, entrerradas estão lá e bem-haja ao “Fine
Arts Department” da Tailândia que tem preservado esses dois pedaços de
história da presença dos portugueses no no Reino do Sião desde a
longinqua data de 1509.

José Martins/ Maio 2006-05-11
(Residente na Tailândia há 26 anos)
P.S. Informação obtida na obra: “ O Padroado Português do Oriente por António da Silva Rego. Agência Geral das Colónias/ MCMXL”


Posted by
Jose Martins

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Tuesday, March 15, 2011










PORTUGAL NA TAILÂNDIA – ERROS DO PASSADO REFLETIDOS NO PRESENTE.







Tuesday, March 08, 2011



portugueses que são pobres de “miolos”, ideias e actividades. Somos
aquilo que fomos na Ásia e hoje já não somos nada. No caso de
Banguecoque o carro tPORTUGAL NA TAILÂNDIA - PADROADO PORTUGUÊS DO ORIENTE  (TEM DUAS PARTES  ...LINK ..http://portugalnatailandia.blogspot.com/ Eupagina
em
seguido à frente dos bois em que desde 1988 (21 anos) andamos por aqui a
investir em cultura quando no comércio não se tem investido,
praticamente nada. O que segue à frente escrito é a verdade nua e crua,
por que estou dentro do assunto.
.
Mas vamos a 29 anos atrás e de
quando o embaixador José Eduardo Mello Gouveia, foi acreditado como
representante de Portugal no Reino da Tailândia, veio encontrar a
embaixada num autêntico “pardieiro” com a residência, histórica e uma
jóia rara da arquitectura, colonial portuguesa, a cair aos bocados e os
terrenos, doados a Portugal pelo Rei Rama I, com uns barracões
degradados, espaço de ratos e de cobras (foi encontrada uma jibóia de
largo tamanho onde hoje se encontra a chancelaria), que tinham sido
abandonados pelos arrendatários.
.
Infelizmente poucos anos,
depois, de se instalar com uma Feitoria (1820) iniciou a renda de
parcelas de terreno a particulares, para os feitores sobreviverem,
porque os Governos de Macau e Goa estavam-se nas “tintas” para manter a
funcionar a Feitoria de Portugal no Reino do Sião em Banguecoque.
.
Evidentemente
que uns poucos de bons portugueses que pretenderam dar dignidade a
Portugal neste Reino, foram envolvidos em estúpidas intrigas e que
chefes de missão lhe deram ouvidos. Mas as intrigas na Embaixada de
Portugal não são só de momento já o foram, pela má sina, a partir de
1820.
.
Voltando à gerência do embaixador Mello Gouveia, que veio
substituir o seu homólogo Renato Pinto Soares, em 1981, um diplomata
incansável pretendeu dignificar o nome de Portugal e em 7 anos fez Obra
que não foi continuada pelos representantes que o sucederam.
.
Em
1981 Portugal não nadava em dinheiro e este não havia (como hoje o há,
na missão, à “fartazana”) e teria que fazer milagres e conseguiu-os.
Seriam numerosas páginas, escritas, se aqui fosse descrever a obra desse
grande Homem que doou a Portugal na Tailândia.
.
Mas onde eu
quero chegar é que tem-se despejado dinheiro em saco roto mantiveram-se
em Banguecoque, desde 1988, dois adidos culturais 6 leitores português
que custaram centenas de milhares de euros e cujo resultados, até ao
presente, não têm sido nenhuns.
.
Em 1996 a leitora de português
Joana de Vasconcelos, informou, o embaixador Mesquita de Brito (o chefe
de missão de então) que viria, depois, a enviar um telegrama (batido nas
teclas por mim) para as Necessidades que não valeria a pena manter o
leitorado de português a funcionar em Banguecoque, porque, os poucos
alunos que ensinava português, não justificava o despêndio.
.
Ora
com isto tem sido semeado dinheiro nas dunas de areia do deserto que não
germina, pois na Tailândia não existem empresas portuguesas e as que
houvera partiram há 11 anos, Quem aprende uma língua não é para a usar a
fazer turismo, mas um investimento a olhar o futuro.
.
Uma
representação diplomática, acreditado em outro país é para vender o que o
seu produz. E Portugal, na Tailândia, tem colocado o carro à frente dos
bois, que em vez de investir na promoção do comércio, primeiro, usa-o
na cultura.
.
Não basta andar-se por aí levar a cabo “lóbies” a
promover-se o que já fui publicado há muito e nada nos diz, enquando o
comércio entre Portugal e a Tailândia segue pelas ruas da amargura, pelo
total desinteresses dos chefes de missão.
.
Pelo menos resta a
esperança de que o novo chefe de missão (duvidamos que tenho tempo),
acreditado recentemente, tenha olhos de ver e que faça algo para
promover o comércio de Portugal na Tailândia.
.
Se continuar como
seus predecessores que foram floreiras de rosas mal-cheirosas, então
estaremos de mal para pior e continuarmos a demagogia, barata, a
enaltecermo-nos, com fanfarronices, como os primeiros europeus a
chegar à Tailândia e a parte comercial (a que produz riqueza a Portugal) a desaparecer.
.
Que não se tape o sol com uma peneira ou se atire com areia para os olhos dos outros.

José Martins
josegomes.martins@gmail.com

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Mensagem por Vitor mango Ter Jul 19, 2011 11:58 pm

NAS VIAGENS DO pOÇAS PODEMOS VER COISAS INTERESSANTES

EIS


Vimos
atrás neste Diário como, aquando da conquista de Malaca, Albuquerque
recebeu informações preciosas sobre as defesas da cidade, trazidas por
raparigas malaias, "namoradas" dos casanovas portugueses, feitos
prisioneiros dois anos antes, na tentativa frustrada de Diogo topes de
Sequeira conquistar a cidade.
Ainda em Malaca, em 1550, o Padre
Nicolau Landlotto, relata o caso de um português que tinha vinte e
quatro mulheres de várias castas, todas suas cativas e todas husava..,
com grande escândalo das comunidades religiosas locais.
Em Macau,
onde actualmente não há português que se preze que não tenha uma amante
chinesa ou filipina (ou as duas), além da esposa que ficou em Lisboa
..., já nos primórdios, os soldados, marinheiros e aventureiros
portugueses não se privavam de ter companheiras femininas, sobretudo
indianas, malaias, japonesas e indonésias,

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