Cabeças de amendoim
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The irony of the situation at the moment, with markets opening tomorrow morning, is that the biggest threat to the world financial system comes from a few rightwing nutters in the American Congress rather than the eurozone.
Vince Cable
Há uns quatro meses, ainda o nosso Presidente da República só tinha cabeça para a promoção de sobressaltos cívicos, os principais responsáveis da União Europeia, do Banco Central Europeu, do FMI e de variados países com alguma importância (dos EUA à China, passando pelo Brasil e Alemanha), faziam abertos apelos ao consenso político em Portugal para se evitar o pedido de ajuda externa. Ninguém o queria, a começar pela Europa que o via como factor de agravamento radical do perigo sistémico já instaurado com os casos da Grécia e Irlanda e a acabar no Governo de então, o qual avisou clara e insistentemente que tal desfecho era a pior de todas as alternativas possíveis.
Ninguém o queria? Um grupo de irredutíveis cavaquistas passados não queria outra coisa. Apostaram em antecipar o que tinham previsto para Setembro e Outubro, receando que o Governo obtivesse cada vez melhores resultados orçamentais e tendo ficado assustados com uma manchete do Expresso: FMI já não vem. Ora, um mês após a tomada de posse do novo Governo, é evidente que as medidas adoptadas nos PEC I, II e III estão a dar suficientes/bons/excelentes (é à escolha do freguês) resultados sob o ponto de vista da redução das despesas, aumento das receitas e racionalização dos custos do Estado. E agora já se pode dizer, sem passar por avençado do Gabinete de Sócrates, que as medidas em causa não poderiam dar resultados imediatos logo em 2010, sendo que sempre se soube que o início de 2011 seria o período para descobrir se Portugal escapava ao destino de gregos e irlandeses. Pois bem, todos os números que têm saído confirmam aquilo que a minha vizinha do 4º andar se fartou de repetir: a decisão de chumbar o PEC IV, e assim provocar eleições, empobreceu e fragilizou muito mais um país já empobrecido e fragilizado por duas crises internacionais avassaladoras e indomáveis. A luta pelo poder, embora democraticamente legítima, foi ostensivamente contra o interesse nacional, apenas para proveito dos grupos ligados aos actuais governantes.
Os EUA confrontam-se com a mesma dilacerante constatação: um dos seus partidos prefere arrastar o país para colossais prejuízos se tal servir para atingir o adversário. O que Vince Cable, um inglês que talvez não seja socrático, diz da direita americana é, mutatis mutandis, o que há para dizer da direita portuguesa.
Valupi
The irony of the situation at the moment, with markets opening tomorrow morning, is that the biggest threat to the world financial system comes from a few rightwing nutters in the American Congress rather than the eurozone.
Vince Cable
Há uns quatro meses, ainda o nosso Presidente da República só tinha cabeça para a promoção de sobressaltos cívicos, os principais responsáveis da União Europeia, do Banco Central Europeu, do FMI e de variados países com alguma importância (dos EUA à China, passando pelo Brasil e Alemanha), faziam abertos apelos ao consenso político em Portugal para se evitar o pedido de ajuda externa. Ninguém o queria, a começar pela Europa que o via como factor de agravamento radical do perigo sistémico já instaurado com os casos da Grécia e Irlanda e a acabar no Governo de então, o qual avisou clara e insistentemente que tal desfecho era a pior de todas as alternativas possíveis.
Ninguém o queria? Um grupo de irredutíveis cavaquistas passados não queria outra coisa. Apostaram em antecipar o que tinham previsto para Setembro e Outubro, receando que o Governo obtivesse cada vez melhores resultados orçamentais e tendo ficado assustados com uma manchete do Expresso: FMI já não vem. Ora, um mês após a tomada de posse do novo Governo, é evidente que as medidas adoptadas nos PEC I, II e III estão a dar suficientes/bons/excelentes (é à escolha do freguês) resultados sob o ponto de vista da redução das despesas, aumento das receitas e racionalização dos custos do Estado. E agora já se pode dizer, sem passar por avençado do Gabinete de Sócrates, que as medidas em causa não poderiam dar resultados imediatos logo em 2010, sendo que sempre se soube que o início de 2011 seria o período para descobrir se Portugal escapava ao destino de gregos e irlandeses. Pois bem, todos os números que têm saído confirmam aquilo que a minha vizinha do 4º andar se fartou de repetir: a decisão de chumbar o PEC IV, e assim provocar eleições, empobreceu e fragilizou muito mais um país já empobrecido e fragilizado por duas crises internacionais avassaladoras e indomáveis. A luta pelo poder, embora democraticamente legítima, foi ostensivamente contra o interesse nacional, apenas para proveito dos grupos ligados aos actuais governantes.
Os EUA confrontam-se com a mesma dilacerante constatação: um dos seus partidos prefere arrastar o país para colossais prejuízos se tal servir para atingir o adversário. O que Vince Cable, um inglês que talvez não seja socrático, diz da direita americana é, mutatis mutandis, o que há para dizer da direita portuguesa.
Valupi
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