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Preço de queijo deflagra onda de protestos em Israe

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Preço de queijo deflagra onda de protestos em Israe Empty Preço de queijo deflagra onda de protestos em Israe

Mensagem por Vitor mango Qua Ago 03, 2011 10:42 am

Preço de queijo deflagra onda de protestos em Israel

Kevin Connolly

BBC News Jerusalém

Atualizado em 2 de agosto, 2011 - 15:11 (Brasília) 18:11 GMT

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Queijo Cottage/Reuters

O queijo cottage é ingrediente fudamental do café da manhã dos israelenses

Uma discussão iniciada no Facebook sobre a alta do preço do queijo cottage deflagrou uma onda de protestos em Israel contra a diminuição do poder aquisitivo no país.

Para os israelenses o queijo cottage é o pilar do café da manhã, o tipo de produto que sentem faltam quando estão no exterior.
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O protesto majoritariamente online obrigou os comerciantes a abaixarem o preço do queijo, pelo menos temporariamente, e o cidadão comum israelense celebrou uma vitória.

O renomado chef israelense Yisrael Aharoni diz que não se surpreendeu por o tema ter despertado um sentimento mais profundo de descontentamento entre os cidadãos comuns.

"Estou animado com isso, espero e acredito que trará mudanças. Não fazíamos esse tipo de coisa havia tanto tempo e a desculpa sempre foi que a situação política era dura o suficiente, mas não podemos mais aceitar essa desculpa", diz ele.

Preços suíços, salários gregos

Os protestos do queijo cottage mostraram o caminho e, durante o verão no hemisfério norte, nasceram as "cidades de barracas", acampamentos de manifestantes em diversas partes do país.

Em Tel Aviv, as barracas ficam no meio do canteiro do elegante Boulevard Rothschild.
"Cidade de barracas" em Tel Aviv

O protesto em Tal Aviv é o maior dos que ocorrem em Israel

A atmosfera no local é uma mistura de praça Tahrir com Woodstock e algum acampamento no sul da França.

Embora pareçam organizados, este é o tipo de protestos que os governos odeiam. É espontâneo, não foi obra de sindicatos ou políticos oposicionistas, não faz exigências concretas, mas é motivado por uma sensação mais profunda de insatisfação.

O problema não é a força da economia, já que os dados de crescimento e o índice de desemprego são bons.

Os manifestantes querem saber como se encontram em uma situação na qual pagam preços suíços e recebem salários gregos. Eles também suspeitam que os políticos corruptos e empresários gananciosos têm parte da culpa.

Levantes árabes

Os manifestantes citam o já crônico problema da baixa oferta de residências no país. Ao contrário de outros países desenvolvidos, a maioria da terra em Israel é nacionalizada, pertence e é controlada por imobiliárias estatais, uma herança dos instintos esquerdistas dos fundadores de Israel.

Poderia fazer sentido em 1948, mas não ajuda muito os que desejam construir mais casa hoje em dia. Os processos de planejamento e aprovação são dignos de pesadelos.

Portanto, é difícil para jovens casais e muitas famílias israelenses gastar boa parte de seus rendimentos em alugueis ou hipotecas.

O colunista do jornal israelense Haaretz Gideon Levy acredita que os protestos estão ligados aos ocorridos este ano no mundo árabe, embora esteja ciente de que críticos lembrem que os levantes em países próximos lutavam por liberdade de expressão e os manifestantes em Israel pedem laticínios mais baratos.
Netanyahu/Getty

Netanyahu adiou uma viagem ao exterior

No entanto, ele fala de um "efeito borboleta", transmitindo a energia de protestos da Tunísia ao Egito e para Israel.

"Os objetivos são diferentes, o sistema é diferente. Mas a convicção é a de que as multidões fazem a diferença e as pessoas podem escolher. Realmente acredito que o Egito nos ensinou uma lição", diz ele.

O governo israelense parece ligeiramente aturdido com o repentino descontentamento público e o premiê, Binyamin Netanyahu, adiou uma viagem para a Europa. O governo preparou rapidamente um pacote de reformas que inclui a promessa de construção de mais residências para estudantes.

Mas colocar o gênio da insatisfação de volta na garrafa não será tarefa fácil e o governo lida com a dificuldade mais temida pelos governos: a sensação vaga, crescente e perigosa de que nada vai muito bem.

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