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A panela de pressão

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Mensagem por Vitor mango Sáb Ago 20, 2011 11:07 am

A panela de pressão




Publicado em 20/08/2011 por Daniela Major



Para perceber verdadeiramente o que se passou em Inglaterra é necessário ler este artigo. Apesar
de não concordar com tudo o que autor do post escreveu, é refrescante
encontrar a opinião de alguém que de facto está lá para ver, percebe as
subtilezas do sistema britânico e que sobretudo, não generaliza nem põe
tudo no saco “Primaveras Árabes+morte ao capitalismo”.

Quero com isto dizer que não podemos
julgar Inglaterra e a sociedade inglesa pelos parâmetros
que utilizamos para julgar a nossa. Aliás, dos posts que li por essa
blogosfera fora, foi essa a grande falácia de muitos dos bloggers. Ela é
provavelmente uma das mais complexas e contraditórias de toda a Europa.
A perda de qualquer tipo de regalias tem a ver com o estado “panela de
pressão”. Para mim, Inglaterra é já há pelo menos 10 anos uma panela de
pressão. Primeiro por causa da imigração. Depois pela cultura de
subsídios que, como sabemos, rapidamente se torna um ciclo vicioso e
ainda por cima, difícil de acabar. E por fim, pelo fosso que se
estabeleceu entre pessoas (que é como quem diz, jovens) muito
qualificadas e pessoas com pouquíssimas qualificações. Tal como o artigo
diz:

“Em
Inglaterra o ensino para menores de 18 anos é autista porque não é
feito por educadores exigentes, é feito, modelado e pautado por crianças
que de repente se viram elas próprias obrigadas a estabelecerem os
limites da sua própria educação”


“É
que para criarem um problema ainda maior estabeleceu-se que qualquer
indivíduo com menos de 18 anos ou é um retardado emocional ou é um
perfeito idiota feito de cristal, e então deixou-se de se poder ralhar
com os meninos, deixou-se de poder ter políticas educativas que puxassem
pelos meninos, os meninos têm uma palavra a dizer (…)”


A constante confusão entre a ideia de
classes sociais vincadas (agravadas por Inglaterra ter uma estrutura
política que incluiu a participação muitos supostos nobres. Supostos
porque a maior parte hoje em dia já não o são de nascimento. Mas isso é
outra história) e a noção muito rebatida de que “Inglaterra é um país
despótico e oligárquico e por consequência os pobres não tem
oportunidades nenhumas nem há mobilidade social”, (ideia esta que
obviamente, é proveniente de cabeças que lêem demasiada Jane Austen)
provocou nos políticos ingleses um sentimento de culpa mas ao contrário.
Ou seja, já que não há mobilidade social para os pobrezinhos, toca de
lhes dar benefícios.

“Porque
nesse desenfreado segregacionismo anglo-saxónico de classes: classe
alta, média-alta, média (a que por norma paga pelos bons e pelos maus
porque é a mais extensa em número), trabalhista e baixa, se jogou toda a
construção de uma sociedade feita com medo de ofender. Medo de ofender
no sentido em que para que todos estivessem bem nos seus papéis a que
foram destinados, os médio-ganhadores foram obrigados a pagar pela
ganância dos que muito têm e pela desestruturação e/ou preguiça dos que
pouco possuem”


“Exactamente
porque Inglaterra sempre foi uma sociedade de classes bem vincadas, a
trabalhista e as outras todas que sempre se definiram e diferenciaram
muito bem na cromatografia social britânica, acima de tudo inglesa.
Desde há umas poucas décadas para cá que a forma de se criar um ambiente
de menor austeridade foi dar àqueles que não haviam sido educados e
formados para uma cultura profissional mais adjectivada, subsídios
quasi-trabalhistas que enganaram ao longo do tempo a formação social de
muita gente. Há casos de muita gente em Inglaterra que nunca chegou a
trabalhar, muitos são naturalmente pessoas com problemas, mas muitos há
também que simplesmente se aliaram à cultura dos “benefits” e dela vivem
de forma parasítica. Ora daqui temos que destilar duas situações
bastante distintas: os que recorrem a “benefits” pontualmente porque são
pessoas realmente necessitadas, e os que recorrem a “benefits” como
forma de estar na vida sem necessidades.

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Publicado em política internacional
|

Tags confrontos, inglaterra, politica, sociedade
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