Ferreira do Amaral: 'É mais fácil evitar a falência fora do Euro' [com vídeo]
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Ferreira do Amaral: 'É mais fácil evitar a falência fora do Euro' [com vídeo]
Ferreira do Amaral: 'É mais fácil evitar a falência fora do Euro' [com vídeo]
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2 de Outubro, 2011por Frederico Pinheiro e Luís Gonçalves
Quanto mais depressa Portugal sair do Euro, melhor será. Para o economista João Ferreira do Amaral o país deve criar excedentes comerciais, de modo a pagar a dívida, e «tal só é possível fora da Zona Euro». Um novo pacote de apoio financeiro será necessário já em 2012, alerta. «O Governo já deveria ter avisado os parceiros europeus de que para o ano isso se tornará evidente», observa.
A Zona Euro está numa situação crítica. Portugal deve sair?
A melhor solução para Portugal é sair de forma apoiada. Isto para garantir que todas as aplicações financeiras em Portugal estejam asseguradas. E assim afastam-se receios de qualquer incumprimento.
O que deve ser feito para essa saída ser controlada?
Manter o apoio financeiro e garantir um próximo pacote, pois creio que necessitaremos de mais assistência financeira. Por outro lado, é necessário um comprometimento muito grande do Banco Central Europeu: para apoiar a sustentação da nova moeda dentro dos limites de depreciação razoáveis e, num segundo aspecto, criar facilidades de apoio aos bancos no período de transição, para evitar qualquer pânico.
Isso faria sentido numa altura em que os mercados estão dominados pelo medo?
A Zona Euro deve estar estabilizada. Esta instabilidade é insustentável por muito mais tempo.
Mas os Estados terão algum interesse em abandonar o euro quando houver estabilidade?
Julgo que sim, porque o nosso problema no euro não é conjuntural, nem de dívida soberana. É consequência de um desequilíbrio estrutural que se arrasta desde a entrada no euro. É importante criar condições para um crescimento económico sustentável. E, dentro da Zona Euro, isso não é possível. Por uma razão: temos uma divida externa brutal e, portanto, temos de formar excedente da balança de pagamentos para irmos pagando e arranjarmos alguma folga a nível externo. Não conseguimos criar excedentes na Zona Euro dada a debilidade da nossa estrutura produtiva.
Qual seria a desvalorização ideal da nova moeda?
Pelos meus cálculos, algo entre 30% a 40% seria suficiente. A desvalorização deverá ser gradual. Ou seja, uma desvalorização mensal programada da taxa de referência da nova moeda em relação ao euro.
As principais exportações do país são automóveis, maquinaria e produtos ligados à fileira florestal. Estes bens podem beneficiar com a desvalorização?
Todos os sectores de bens transaccionáveis são beneficiados pela desvalorização. Uma desvalorização discrimina estes sectores positivamente. A desvalorização é importante para contrariar os efeitos negativos que decorreram de termos uma taxa de câmbio demasiadamente valorizada. Isso desincentivou o investimento na produção de bens transaccionáveis. Agora temos de reverter esse processo.
O primeiro-ministro já admitiu a possibilidade de Portugal necessitar de um novo pacote de financiamento...
Julgo que, provavelmente, iremos perceber que vamos precisar de um novo pacote em meados de 2012. Aliás, o Governo já deveria ter avisado os líderes e parceiros europeus que, para o ano, isso se irá tornar evidente.
Resolveria o nosso problema?
Não, mas é essencial para estabilizar a situação. Depois devemos pensar numa solução estrutural. O mais racional e inteligente seria reconhecer que o projecto do euro falhou.
Admite a existência de um euro de elite?
A política deve fazer-se face às realidades. É um erro medonho colocar a economia ao serviço de fins políticos e a moeda única é um fim político. As realidades económicas acabam por emergir.
Desistiu então da ideia dos eurobonds?
Isso é importante para estabilizar a Zona Euro, mas não resolve o nosso problema estrutural, que é económico e não financeiro. Apoia uma eventual reestruturação na Grécia? Isso é uma anti-solução. A Grécia ficará durante muitos anos com o estigma. E o que se sucede no dia seguinte? A economia começa a funcionar? Não. Daqui a cinco anos estaria na mesma.
Na Argentina houve desvalorização e depois reestruturação.
O caso da Argentina é aquilo que sucederá a Portugal se não tivermos apoio.
É então possível evitar a reestruturação em Portugal?
Julgo que não será necessário reestruturar, desde que tenhamos o apoio financeiro necessário para aguentarmos a saída do euro. Mas esse apoio será necessário em qualquer caso.
frederico.pinheiro@sol.pt e luis.goncalves@sol.pt
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2 de Outubro, 2011por Frederico Pinheiro e Luís Gonçalves
Quanto mais depressa Portugal sair do Euro, melhor será. Para o economista João Ferreira do Amaral o país deve criar excedentes comerciais, de modo a pagar a dívida, e «tal só é possível fora da Zona Euro». Um novo pacote de apoio financeiro será necessário já em 2012, alerta. «O Governo já deveria ter avisado os parceiros europeus de que para o ano isso se tornará evidente», observa.
A Zona Euro está numa situação crítica. Portugal deve sair?
A melhor solução para Portugal é sair de forma apoiada. Isto para garantir que todas as aplicações financeiras em Portugal estejam asseguradas. E assim afastam-se receios de qualquer incumprimento.
O que deve ser feito para essa saída ser controlada?
Manter o apoio financeiro e garantir um próximo pacote, pois creio que necessitaremos de mais assistência financeira. Por outro lado, é necessário um comprometimento muito grande do Banco Central Europeu: para apoiar a sustentação da nova moeda dentro dos limites de depreciação razoáveis e, num segundo aspecto, criar facilidades de apoio aos bancos no período de transição, para evitar qualquer pânico.
Isso faria sentido numa altura em que os mercados estão dominados pelo medo?
A Zona Euro deve estar estabilizada. Esta instabilidade é insustentável por muito mais tempo.
Mas os Estados terão algum interesse em abandonar o euro quando houver estabilidade?
Julgo que sim, porque o nosso problema no euro não é conjuntural, nem de dívida soberana. É consequência de um desequilíbrio estrutural que se arrasta desde a entrada no euro. É importante criar condições para um crescimento económico sustentável. E, dentro da Zona Euro, isso não é possível. Por uma razão: temos uma divida externa brutal e, portanto, temos de formar excedente da balança de pagamentos para irmos pagando e arranjarmos alguma folga a nível externo. Não conseguimos criar excedentes na Zona Euro dada a debilidade da nossa estrutura produtiva.
Qual seria a desvalorização ideal da nova moeda?
Pelos meus cálculos, algo entre 30% a 40% seria suficiente. A desvalorização deverá ser gradual. Ou seja, uma desvalorização mensal programada da taxa de referência da nova moeda em relação ao euro.
As principais exportações do país são automóveis, maquinaria e produtos ligados à fileira florestal. Estes bens podem beneficiar com a desvalorização?
Todos os sectores de bens transaccionáveis são beneficiados pela desvalorização. Uma desvalorização discrimina estes sectores positivamente. A desvalorização é importante para contrariar os efeitos negativos que decorreram de termos uma taxa de câmbio demasiadamente valorizada. Isso desincentivou o investimento na produção de bens transaccionáveis. Agora temos de reverter esse processo.
O primeiro-ministro já admitiu a possibilidade de Portugal necessitar de um novo pacote de financiamento...
Julgo que, provavelmente, iremos perceber que vamos precisar de um novo pacote em meados de 2012. Aliás, o Governo já deveria ter avisado os líderes e parceiros europeus que, para o ano, isso se irá tornar evidente.
Resolveria o nosso problema?
Não, mas é essencial para estabilizar a situação. Depois devemos pensar numa solução estrutural. O mais racional e inteligente seria reconhecer que o projecto do euro falhou.
Admite a existência de um euro de elite?
A política deve fazer-se face às realidades. É um erro medonho colocar a economia ao serviço de fins políticos e a moeda única é um fim político. As realidades económicas acabam por emergir.
Desistiu então da ideia dos eurobonds?
Isso é importante para estabilizar a Zona Euro, mas não resolve o nosso problema estrutural, que é económico e não financeiro. Apoia uma eventual reestruturação na Grécia? Isso é uma anti-solução. A Grécia ficará durante muitos anos com o estigma. E o que se sucede no dia seguinte? A economia começa a funcionar? Não. Daqui a cinco anos estaria na mesma.
Na Argentina houve desvalorização e depois reestruturação.
O caso da Argentina é aquilo que sucederá a Portugal se não tivermos apoio.
É então possível evitar a reestruturação em Portugal?
Julgo que não será necessário reestruturar, desde que tenhamos o apoio financeiro necessário para aguentarmos a saída do euro. Mas esse apoio será necessário em qualquer caso.
frederico.pinheiro@sol.pt e luis.goncalves@sol.pt
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Ferreira do Amaral: 'É mais fácil evitar a falência fora do Euro' [com vídeo]
Como nao sou economista "cista " posso dizer as mesmas asneiras que os experts que falharam TUDOOOOOOOOOOO
e o que penso é o seguinte
Se portugal nao estivesse no Euro a nossa moeda valeria uns 1000 % de desvalorizaçao
TODAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a reforma que se esta a fazer se deve ao modelo Europeu que nos obrga a gerir bem o dinheiro
ISTO jamais seria feito com moeda apropria e a bandalheira monetária seria um caos
Politicamente seriamos menos de ZERO ..mas na CE temos varias possibilidade de arrotar forte
nota episcopal - Nao li o post ( porque nameapeteceu pah
e o que penso é o seguinte
Se portugal nao estivesse no Euro a nossa moeda valeria uns 1000 % de desvalorizaçao
TODAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a reforma que se esta a fazer se deve ao modelo Europeu que nos obrga a gerir bem o dinheiro
ISTO jamais seria feito com moeda apropria e a bandalheira monetária seria um caos
Politicamente seriamos menos de ZERO ..mas na CE temos varias possibilidade de arrotar forte
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