Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”

Ir para baixo

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Empty A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”

Mensagem por Vitor mango Qui Out 06, 2011 7:37 am

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao

Desperta pastor! O filme é inspirado em visões de uma esotérica

“Certamente, ele tomou
sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o
reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado
pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos
trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías
53.4-5).


A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao01
A Paixão de Cristo de Mel Gibson.

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo” (lançado à época da dita “semana santa”, em
março de 2004), subestimou um fato essencial. Enquanto alguns cristãos ingênuos
louvavam sua suposta “autenticidade bíblica” e outros criticavam sua “violência
brutal” e seu “anti-semitismo”, a fonte principal que inspirou Mel Gibson a
produzir essa película quase não recebeu atenção.

Vários ícones do cristianismo ignoraram ou desconheceram onde Mel
Gibson foi pescar a maioria das informações para o seu filme e apoiaram
cegamente essa película.

No início de dezembro de 2003, antes do filme chegar aos cinemas,
o papa João Paulo II (1920-2005) assistiu-o em uma seção particular no Vaticano
e, ao término da exibição, sentenciou: “O filme é como era”.(1)

O reverendo Billy Graham também teve sua exibição particular antes
do filme chegar aos cinemas. Elogiou a película e isentou os judeus pela morte
de Cristo: “Me senti como se estivesse lá. Me levou às lágrimas. Duvido se já
houve uma apresentação mais tocante e gráfica da morte e ressurreição de Jesus,
a qual os cristãos acreditam que seja o mais importante evento da história da
humanidade [...] O filme é fiel aos ensinamentos bíblicos de que somos todos
responsáveis pela morte de Jesus, porque todos pecamos. São os nossos pecados
que causaram a Sua morte e não qualquer grupo em particular”.(2)

Outro ícone evangélico mundial, o reverendo Rick Warren, da Igreja
Saddleback,

em Lake Forest,
na Califórnia, e autor do best-seller “Uma
Vida Com Propósito”,
foi um grande promotor do filme. Warren chegou a
adquirir 18 mil ingressos do filme.(3)

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao02
O livro que inspirou A Paixão de Cristo de Mel Gibson.

No Brasil, não foram poucos os pastores que incentivaram os
membros que pastoreiam a irem aos cinemas. Alguns compraram todos os ingressos
de algumas seções para os membros da igreja. Até algumas revistas evangélicas
se derramaram em elogios.

Bem, qual foi a principal fonte bibliográfica de Mel Gibson? O
livro A Dolorosa Paixão do Nosso Senhor
Jesus Cristo
(4), publicado pela primeira vez em 1833.

Infelizmente, esse livro consiste de “visões” de uma freira alemã
chamada Anna Katharina Emmerick (1774-1824).

Quem foi Anna Katharina Emmerick?

Citarei, a seguir, vários trechos do terceiro capítulo da Tese de
Doutoramento do professor Orlando Fedeli, aprovada na Universidade de São Paulo
em 1988, sobre os “Elementos Esotéricos e
Cabalísticos nas Visões de Anna Katharina Emmerick”,
publicada no site
Montfort Associação Cultural.

Anna Katharina Emmerick era uma camponesa inculta e de poucas
leituras. Muito do que sabemos sobre ela nos foi passado pelo poeta alemão
Clemens Brentano, secretário e redator das “visões” dessa freira. Segundo
Orlando Fedeli:

Emmerick nasceu em 8 de setembro de 1774, em Flamske, aldeia
próxima a Coesfeld, na Westfália. [...] Foi batizada logo após o nascimento na
paróquia de S. Tiago de Coesfeld. [...]

O padre Schmoeger conta que, segundo as Visões que Katharina Emmerick teve de si mesma, ela possuíra o uso
da razão desde o nascimento [...].

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao03
A freira alemã Anna Katharina Emmerick.

Brentano afirma que, quando pequena, ela tinha visões de Jesus
jovem e de João Batista menino, aos quais ela chamava de “Jungsten” e
“Hanneschen”, sendo que o primeiro a ensinava a fazer vestidos para a sua
boneca. Diz também que, quando menina, contava ao pai cenas bíblicas que
assistia em visão e o pai, comovido, chorava, perguntando onde ela aprendera
tais coisas [...].

Trabalhou no ofício de costureira até 1799 [...].

Os biógrafos costumam dizer que ela leu pouco. Brentano diz que
ela nunca leu a Bíblia, o que é surpreendente, pois ela leu várias obras
piedosas e místicas [...].(5)

Em seu livro A Dolorosa
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Emmerick afirma que no dia 13 de
novembro de 1803, com a idade de 29 anos, ela fez seus votos solenes e
tornou-se esposa de Jesus Cristo no Convento de Agnetenberg em Dulmen.(6) Desde
então passou a chamar Jesus Cristo de “meu Esposo Divino” ou “meu Esposo
Celeste”.

A freira Anna Emmerick gostava de chupar os dedos do padre e de
mamar nos seios de outra mulher

O professor Orlando Fedeli continua

em sua Tese de Doutoramento:

O diário do médico de Katharina Emmerick, Dr. Franz Wilhem
Wesener (1782-1832), é um documento de extraordinário valor para se elucidar a
questão Emmerick, visto que ele é bem mais objetivo e sincero do que Brentano.
Veja-se o que ele conta da primeira visita que fez a Katharina Emmerick:

“Depois que entrei em seu
quarto, o ex-dominicano Pe. Limberg a (Katharina Emmerick) levantou da cama, e
a colocou no colo de sua irmã. Ela permaneceu num estado de desfalecimento.
Antes, trocaram-lhe a roupa a qual estava molhada de suor como se tivesse sido
mergulhada na água. Do mesmo modo, estavam molhados os lençóis. Também os
travesseiros, e o chão embaixo da cama estavam molhados”.


“Por ordem do Pe. Limberg
eu toquei os ombros dela com minhas mãos. Ela estremeceu suavemente, e depois
ficou novamente tranqüila. Então o Pe. Limberg a tocou com os dois dedos
consagrados. Ela esboçou um sorriso, e seus ombros passaram a ter um movimento
convulsivo”.


“Nós fizemos esta
experiência, várias vezes, com o mesmo resultado. Ainda mais freqüentemente
fizemos a seguinte experiência: o Pe. Limberg movimentava os dois dedos
consagrados até cerca de duas polegadas dos lábios dela. Logo, o seu corpo
rígido, como o ferro atraído por ímã, se curvava em direção aos dedos. E quando
ela alcançava os dedos com os seus lábios, ela os beijava e chupava o dedo
indicador. O Pe. Limberg animava-a insitentemente a morder um pedaço do dedo,
mas ela dizia que não podia fazer isso, e como o Sr. Limberg lhe perguntasse
por que ela chupava o dedo, dizia: ‘Porque ele é tão doce!’ Depois disso, por
ordem do Pe. Limberg, eu colocava meu dedo na boca dela, mas ela permanecia em
seu desfalecimento, e não se movimentava mais”.


“Tudo isso aconteceu
estando ela rígida e desfalecida, com os olhos bem fechados”.


“No meio desse
desfalecimento, o Pe. Limberg curvou sua cabeça bem devagar em direção a ela.
Quando estava a cerca de três polegadas do seu rosto, o corpo, aparentemente
morto, se ergueu para o crânio do Pe. Limberg, e ela encostou a boca na cabeça
dele. Quando o Pe. Limberg a colocou de novo sobre o travesseiro, seu corpo
todo estava duro como um pedaço de madeira, tanto que, se eu a segurasse pela
cabeça, talvez pudesse endireitar todo o seu corpo. 0 Pe. Limberg fechou a
cortina da cama, o francês Lambert colocou uma dupla coberta de lã, e então o
Pe. Limberg se dirigiu ao meio do quarto, e fez uma cruz com a mão e disse bem
baixinho: Abençoe-te Deus o Pai, o Filho e o Espirito Santo. Imediatamente, a
mão mortalmente fraca se moveu lentamente sob o lençol, e fez o sinal da cruz”.


A cena é absolutamente estranha, e, a respeito desse caso, Erika
Tunner afirma: “Os padres têm um poder
absoluto sobre ela
(Katharina Emmerick), sua devoção pelos dedos consagrados está no limite do patológico”.

Sem pretender dar uma opinião num campo que não é absolutamente o
nosso, e no qual não temos nenhuma competência, é preciso, entretanto, frisar
que a cena descrita pelo Dr. Wesener tem, mesmo para um leigo, forte conotação
sexual.

Por outro lado, as ações do Pe. Limberg sobre a paciente e suas
reações, se enquadram perfeitamente no que então praticavam os seguidores do
magnetismo, o que prova que já antes do contato com o Dr. Wesener, o Pe.
Limberg aplicava seus conhecimentos de magnetismo sobre Katharina Emmerick.

No diário do Dr. Wesener se verifica que era comum o Pe. Limberg
curar as dores de cabeça, ou dores de dentes de Katharina Emmerick, dando-lhe
os seus dedos consagrados a chupar. É claro que, cenas como essas, não podiam
aparecer nas biografias “piedosas” de Katharina Emmerick, feitas por Brentano,
ou pelo Pe. Schmoeger.

A vidente sentia, aliás, atração pelos dedos consagrados de
qualquer sacerdote. Quando o cônego Bernhard Overberg, famoso pedagogo e
reformador do clero da Westfália, foi visitá-la, em 1815, ao dar-lhe a mão,
Katharina Emmerick segurou apenas o polegar e o indicador do padre dizendo:
“São esses que me alimentam” [...].

Nós agora chegamos à idéia de alimentar a enferma com o leite de
uma ama, e já que eu estava tratando do mamilo ferido de uma senhora, conhecida
e parente do Pe. Limberg, senhora que havia dado à luz há seis semanas, eu a
procurei para que, algumas vezes por dia, ela desse o peito à enferma, porque
ela tinha leite em abundância, e o seu filho não podia se amamentar no peito
ferido. A senhora compreendeu isso com alegria, e assim, no dia 18 de outubro,
sábado, começamos com o leite da ama. A doente, devido à sua fraqueza não pôde
mamar muito. Ela reteve o leite, queixando-se, contudo, à noite, de dor de
barriga.

Em 9 de novembro, Wesener registra que Katharina Emmerick lhe
contou que, quando ainda estava no convento, muito doente, teve uma visão de
uma bela mocinha que lhe oferecia o seio regorgitante de leite. De início, a
vidente sentira repugnância, mas, depois, aceitara tomar o peito. Na sexta-feira,
28/11/1817, o Dr. Wesener escreveu: “A doente na semana passada, esteve na
maioria das vezes melhor. Ela toma o peito três vezes por dia”.

Ora, mesmo que a medicina romântica daqueles tempos recomendasse
o leite humano a certos doentes, fica difícil imaginar que se recomendasse
também, como necessário, que os pacientes tomassem o leite diretamente do peito
da ama. Evidentemente, o Pe. Schmoeger, como também outros biógrafos piedosos
de Katharina Emmerick, não dizem uma palavra a respeito desse estranho método
terapêutico.

(Caso, um dia, Katharina Emmerick fosse canonizada, ficaria
dificílimo explicar ao público, como seria possível considerar santa,
praticante de virtudes heróicas, uma freira que se amamentava, várias vezes por
dia, ao seio de uma mulher).(7)

Os estigmas de Anna Emmerick: as feridas da crucificação de
Cristo

Os estigmas são as feridas sofridas por Jesus Cristo durante o
processo da crucificação. Os católicos afirmam que a primeira pessoa a tê-las
foi “São Francisco de Assis” (nasceu em 1181/1182 em Assis na Itália e morreu
em 1226 na Itália). Entre “São Francisco de Assis” e Anna Katharina Emmerick,
sabe-se que existiram pelo menos 50 pessoas com os supostos estigmas de Jesus
Cristo.(Cool

O já citado professor Orlando Fedeli,

em sua Tese de Doutoramento
sobre os “Elementos Esotéricos e
Cabalísticos nas Visões de Anna Katharina Emmerick”,
escreve acerca dos
ferimentos imitando as chagas de Cristo que surgiram, sem causa aparente, no
corpo de Emmerick:

Em 1802, Emmerick teria recebido misticamente a coroa de espinhos
de Cristo, mas sem efusão de sangue, apenas com um inchaço na fronte, nas
têmporas e até nas faces. Foi só mais tarde, quando já estava no convento, que
sua testa começou a sangrar, em pequenos pontos.

[...] Katharina Emmerick pretendia servir a seu ex-capelão, que
estava adoentado, mas depois caiu tão doente que foi ela quem teve que ser
servida. Segundo seu depoimento no inquérito estatal, foi em 28/08/1812, festa
de S. Agostinho, patrono de sua ordem, que ela recebeu um primeiro sinal
místico: sobre seu estômago apareceu uma cruz sangrenta. Semanas depois teria
aparecido uma segunda cruz, parecida com a cruz de Coesfeld, sobre o osso
esterno, sangrando periodicamente. No dia de Santa Catarina (25/11/1812), uma
outra cruz, semelhante à antecedente, apareceu sobre o osso esterno, acima
daquela que já recebera, formando uma só marca. No natal de 1812, ela recebeu
os estigmas de Cristo nas mãos e nos pés. E finalmente, a 29/12/1812, recebeu a
chaga do peito de Cristo, no seu flanco.

[...] Essas chagas sangravam em certos dias da semana:

‘A dupla cruz sobre o esterno sangrava, a maior parte das vezes,
às quartas-feiras. As chagas do flanco e da cabeça, apenas às
sextas-feiras’.(9)

O autor Joe Nickell, conhecido por investigar fraudes,
comenta sobre a personalidade de
Emmerick em seu artigo intitulado “Visões Por Trás da Paixão”:

Resumindo, Emmerick exibiu muitos dos traços indicativos de uma
personalidade propensa à fantasia (Wilson e Barber 1983). Essa não é apenas o
tipo de personalidade de numerosos visionários religiosos, mas também de
incontáveis médiuns espirituais, abduzidos por alienígenas e outros
fantasiadores. Eles acreditam tipicamente que possuem poderes especiais,
freqüentemente incluem a habilidade de se comunicarem com entidades superiores
– um tipo de versão adulta do companheiro imaginário da época de criança.

A mística Emmerick pode também ter sido uma fraudulenta piedosa.
Ela montou um show como se fosse uma cristã, ao ponto de dormir em tábuas
colocadas no chão em forma de uma cruz, e quando tinha vinte e quatro anos de
idade reivindicou ter recebido a dor da coroa de espinhos de Jesus. Logo em
seguida, havia sangue escorrendo pela sua face. Após ter sido recebida em um
convento das agostinianas, supostamente recebeu ‘uma marca como uma cruz sobre
seu peito’ e posteriormente até exibiu uma série completa dos estigmas (os
ferimentos da crucificação de Cristo).

Ela foi o objeto de uma investigação médica durante 3 semanas,
porém ‘essa investigação parece não ter produzido nenhum efeito específico’
(“Life” 1833). Nem a ciência e tampouco a Igreja Católica autenticaram um único
estigma. Sem dúvida, muitos estigmas têm sido comprovadamente fraudulentos
(Nickell 2000; Nickell 2004).

Em seguida, Emmerick reivindicou praticar a inédia, isto é, a
alegação de ter a habilidade de abster-se de todos os alimentos, suspendendo
todas as comidas e, algumas vezes, bebidas (Nickell 1993, 225-229). Emmerick
supostamente sobreviveu apenas com vinho, e eventualmente “apenas pura água”
(“Life” 1833). Ela nunca foi investigada apropriadamente, mas alguns inédicos
que foram, acabaram expostos como fraudulentos.(10)

O papa beatificou Emmerick, que em breve será uma “santa”
católica

A primeira tentativa de canonização de Emmerick foi no século XIX.
Sobre esse assunto o professor Orlando Fedeli escreve:

O próprio processo de canonização da freira, introduzido em
1892-1894, se mostrou marcado pela mesma falta de objetividade e pela
preocupação dos postuladores em salvar a qualquer custo a canonização dela.

O resultado foi a transformação do processo em uma verdadeira
embrulhada (“un vero guazzabuglio”),
na pitoresca expressão do voto I da “Relatio et vota Congressus Peculiaris
10/02/1981”, documento da “Sacra Congregationis Pro Causa Sanctorum” p. 1225. E “verdadeira embrulhada exatamente na
reprodução daqueles documentos
(das testemunhas) feita de modo cientificamente bárbaro, e com critérios que escapam a
qualquer classificação, e que não é nem possível intuir qual seja, tanto eles
são arbitrários e fora do mais elementar bom senso, de forma caótica”.


[...] O processo, entretanto, não foi adiante em virtude de veto
do Santo Ofício em 30 de novembro de 1928, considerando impossível uma
continuação, pois uma eventual canonização de Katharina Emmerick viria dar
grande autoridade aos escritos que se lhe atribuiam.(11)

Em 1973, o papa Paulo VI suspendeu o veto de 1928 e o processo de
canonização foi reaberto.

No entanto, foi o falecido papa João Paulo II, recordista em
beatificações de fiéis católicos, que no domingo 3 de outubro de 2004, sem
perder tempo e menos de sete meses após o lançamento do filme “A Paixão de Cristo” de Mel Gibson,
honrou a mística freira alemã com o título de beata.

A beatificação é o último passo formal na Igreja Católica antes de
conferir o título de santidade. Imagine? Anna Katharina Emmerick está a poucos
centímetros de ser elevada aos altares das igrejas católicas como mais uma
santa!

O Vaticano concluiu que a veracidade de suas visões contidas no
livro do século XIX não podem ser confirmadas. Oficiais do Vaticano, que
examinaram a vida de Emmerick, afirmam que a escolha da freira para a
beatificação foi feita decorrente de “sua generosidade para com os pobres e sua
extraordinária empatia com o sofrimento”.(12)

Durante a homilia, o papa João Paulo II sentenciou: “A abençoada
Anna Katharina Emmerick viu o sofrimento amargo do nosso Senhor Jesus Cristo e
experimentou isso no seu próprio corpo”.(13) Eita papa “infalível”!

As visões místicas da freira Emmerick foram incorporadas ao filme

Analisemos, pois, algumas das muitas visões de Emmerick que
transformaram-se em trechos do filme “A
Paixão de Cristo”:


a) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus Cristo, no
Getsêmani, deu sinal de frouxidão diante dos três apóstolos. No filme, os três
apóstolos (Pedro, Tiago e João) estão com Jesus no Getsêmani e João ao ver o
estado lastimável

em que
Jesus se encontrava, pergunta se deve chamar os outros oito
apóstolos (Judas já não estava mais entre o grupo) e Jesus responde: “Não,
João. Não quero que eles me vejam assim”. Onde Mel Gibson foi buscar essa
informação? No livro da freira Emmerick, A
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo,
onde Jesus fala: “Não chama
os oito; eu não os trouxe aqui, porque eles não podiam me ver agonizando sem
que ficassem escandalizados; eles cairiam em tentação, esquecer-se-iam do
passado e perderiam sua confiança em mim”. (página 66).

b) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Satanás, no
Getsêmani, dialogou com Jesus Cristo. Onde Mel Gibson foi buscar essa
informação? No livro da freira Emmerick, A
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
(pp. 63-76).

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao04
Jesus, acorrentado, sendo jogado da ponte para baixo.

c) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus Cristo, após
ter sido preso no Getsêmani, foi amarrado, levado a cruzar uma ponte,
acompanhado a cada passo com insultos, blasfêmias e golpes. Durante a travessia
da ponte, cai em direção ao rio e fica pendurado pelas cordas e correntes. Mais
uma vez, onde Mel Gibson foi buscar essa informação? No livro da freira
Emmerick, A Dolorosa Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo
(p 87).

d) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Judas, antes de
suicidar-se, saiu correndo para fora da cidade acompanhado por demônios. Outra
vez, onde Mel Gibson foi buscar essa informação? No livro da freira Emmerick, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo
(p 96).

e) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que o apóstolo Pedro,
após ter negado Jesus três vezes, arrependido e aos prantos, encontra Maria na
casa de Caifás, chama-a de “Mãe” e diz: “Não sou digno! Eu o neguei três vezes,
Mãe!”, e sai correndo pelo pátio como se estivesse fora de si. De novo, onde
Mel Gibson foi buscar essa informação? No livro da freira Emmerick, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo
(pp. 112-113).

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao05
Um açoite especial como dedos que arrancam partes da pele.

f) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos uma descrição tão
precisa de um tipo diferente de açoite com lascas nas pontas para lacerar a
pele. Lembram-se da cena? Enquanto dois executores açoitam Jesus com a maior
fúria possível, eles testam primeiro encima da mesa e depois nas costas de
Jesus, esse açoite que tem na ponta um instrumento como se fossem uns tipos de
dedos em garra que arrancam pequenas partes da pele, expondo a musculatura,
como se fossem pequenas mordidas. Novamente, onde Mel Gibson foi buscar essa
informação? No livro da freira Emmerick, A
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
(p. 146).

g) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que após Jesus ter sido
impiedosamente espancado pelos soldados romanos, Cláudia Procles, a suposta
esposa de Pilatos, entrega a Maria, mãe de Jesus, uns pedaços de linho.
Lembram-se da cena? Em seguida, Maria mãe de Jesus e Maria Madalena ajoelham-se
no chão perto da coluna onde Jesus foi açoitado e limpam o sangue derramado por
Jesus com o linho que receberam de Cláudia Procles. Para não perder o costume,
onde Mel Gibson foi buscar essa informação? No livro da freira Emmerick, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo
(p.148).

h) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que durante o sofrido
caminho para o Calvário, Verônica enxuga com um véu a face de Cristo e a face
fica marcada como um retrato no véu. Na verdade, isso é uma antiga tradição
católica que já tinha sido incorporada como a sexta das 14 estações da “Via
Crucis” pelos papas Clementes XII, em 1731, e Bento XIV, em 1742 (portanto,
antes da freira Anna Emmerick nascer). Sim, essa cena também está descrita no
livro da freira Emmerick, A Dolorosa
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
(pp.172-174).

i) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que após a primeira
mão (“mão esquerda”) de Jesus ter sido pregada com o prego na cruz, os romanos
observaram que a sua outra mão não alcançava o buraco que haviam produzido para
receber o prego e prontamente puxaram violentamente o seu braço direito até que
o mesmo alcançasse o local onde estava o orifício na madeira. Adivinhe onde Mel
Gibson foi buscar essa informação? No livro da freira Emmerick, A Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus
Cristo
(p.181, com uma diferença apenas, no livro a primeira mão a ser
pregada foi a direita e depois a esquerda).

Bem, poderia continuar citando outras cenas do filme de Mel Gibson
que foram inspiradas nas visões esotéricas da freira alemã, no entanto, acho
que já ilustrei o suficiente para provar que quando Gibson afirmou que tinha se
inspirado nesse livro, era porque verdadeiramente manteve relações estreitas
com essa literatura.

O filme contém muitas cenas inexatas, um bocado adicionadas sem o
apoio das Escrituras e muitas outras que são abertamente contrárias à Palavra
de Deus. Apenas um exemplo: na Paixão de Mel Gibson, enquanto Jesus
encontrava-se no Getsêmani, uma cobra desliza por baixo do manto de Satanás e
chega até Jesus que a mata com Seu calcanhar. De fato isso é uma referência à
profecia de Gênesis 3.15, mas a Bíblia não menciona que isso ocorreu no
Getsêmani. Indubitavelmente, Jesus destruiu o diabo na cruz (na Sua morte) e
não no Getsêmani (Hebreus 2.14). Sem dúvida, Mel Gibson inventou muita coisa,
além de beber profundamente no poço místico de Emmerick.

O tema do filme: Jesus é o nosso salvador e Maria a nossa força!

Esse é um dos filmes mais marianos que já assisti. Voltemos a
analisar apenas algumas cenas de “A
Paixão de Cristo”:


a) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que enquanto Jesus
angustiava-se no Getsêmani, Maria, em sua residência, podia sentir o Seu
tormento.

b) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que João e Pedro
chamavam Maria de “Mãe”.

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao06
Pedro, ajoelhado, pedindo perdão a Maria por ter negado Jesus.

c) Já citei anteriormente que Pedro, após ter negado a Jesus
três vezes, foi pedir perdão a “Mãe” Maria.

d) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que somente Jesus e
Maria tinham capacidade de visualizar Satanás que estava presente durante todo
o processo da crucificação.

e) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus, enquanto é
barbaramente açoitado na região ventral e dorsal pelos romanos, cai ao chão
exausto e olha para Maria no meio da multidão. Na seqüência, Jesus, como se
Maria estivesse passando para Ele uma força energética, consegue ainda ficar

em pé. O guarda romano atônito,
exclama: “impossível!”. A mensagem nas entrelinhas foi passada: Maria é a nossa
força!

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao07
Maria no andar superior, sentindo a presença de Jesus na prisão logo abaixo dela.

f) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus ficou preso
em um compartimento numa prisão subterrânea e nem que Maria tinha poderes
sobrenaturais. Lembram-se da cena? Maria se dirige a um local específico do
prédio e se deita no chão com a cabeça encostada no chão, porque sentiu que era
exatamente naquele ponto no andar inferior que Jesus estava preso. Então, a
câmara passa por dentro do chão e mostra Jesus pendurado pelas argolas e
olhando para cima em direção ao teto, exatamente em direção a Maria. A mensagem
nas entrelinhas foi passada: Maria tem poderes paranormais!

g) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus, enquanto
caminhava em direção ao Calvário e foi lhe dada a cruz para carregar, orou a
Deus Pai, assim: “Sou teu servo, Pai. Teu servo, filho da tua serva”. A
mensagem nas entrelinhas mais uma vez é passada: Jesus honra a Sua mãe Maria!

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao08
Maria socorrendo Jesus: “Estou aqui”.

h) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus, enquanto
tombou no chão carregando a cruz, Maria saiu correndo ao Seu encontro,
abraçou-O e disse: “Estou aqui” (enquanto isso temos um flashback de uma cena
de quando Jesus era criança e caiu ao chão e Maria correu em Sua direção para
socorrê-lO e abraçando-O, disse: “Estou aqui”). Na seqüência, Jesus responde:
“Vê, mãe, eu renovo todas as coisas”, e consegue buscar forças em Maria para
continuar carregando a cruz. Mais uma vez a mensagem nas entrelinhas é: Maria é
o socorro bem presente em toda a vida de Jesus!

i) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que, enquanto Jesus
estava sendo crucificado, Maria beijou Seus pés ensangüentados e disse ao
moribundo Jesus: “Carne da minha carne, coração do meu coração. Meu filho,
deixa-me morrer contigo”. Novamente, a mensagem nas entrelinhas é: Maria está
disposta a ser crucificada com Jesus.

Poderia citar mais algumas cenas cujas ênfases foram marianas,
porém, acredito que basta de mariolatria.

Um filme anti-semita, sim senhor!

Temos, porém, de ser honestos na nossa análise e devemos reconhecer
que os líderes judeus do Sinédrio, na casa de Caifás, verdadeiramente agrediram
o Senhor Jesus: “Responderam eles: É réu
de morte. Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam muros, e outros o
esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!” (Mateus
26.66-68).
Bem, mas o que lemos no livro de Emmerick e assistimos no filme
de Mel Gibson foi um anti-semitismo aberto e descarado.

Antes de analisarmos algumas cenas anti-semitas, é mister
pontuarmos que os escritos da freira Anna Katharina Emmerick são bastante
antiisraelitas. Emmerick jorra dos seus escritos profundo ódio pelo povo de
Israel: “a fúria dos inimigos de Jesus”; o sentimento do povo era de “ódio e
fúria” contra Jesus; Jesus “foi levado à Corte de Caifás, entre vaias, gritos e
golpes profusos aplicados pela multidão enfurecida”; “os malvados Judeus”; “Os
inimigos maliciosos de nosso Senhor”; “os cruéis Judeus” (pp.80, 94, 99, 113 e
163), entre outros adjetivos depreciativos para com o povo judeu.

Só para não deixar nenhum resquício de dúvida, como essa autora
tinha um sentimento amargo para com o povo judeu, leia a próxima frase: “uma
multidão de infames – a escória de gente – rodeou Jesus como um enxame de
vespas enfurecidas e começaram a inundá-lo de todo insulto imaginável” (p.107).

Analisemos agora apenas duas cenas do filme “A Paixão de Cristo” que apelaram para odiarmos os judeus:

a) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que a multidão tentava
linchar Jesus quando o mesmo passava pelas ruas e que algumas vezes os furiosos
soldados romanos tinham de conter os atos violentos dos judeus. Apesar de, na
película cinematográfica, Jesus ter levado a cruz em boa parte do percurso para
o Calvário acompanhado de insultos e golpes extremamente violentos proferidos
pelos soldados romanos e pela multidão dos judeus, não é isso que a Bíblia
relata. Muito pelo contrário, a Escritura diz: “Seguia-o numerosa multidão de povo, e também mulheres que batiam no
peito e o lamentavam. Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: Filhas de
Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos
filhos!” (Lucas 23.27-28).
A Bíblia não relata nenhum motim enquanto Jesus
caminhava para o Calvário e muito menos se sofreu qualquer outra agressão
física durante o trajeto. Aparentemente, apesar de ter sido surrado no
pretório, podia facilmente falar com as pessoas ao Seu redor.

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao09
O cireneu protesta, mas o romano grita: “Vamos, judeu!”

b) Em nenhum dos quatro evangelhos lemos que Jesus levou a sua
cruz por boa parte do caminho. O texto bíblico relata que, logo após sair do
pretório, quem passou a carregar a cruz foi Simão, um cireneu. Se Jesus chegou
a carregar a cruz em algum momento, foi apenas durante alguns passos iniciais. “Ao saírem, encontraram um cireneu, chamado
Simão, a quem obrigaram a carregar-lhe a cruz” (Mateus 27.32).
Na película,
Simão passou a carregar a cruz juntamente com Jesus. É claro que isso não é
verdade. O texto bíblico nos ensina que Jesus andou na frente e Simão, que ia
logo atrás dEle, carregava a cruz sozinho (Lucas 23.26). Na seqüência
cinematográfica, Jesus, fisicamente exausto, cai no chão e então presenciamos
talvez o mais forte ato anti-semita do filme “A Paixão de Cristo”: alguns judeus chutam Jesus, algumas mulheres
judias sentem pena dEle, os brutamontes soldados romanos tentam afastar a
multidão e um deles comenta: “Povo
impossível!”.
Na seqüência, Simão protesta que não vai mais carregar a cruz
se não pararem de torturar Jesus. Então, um soldado romano grita para Simão: “Vamos, judeu!”, e as chibatadas
continuam. Entenderam a mensagem nas entrelinhas? O povo judeu é impossível e
só atende através de chibatadas.

A propósito, a Bíblia não menciona que Jesus foi espancado no
Getsêmani e nem durante qualquer trajeto que realizou. O trajeto de Jesus foi o
seguinte: Getsêmani – Casa de Caifás – Pilatos, na Fortaleza Antônia – Palácio
de Herodes – Pilatos, na Fortaleza Antônia – Calvário. Na “Paixão de Cristo” de Mel Gibson, Jesus levou bofetadas,
chicotadas, cuspidas, solavancos e pontapés durante todo esse percurso. A
Bíblia não menciona que Jesus tenha caído uma só vez no trajeto para o
Calvário, já na Paixão de Mel Gibson, Jesus caiu seis vezes.

A quem interessa tamanha violência? A dois grupos de pessoas:
primeiro, aos sensacionalistas que querem mostrar o tanto que Jesus sofreu.
Segundo, aos que acreditam em penitência como uma forma de pagamento de seus
próprios pecados ou como forma de pagar por uma graça alcançada.

Uma pergunta bobinha, mas que não quer se calar

“Quem matou Jesus?”, foi a pergunta feita repetitivamente durante
a exibição de “A Paixão de Cristo” nos cinemas. Essa é uma pergunta que pode ser respondida de forma histórica ou
espiritual e a resposta é sempre a mesma:

a) Historicamente, quem matou Jesus? Resposta: Os judeus tanto
quanto os gentios. A Bíblia de Estudo de
Genebra
responde: “Os crentes entenderam corretamente que tanto judeus,
como gentios eram responsáveis pela crucificação de Jesus. Estes eram Herodes
Antipas, que era o filho de Herodes, o Grande, e tetrarca (isto é, autoridade
subordinada aos romanos) da Galiléia e Peréia (Lucas 3.1; 23.6-7) e Pôncio
Pilatos, que foi procurador romano (governador) [...] de

26 a 36 d.C. (Lucas 3.1;
23.1-24). Os principais sacerdotes e anciãos persuadiram o povo a rejeitar
Jesus e pedir por Barrabás (Mateus 27.20-26)”.(14)

O apóstolo Pedro e a igreja oraram: “porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo
Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de
Israel” (Atos 4.27).


b) Espiritualmente, quem matou Jesus? Resposta: Os judeus tanto
quanto os gentios. Na cruz, Jesus levou sobre si os pecados de todos (tanto os
judeus como os gentios). Há inúmeros relatos bíblicos sobre a morte de Jesus na
cruz, pois essa foi a razão principal de Sua vinda à Terra. Em pelo menos três
vezes, Jesus sentenciou claramente aos Seus discípulos que seria morto (Marcos
8.31; 9.31; 10.33-34).

Jesus nasceu para morrer. Na cruz, Jesus se fez o maior dos
criminosos, sem nunca ter pecado. Na cruz, Jesus levou sobre si todos os
pecados dos judeus e dos gentios. “Que
se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos
demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como
está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Romanos 3.9-10). “Pois todos
pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23).
Jesus “foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Romanos 4.25).
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido
por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.Cool. “E ele morreu por todos,
para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por
eles morreu e ressuscitou” (2 Coríntios 5.15).


Irmãos, qualquer outra resposta a essa pergunta é puro bairrismo,
racismo, facção e desconhecimento histórico e espiritual.

As doutrinas

em
que Mel Gibson acredita

Um trecho de um artigo intitulado “O Filme de Mel Gibson – A Paixão de Cristo”, publicado pela Way of Life Literature, do Serviço de
Informação da Igreja Batista Fundamentalista dos EUA e Canadá, nos esclarece
que esse é um filme católico romano:

Mel Gibson pertence a um grupo católico tradicional que realiza a
missa em latim, priva de ingerir carnes nas sextas-feiras, foge do ecumenismo e
pratica outras coisas que foram abolidas no Concílio Vaticano II durante a
década de 60. Gibson construiu a sua própria capela, chamada Família Santa,
próxima a sua casa na Califórnia. Durante a filmagem, Gibson freqüentou as
missas católicas todas as manhãs com o desejo errado de “estar puro”.

O roteiro foi traduzido para o aramaico e o latim pelo padre
jesuíta William Fulco.

Qual é o evangelho que Gibson está tentando pregar durante o
filme? É o evangelho católico dos sacramentos. Quando perguntado por um
entrevistador protestante se alguém pode ser salvo fora da igreja católica
romana, Gibson respondeu: “Não há salvação para aqueles fora da igreja” (Peter
Boyer, “The Jesus War”, The New Yorker, 15 de setembro de 2003). Esse era o ensinamento oficial de Roma antes do
Vaticano II.

A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Paixao10
Mel Gibson (à direita), dirigindo o ator Jim Caviezel.

De acordo com o romanismo, Jesus Cristo morreu na cruz, adquiriu
a redenção e então entregou essa redenção para a Igreja Católica distribuí-la
como pedaços de alimentos para os homens via os sete sacramentos. O homem não
pode receber a salvação eterna diretamente de Cristo pela fé; ele tem que
aproximar-se de Cristo através da Igreja Católica, via batismo, confirmação,
missa, confissão para um padre católico, etc. A Igreja Católica ensina que o
sacrifício de Jesus na cruz não foi de uma vez por todas suficiente, mas tem de
ser perpetuado na missa, a qual é chamada de um sacrifício sem sangue.
Considere esta afirmação do Concílio do Vaticano II: “Portanto, a Missa, a
Santa Ceia, é ao mesmo tempo e inseparavelmente: um sacrifício no qual o
sacrifício da cruz é perpetuado... Pois nele, Cristo perpetua de uma maneira
sem sangue o sacrifício oferecido na cruz, oferecendo a si mesmo ao Pai pela
salvação do mundo através do ministério dos padres” (Documentos do Vaticano II,
“The Constitution on the Sacred Liturgy, Instruction on the Worship of the
Eucharistic Mystery”, Introdução, C 1,2 p.108).(15)

Mel Gibson finalmente saiu do armário do anti-semitismo

Enquanto a película estava em evidência, Mel Gibson foi acusado de
ser anti-semita e jurou que não era, mas pisou na bola quando foi pego
dirigindo em excesso de velocidade em julho de 2006. Leia trecho do seguinte
artigo publicado na revista Veja:

Alcoólatra supostamente redimido há vinte anos, em julho o ator e
diretor enfiou o pé na jaca, foi parado pela polícia por excesso de velocidade
e, daí, saiu do armário do anti-semitismo. Olhando para um policial de
sobrenome judaico, detonou: “Os judeus são culpados por todas as guerras do
mundo”. No dia seguinte, contrito, pediu profusas desculpas, pôs a culpa no
José (Cuervo, o da tequila) e internou-se numa clínica.(16)

Conclusão: Desperta pastor!

Muitos foram os pastores que se emocionaram e apoiaram a película
de Mel Gibson, de forma parcial ou total. Alguns deles são meus amigos e até
meus pacientes. Gostaria muito de fazer a cada um deles a seguinte pergunta: o
que fariam comigo e o que diriam de mim se durante duas horas e quarenta
minutos eu pregasse na igreja deles e ensinasse, durante esse período, cerca de
50 heresias? Posso até imaginar algumas respostas. Pois bem, por que não agiram
assim em respeito ao filme “A Paixão de
Cristo”?


Irmãos, apoiar esse filme não apenas foi fazer um gol contra, foi
fazer parceria com o catolicismo, com Anna Katharina Emmerick, com a
mariolatria e com Adolf Hitler. Irmãos, essa é uma heresia cinematográfica
assim como foram “Jesus Cristo –
Superstar”
(1973), “A Última Tentação
de Cristo”
(1988) e como é “O Código
Da Vinci”
(2006). Oro ardentemente para que Deus nos livre de termos algum
pastor se emocionando e apoiando “O
Código Da Vinci”.


“Não é boa a vossa
jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?” (1
Coríntios 5.6). “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gálatas 5.9). “E
não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém,
reprovai-as” (Efésios 5.11).
Que seja sempre assim, amém! (Dr. Samuel Fernandes Magalhães Costa - http://www.chamada.com.br)

Bibliografia:

(1) Artigo: “Papal
Praise for ‘The Passion’. ‘It is as it was’, John Paul II Says”. Zenit News Agency – The World Seen From
Rome.
18 de dezembro de 2003. Código: ZE03121827.
http://www.zenit.org/english/visualizza.phtml?sid=46445.

(2) Artigo: “Mel
Gibson grants Billy Graham advance look at ‘Passion”’. Florida Baptist Witness. http://www.floridabaptistwitness.com/1987.article.print.

(3) Artigo: “Mel
Gibson’s Film ‘The Passion of Christ”’, by David Cloud. Way of Life Literature’s Fundamental Baptist Information Service. Port Huron, MI. Atualizado no dia 29 de março de 2005.
http://www.wayoflife.org/fbns/melgibson-thepassionofthechrist/melgibsons-film.html.

(4) Emmerick, Anna
Katharina, A Dolorosa Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Axcel Books do Brasil Editora Ltda. Rio de Janeiro,
RJ. 2004.

(5) Tese de Doutoramento do professor Orlando
Fedeli,
aprovada na Universidade de São Paulo em 1988, sobre os “Elementos
Esotéricos e Cabalísticos nas Visões de Anna Katharina Emmerick”, publicada no
site Montfort Associação Cultural.
http://www.montfort.org.br/cadernos/emmerick.html.

(6) Emmerick, Anna
Katharina, A Dolorosa Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Página 07.

(7) Tese de Doutoramento do professor Orlando
Fedeli,
http://www.montfort.org.br/cadernos/emmerick.html.

(Cool Emmerick, Anna
Katharina, A Dolorosa Paixão de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Página 13.

(9) Tese de Doutoramento do professor Orlando
Fedeli,
http://www.montfort.org.br/cadernos/emmerick.html.

(10) Artigo:
“Visions’ Behind The Passion”, by Joe Nickell. Skeptical Inquirer – The Magazine For Science And Reason. Amherst,
NY, volume 28, número 03, maio/junho de 2004, página 11.

(11) Tese de Doutoramento do professor Orlando
Fedeli,
http://www.montfort.org.br/cadernos/emmerick.html.

(12) Artigo: “Pope’s
Piks Stir Controversy”. CBS News. Cidade do Vaticano, 3 de outubro de 2004.
http://www.cbsnews.com/stories/2004/08/14/world/printable636033.shtml.

(13) Id.

(14) A Bíblia de Estudo de Genebra. Editora Cultura
Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, SP, 1999. Nota de rodapé de Atos 4.27,
página 1278.

(15) Artigo: “Mel
Gibson’s Film ‘The Passion of Christ”’, por David Cloud.
http://www.wayoflife.org/fbns/melgibson-thepassionofthechrist/melgibsons-film.html.

(16) Artigo: “Diretor
perde a direção”. Revista Veja. Editora Abril, São Paulo, SP, edição 1989 – ano 39, número 52, 30 de dezembro
de 2006, página 103.

_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
A controvérsia sobre o filme de Mel Gibson, “A Paixão de Cristo”  Batmoon_e0
Vitor mango
Vitor mango

Pontos : 117576

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos