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Produtos que nos orgulham

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Mensagem por Socialista Trotskista Sáb Out 11, 2008 3:32 pm

Produtos que nos orgulham


São ícones do Made in Portugal. Eis 18 produtos que iluminam a alma de qualquer português
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SABONETES ACH. BRITO Os sabonetes Ach. Brito conquistaram a preferência dos Estados Unidos, e merecem destaque em revistas como a «Elle», «Vogue», «Harper´s Bazar» e «House & Garden». A Claus & Schweder, primeira fábrica nacional de sabonetes e perfumes, foi fundada em 1887, no Porto, por dois alemães. Em 1996 renovou a imagem, passando a Claus a ser utilizada como marca para as linhas de produtos de gama alta e a Ach. Brito para o segmento «mass market». Os sabonetes de luxo da marca Claus Porto já conquistaram mercados um pouco por todo o mundo. A embalagem é feita manualmente e os rótulos antigos foram redesenhados.

CHARUTOS DOS AÇORESA Fábrica Estrella em Ponta Delgada (São Miguel), com 118 anos de história, produz quatro charutos que merecem destaque: os Meia Coroa (formato meia corona), os Coroa (corona) os Coroa Real (churchill), e na gama beldina, o Corona. Na Madeira, Açores e, em Lisboa, na Casa Havaneza é possível adquiri-los. Estes puros açorianos contêm uma parte muito reduzida de folha de tabaco açoriana seca, sendo constituídos, principalmente, por folha proveniente de Cuba e do Brasil. A Micaelense, também centenária, é outro produtor local de charutos.

CAIAQUES DO NELO Nelo é uma das marcas de caiaques mais conhecidas no mundo. Primeiro em Sydney e, depois, como fornecedora oficial dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Os seus caiaques ajudaram várias equipas e atletas a ganhar medalhas. Há portugueses no design e na produção. A sua tecnologia revolucionou os padrões da alta competição nesta modalidade. A marca Nelo é comercializada pela Mar Kyaks, empresa de Vila do Conde fundada em 1978. A empresa é líder mundial e especializou-se em produtos compósitos para o desporto, como para a canoagem e o remo.


MATEUS ROSÉ Muito apreciado pelos estrangeiros, vendeu até hoje mais de mil milhões de garrafas. Uma curiosidade: existe uma garrafa com 4,5 metros de altura e 2,5 toneladas de peso, que foi aberta em 2002. Com mais de 60 anos de experiência, o Mateus Rosé é um símbolo mundial do vinho rosé, uma marca de sucesso presente em mais de 120 países. A ideia da forma da garrafa vem dos cantis usados pelos soldados na II Guerra Mundial.

CHOCOLATES DA REGINA Lembra-se das sombrinhas, lápis e tabletes ‘Coma Com Pão’ da Regina? Passados mais de 50 anos, estes produtos históricos ainda são procuradas. Fundada em 1932, a Imperial, empresa do Grupo RAR que detém a marca, sendo hoje o maior fabricante de chocolate a nível nacional.

QUEIJO DA SERRA DA ESTRELA É o mais antigo dos queijos portugueses e um dos melhores do mundo. É produzido na Beira Interior a partir do leite cru das ovelhas da raça Bordaleira Serra da Estrela. Hoje, uma nova geração de produtores, que seguem as pisadas dos pais mas com olhos na inovação, estão ao leme deste barco. A especialista em qualificação de produtos tradicionais portugueses, Ana Soeiro, refere a persistência destes jovens, que têm concentrado a produção e aumentado a dimensão das suas unidades produtivas, conseguindo incrementar o volume da oferta. O queijo de Serpa é outra referência importante.

VINHOS PORTUGUESES Portugal está presente no top 10 dos produtores de vinho na União Europeia e no mundo. Só em 2007 as exportações do sector vinícola rondaram os 977 milhões de euros. A viticultura representa aproximadamente 50% do sector agrícola nacional. Douro e Trás-os-Montes são a região líder, com 68.455 hectares dedicados à cultura da vinha. Periquita, com mais de 150 anos, é o vinho de mesa engarrafado mais antigo do país e que hoje se vende nos cinco continentes. Eric Asimov, crítico do «New York Times», garante que os vinhos portugueses serão a próxima «grande onda internacional».

VINHO DO PORTO O vinho do Porto, juntamente com o Xerez, o Bordéus, o Champanhe, o Borgonha, o Chianti e o Tokay, integra o grupo mais exclusivo das denominações de origem vitícolas europeias. Representava, em 2007, perto de 60% do total das exportações de vinhos nacionais e cerca de 20% de todas as exportações da área agro-alimentar. O Ferreira «Duque de Bragança Tawny 20 anos» da Sogrape é um dos vinhos mais celebrados e reconhecidos em todo o mundo. Em 2005 foi Medalha de Ouro no concurso Vinalies, em França. Para surpresa no sector, e gerando alguma controvérsia, a Croft, uma das empresas mais antigas, lançou este ano o Porto Pink, um rosé muito doce e aromático pensado para um público jovem e feminino.

CHÁ Originário da China, o chá foi introduzido na Europa pelos portugueses no séc. XV. Portugal é hoje o único produtor europeu de chá, graças aos Açores (sobretudo na Gorreana, ilha de São Miguel). Catarina de Bragança, infanta de Portugal e Rainha de Inglaterra e Escócia, pelo seu casamento com o Rei D. Carlos II, foi a responsável pela introdução do chá na corte britânica. Martin Page, jornalista e autor de The first global village, how Portugal changed the world, obra escrita na Azóia, perto de Sintra afirma: «Os portugueses deram o chá das cinco aos ingleses».

AZEITE Portugal é o quarto maior produtor de azeite do mundo, atrás da Espanha, Itália e Grécia. O nosso clima é ideal para o desenvolvimento das oliveiras. Com uma origem geográfica definida e um modo particular de produção, os azeites de Denominação de Origem Protegida (DOP) nacionais são uma iguaria. Nos azeites de marca, o azeite Romeu, da sociedade Clemente Meneres, de Mirandela, foi galardoado pelo guia italiano de azeites «L’Extravergine» que o coloca no grupo dos 10 melhores azeites do mundo. E, no Brasil, o Azeite Gallo, com um século de história, é vendido em latas e costuma aparecer nas novelas.

OSTRAS PORTUGUESAS As ostras do Sado são conhecidas há muitos anos em França. Têm marca registada, por iniciativa de um grupo de empresários reunidos na Sapalsado. Esta empresa de aquacultura, localizada no Faralhão, está empenhada, desde 2002, no estudo, reabilitação, divulgação e certificação das ostras do Sado, como património gastronómico da Baía de Setúbal. Diz a história que as ostras portuguesas têm origem na Índia ou no Japão, tendo viajado para Portugal nas quilhas das naus e usado como alimento rico em proteínas pelas tripulações. Nos estuários do Tejo e do Sado, desenvolvem-se muito bem devido às suas boas condições naturais, mas enfrentam vários desafios, da poluição das águas, à concorrência das suas congéneres francesas.

CONSERVAS DE PEIXE La Gôndola é uma das mais antigas fábricas de conservas em Portugal, tendo começado a laborar nos anos 40. As suas conservas e patês são fabricados pelo método tradicional denominado ‘pré-cozido’. Também a marca Ramirez, de 1853, que está na família Ramirez há cinco gerações, deu início à sua internacionalização nos finais do séc. XIX, e hoje está presente nos cinco continentes para onde exporta metade do que fabrica. Além do atum e da sardinha, produz conservas de lulas, polvo, bacalhau e anchovas.

FLOR DE SAL A flor de sal de Tavira foi distinguida com o Prémio Prestígio, atribuído pelo International Taste & Quality Institute, em Bruxelas. Chamam-lhe «o creme do Atlântico cristalizado em salinas de argila», sobretudo no Parque Natural da Ria Formosa, utilizando os recursos naturais que são a água do mar, a energia solar e eólica. Dizem os especialistas que a flor do sal é ideal na cozinha «gourmet».

AZULEJARIA Na azulejaria tradicional portuguesa usa-se a pintura figurativa, de cor azul, para decorar o ladrilho vidrado. Esta tradição, introduzida em Portugal pelos árabes, começou a ganhar uma expressão própria a partir do séc. XVI, atingindo o apogeu no séc. XVIII na decoração de igrejas (São Roque, em Lisboa, São Francisco, no Porto, Santo António, em Lagos) e palácios. No séc. XX o azulejo figurado decorou hotéis (Palace do Buçaco) e estações de caminho-de-ferro (Aveiro, Porto-São Bento). Esta arte foi renovada nalgumas das novas estações do Metro de Lisboa. Destaque para os Azulejos Viúva Lamego, utilizados actualmente na construção civil e decoração.

FILIGRANA Técnica de ourivesaria popular para trabalhar metais, é um trabalho em trança de dois fios de ouro e prata torcidos e achatados. É nos arredores do Porto, nos interregnos das tarefas campestres, que surgem os típicos corações de filigrana com grandes dimensões, os crucifixos, as cruzes de Malta, as arrecadas, os colares de conta, os brincos de fuso ou à rainha. Ainda se fazem muitas peças no concelho de Gondomar, conhecido como o «berço» da ourivesaria em Portugal.

GUITARRA PORTUGUESA Instrumento musical com que se acompanha o Fado de Lisboa e a Canção de Coimbra, traz-nos o perfume e a emoção dos mitos da nossa música popular urbana: a saudade e o destino. A técnica com que se executa distingue-a: com o dedilho especial da mão direita, e uso exclusivo das unhas dos dedos indicador e polegar. Carlos Paredes (falecido em 2004), ficou conhecido como «mestre da guitarra portuguesa» e fez dela um instrumento de concerto. Acreditava que a guitarra portuguesa tinha sido inventada em Inglaterra (na segunda metade do séc. XVIII), onde era construída por um artesão chamado Simpson. Em Portugal passou a ser fabricada pelo artesão portuense Luís Cardoso Soares Sevilhano.

BORDADO DA MADEIRA Reconhecido como dos melhores do mundo, este trabalho feito com linho, algodão, seda natural, organdi e fibras sintéticas, foi impulsionado pela filha de um comerciante de vinhos inglês residente no Funchal. Graças aos seus contactos com casas inglesas, o Bordado da Madeira evoluiu para indústria caseira. Os anos 50 ficaram marcados pelas exportações para o mercado norte-americano, uma tendência que se inverte na década de 70 com a entrada de produtos chineses. Hoje tem selo de garantia, atribuído pelo Instituto do Bordado, Tapeçarias e Artesanato da Madeira.

CORTIÇA Portugal é hoje o maior produtor mundial de cortiça - contribui com 54% da cortiça produzida no mundo. 90% da cortiça transformada (873 milhões de euros) destina-se aos mercados externos. A Corticeira Amorim detém uma posição de claro destaque no sector. Além das rolhas de garrafa e da sua aplicação na construção civil, a cortiça começa a ser indispensável na criação de acessórios de moda, como malas. Também a indústria aeronáutica e aeroespacial despertou para o seu potencial - parece que a Airbus prevê incorporar cortiça nos seus aviões, como isolante alternativo aos actuais.



TEXTO DE MARIA JOÃO ALEXANDRE


http://aeiou.semanal.expresso.pt/unica/artigo.asp?edition=1876&articleid=ES304867&subsection=Ícones

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