Defesa de maior união orçamental na Zona Euro anima acções da banca

Defesa de maior união orçamental na Zona Euro anima acções da banca
02 Dezembro 2011 | 16:09
Carla Pedro - cpedro@negocios.pt






O sector da banca está a
disparar perto de 5% na Europa com os apelos de Merkel a favor de uma
união orçamental no euro que seja juridicamente vinculativa. A chanceler
alemã diz ainda que Europa precisa de alicerces sólidos e que europeus
têm pela frente uma "maratona" para restaurarem a sua credibilidade
perdida.



A chanceler alemã, Angela Merkel,
reiterou hoje o seu desejo de reformular as regras da Zona Euro, de
modo a haver uma maior monitorização orçamental. Por seu lado, o
presidente francês, Nicolas Sarkozy, mostra-se a favor de uma “maior disciplina” e penalizações automáticas para os Estados que incumprirem nas regras orçamentais.

Segundo
Merkel, citada pelo jornal britânico “Financial Times”, a Zona Euro
precisa de uma “união orçamental” juridicamente vinculativa.

A
Europa tem de criar “alicerces sólidos” na Zona Euro, pois é importante
que “preservemos o euro como moeda estável” numa altura de desaceleração
do crescimento económico, afirmou a mesma responsável, citada pela
Bloomberg.

“Lutar por algo que não tem bons alicerces não é uma boa luta”, declarou a chanceler alemã aos membros do seu partido, CDU.

A líder do Governo alemão
disse também que os europeus têm ainda pela frente um longo caminho
para restaurarem a credibilidade e apelou a uma rápida reforma do
Tratado da União Europeia
de modo a solucionar as causas da crise da dívida na Zona Euro. Os
europeus estão perante uma “maratona” para restaurarem a sua
credibilidade perdida”, referiu, citada pela Reuters.

Nem a
Alemanha nem a Áustria vêem necessidade de realizar referendos para
aprovar alterações limitadas aos tratados europeus, refere a Bloomberg.
Essas reformas visam, sobretudo, impor uma disciplina mais rigorosa em
matéria de despesa pública. A chanceler disse que defenderá, na cimeira
europeia de 9 de Dezembro, estas reformas.

Merkel voltou a rejeitar a ideia das eurobonds ou de fazer do Banco Central Europeu um credor de última instância. O papel do BCE é diferente do papel da Fed ou do Banco de Inglaterra, frisou.

A
chanceler alemã disse que a confiança do mercado na dívida europeia
está “abalada” e declarou que existem “muito boas razões” para incluir
cláusulas no fundo de resgate permanente da Zona Euro (MEE, que em
meados de 2013 substituirá o actual FEEF) que obriguem o sector privado a participar em eventuais perdas.

O
apelo a uma maior união orçamental na Zona Euro e o anúncio de uma
proposta para que os bancos centrais europeus concedam empréstimos aos
Estados-membros através de dinheiro colocado no FMI são dois factores que estão a impulsionar as bolsas europeias, com destaque para os títulos financeiros.

O
mercado vê nas declarações de Merkel uma forma de serem tomadas medidas
mais eficazes de contenção da crise na Europa, já que serão impostas
regras mais duras para os gastos excessivos por parte dos governos,
sublinha a Associated Press.

O sector da banca segue a escalar 4,96% na Europa, sendo o que mais sobe na sessão de hoje.