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CAVACO , MAIS 5 ANOS

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Mensagem por RONALDO ALMEIDA Seg Jun 16, 2008 1:24 pm

Vai ganhar FACIL!!

Cavaco vai ganhar as presidenciais com uma grande vantagem”
2008-06-12 23:40

Osvaldo de Castro, em entrevista ao SEMANÁRIO realizada na última quarta-feira, na véspera do levantamento do bloqueio por parte dos camionistas, considera que o Governo, perante a situação que o País atravessa, deve "manter o rumo" - e não ceder a atitudes eleitoralistas - e vir, com urgência, "explicar a crise estrutural em que Portugal está mergulhado". O deputado e membro da Comissão Política do PS diz, ainda, que "Cavaco Silva vai ganhar [as eleições presidenciais] com uma grande vantagem e o PS tem de encontrar uma saída airosa"

Perante esta situação social tão tensa, qual a resposta que o Governo deve dar?
Estamos em fase de o Governo exigir autoridade democrática. Neste momento, o que se está a verificar no País é um Lock-Out por parte das entidades patronais. E que escusam de se justificar dizendo que pagam o salário aos seus funcionários. Porque, como qualquer jurista sabe, os funcionários das empresas de camionagem têm o dever de trabalhar e o direito de receber salário, mas também têm o direito ao trabalho - o que não lhes pode ser impedido. Isto é uma violação grave da Constituição.

De acordo com este contexto, de que modo o Executivo tem de actuar?
Há um conjunto de camionistas que estão a cometer crimes. Estão a impedir a passagem de transportes de todo o tipo, coagindo as pessoas. Isso é crime. Portanto, eles podem ser objecto de detenção e serem presentes a um Juiz. Acho que o Governo, sem prejuízo da negociação que está a fazer, do meu ponto de vista pessoal, tem de passar rapidamente à ofensiva - até porque é isso que o povo português está à espera. Isto não significa que não se dialogue, mas há coisas que são absolutamente atentatórias da liberdade de circulação dos cidadãos, designadamente a liberdade de circulação. Existe um prejuízo gravíssimo em tudo o que são produtos frescos e de primeira necessidade, o que está a criar um clima de pânico e açambarcamento por parte das pessoas.

Situação que já há muitos anos não se via em Portugal...
Exactamente. E posso-lhe dizer que quando foi o 25 de Abril não havia lei para evitar isso. Havia uma missão legal. O Governo, para além de exercer a autoridade democrática, tem de vir explicar aos portugueses a crise estrutural em que Portugal está mergulhado.

E essa explicação ainda não foi dada?
Não. E tem de ser dada, em minha opinião, com urgência. É preciso explicar que estamos perante uma crise estrutural, que nos atinge a partir do estrangeiro e que atinge toda a gente. Todos nós temos de perceber no que ela consiste. Evidentemente que se podem tomar medidas no sentido de atenuar algumas situações. O primeiro-ministro anunciou, nesse sentido, medidas indirectas, designadamente o reforço do abono de família para os escalões um e dois. Em relação ao resto, o aumento desmesurado do preço do crude tem de ser reflectido nos custos. Têm de se encontrar formas alternativas não depender tanto do petróleo a médio e a longo prazo.

Procurar um novo paradigma energético.
Começar a procurar para um novo paradigma energético. Mas no curto prazo tentar atenuar um conjunto de situações. É um bocado diferente a situação destes motoristas ou a dos motoristas de Táxi. Porque os motoristas de Táxi têm preços que são fixados de acordo com o Governo - conheço isso bem porque tutelei essa área quando fui secretário de Estado do Comércio e dos Serviços. Evidentemente que o que os transportadores têm de fazer é aumentar o frete.

A solução será, portanto, repercutir no consumidor os aumentos do preço do combustível?
Claro. Todos nós estamos embrulhados nisto. Do meu ponto de vista, e para evitar situações de conflito que se estão a agudizar e para evitar um clima de pânico que conduz ao açambarcamento, o Governo tem de patentear a sua autoridade democrática. Exibindo-a com toda a proporcionalidade que a situação requer. Sou presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdades e Garantias. O que estou a dizer é que os direitos, liberdades e garantias de milhões de portugueses estão a ser atingidos por uma minoria de cidadãos. Estes cidadãos, se estiverem a cometer crimes - e para mim é evidente que estão - podem ser detidos e presentes em tribunal para que se haja em conformidade. Do mesmo modo em relação aos dirigentes patronais que aparecem nas televisões a assumirem-se como os dirigentes de um Lock-Out. Por outro lado, deve haver uma explicação política de que estamos perante uma situação grave no plano económico induzida, especialmente, pelo preço do petróleo, mas também pelo preço dos produtos alimentares. E que isso tem de ter, naturalmente, reflexos.

Portugal é uma economia aberta.
Nestas circunstâncias, essas influências vão obrigar a sacrifícios dos portugueses. O que pode significar, mesmo, que algumas das metas que temos por diante possam ser corrigidas.

Crescimento económico e controlo das Finanças Públicas?
Exactamente. Já foram de algum modo. Mas a crise do petróleo tem um fim. Á medida que a situação começa a assumir foros de drama globalizado têm de se encontrar medidas para corrigir muito do que é especulação. Essa explicação, na minha opinião, devia ser dada, urgentemente, por um responsável governamental. Dizendo, nós vamos mater o rumo...

... E não ceder.
Não ceder em nada de essencial. Se nós não tivéssemos feito a contenção do défice, estávamos, neste momento, numa situação de muito maior dificuldade do ponto de vista financeiro. Mesmo assim, é evidente que a situação que se vai verificando pode implicar algumas correcções que, certamente, os responsáveis governamentais estarão atentos. Mas uma coisa é dialogar, outra é um clima de cedência. Isso era perder o rumo. Acho que este Governo só tem a ganhar se disser que vai manter o rumo - seja qual for o resultado eleitoral futuro. Não é agora altura para nos metermos em atitudes eleitoralistas.

Mesmo que algumas medidas possam pôr em causa a maioria absoluta em 2009 ou até mesmo a reeleição?
O Governo não deve pensar na situação eleitoral. José Sócrates, na primeira reunião da Comissão Política logo a seguir às eleições em que triunfou com maioria absoluta, disse: "meus caros, eu quero acabar com a ideia de que o PS é despesista. E para isso vou dar uma grande importância à contenção das contas públicas, não descorando a coesão social. Mesmo que possamos não o conseguir fazer com grande facilidade. Isto pode implicar, por exemplo, que se percam as próximas autárquicas - e perderam-se - pode, até, implicar que se percam as presidenciais - e perderam-se - e pode implicar que nós possamos perder as legislativas de 2009". Isto revela um grande sentido de Estado por parte do José Sócrates. Já tinha por ele uma grande consideração, que duplicou quando pôs, de uma forma clara, os interesses do País à frente dos interesses partidários. Mas é verdade que os resultados, em termos de sondagem, ainda são de quarenta e um por cento para o PS para vinte e nove do PSD.

As pessoas não esperam a inflexão de algumas políticas?
Governar seguindo um rumo, mesmo que envolvam dificuldades para as pessoas - desde que lhes sejam explicadas -, elas percebem. E, não sendo esse o objectivo, pode vir, até, a ser um trunfo eleitoral.

Manuel Alegre, ao participar num comício organizado pelo BE, precipitou uma ruptura com o PS?
Creio que não. Gostava de dizer que sou uma das pessoas que não dá uma grande importância a esse tipo de actuações. Acho que conheço bastante bem o Manuel Alegre, fui o seu director de campanha nas directas - em que partiu de uma posição muito baixa e acabou por ter quarenta e sete membros na Comissão Nacional e doze membros na Comissão Política. Não estive com Manuel Alegre nas presidenciais.

E face a esse conhecimento que leitura faz?
Manuel Alegre, antes de tudo, é um intelectual de primeira água e um poeta de grande qualidade - toda a gente o reconhece. É um homem empenhado politicamente, mas que teve sempre alguns sobressaltos quando o PS está no poder. Estas coisas, de que temos estado a falar com serenidade e normalidade, preocupam-no muito. Isso, aliás, revela que tem um muito bom fundo.

Mas podia discutir esses assuntos internamente.
Podia. Embora, para corrigir coisas que têm sido ditas, devo dizer que o único instrumento interno que o Manuel Alegre tem para discutir é o Grupo Parlamentar. Porque ele não aceitou ser membro da Comissão Nacional nem da Comissão Política. Evidentemente que eu preconizo que é sempre útil que as questões sejam discutidas internamente, mas não biabolizo o Manuel Alegre por ele ter tomado aquela atitude. Daquilo que vi e ouvi, considero que foi uma posição de Manuel Alegre que, do ponto de vista político, é um desabafo.

Mas fê-lo juntamente com o BE, numa altura em que a crispação entre Sócrates e Louçã está no auge.
Por isso, não são as esquerdas todas. Faltavam as esquerdas principais: o PS e o PCP.
Há quem diga que Francisco Louçã está a instrumentalizar Manuel Alegre. Concorda?
O Francisco Louçã, com todo o respeito e amizade que tenho por ele, não é capaz, nem nunca tentaria, instrumentalizar uma personalidade política como o Manuel Alegre. Como não tentaria em relação a mim ou ao Alberto Martins ou ao Vera Jardim, para dar alguns exemplos. Sabe, nós vimos muito lá de trás... O Manuel Alegre, em certos momentos, acha que tem de tomar uma posição pública, por exemplo em declarações de voto. Ali entendeu que deveria tomar uma posição pública numa acção pública com o Bloco de Esquerda. Mas, entendo eu, que ele definiu que aquilo está circunscrito ao que foi: uma acção cultural, chamou-lhe ele - não quer dizer que eu a considere assim -, que tem aquele limite.

E quais as consequências?
Vamos ver... Desde já, quero dizer que não estavam presentes as esquerdas todas. Mas também não me parece que seja a altura para se fazer nenhuma frente de esquerdas. Até porque o PCP e o Bloco, por necessidade táctica, estão sempre contra o Governo do PS, pois pensam que é assim que crescem. O que na actual conjuntura política é um engano.

Não tem sido o PCP e o Bloco que têm roubado a tal maioria absoluta ao PS?
Mas as sondagens não são as eleições. Se a Manuela Ferreira Leite não tivesse ganho, e se tivesse sido, por exemplo, Passos Coelho - que, com todo o respeito, não era visto como um candidato a primeiro-ministro - a situação não se dramatizava como se vai dramatizar entre Sócrates e Ferreira Leite.

Acha que vai haver uma bipolarização?
Vai haver bipolarização e o CDS, PCP e Bloco vêm por aí a baixo. A não ser que haja uma catástrofe que retirasse ao primeiro-ministro as condições mínimas. Quem neste momento ainda dispõe de valores acima de quarenta por centro, três anos e meio após ter tomado posse e numa altura muito próxima do fim do agravamento - há quem comece a ver que o petróleo vai descer - significa que não perdeu o rumo. E as pessoas já começam a verificar que nas escolas houve grandes melhorias, na Saúde igualmente. Só para dar dois exemplos.

Os efeitos positivos das reformas?
Se o primeiro-ministro estiver numa situação como a que está hoje: mesmo em dificuldades, mas com força - e creio que assim sucederá -, a situação será dramatizada entre Manuela Ferreira Leite e José Sócrates. E, neste cenário, o PCP e o BE não podem levar a cabo a campanha que fizeram à segunda eleição de Guterres: "o Guterres já ganhou, é preciso é não lhe dar a maioria absoluta". O Guterres também não pediu a maioria absoluta... Mas aqui trata-se de dizer aos portugueses que nós fizemos o que fizemos porque tínhamos instrumentos políticos para isso. E agora, superada que seja esta curva muito difícil que estamos a atravessar, o desenvolvimento económico pode melhorar. E obviamente que, com dramatização, não há quem possa impedir o voto útil. O PCP e o Bloco, por posicionamento próprio, não se conseguem afirmar como partidos de poder.

São partidos de contra-poder...Por razões tácticas, têm de se situar sempre contra o PS. O que dificulta, sobremaneira, qualquer das possibilidades de se poder adivinhar uma qualquer coligação. Repare que mesmo em Lisboa o Bloco já está a dar claramente a ideia que não vai fazer nenhum entendimento com António Costa.

Neste contexto político que anunciou, considera que haverão condições para, em 2011, criar uma frente de esquerda para disputar as eleições presidenciais?
Não. Acho que seria uma verdadeira loucura.

Da parte de quem?
Da parte do PS. Admito que os outros o quisessem. O PS sabe, seguramente, que a segunda eleição do mesmo Presidente é sempre ganha à partida.

O que é que posso interpretar das suas palavras?
Como o Cavaco Silva será candidato e vai ganhar com uma grande vantagem, o PS tem de encontrar uma saída airosa.

Apoiar Cavaco Silva?
Penso que não é necessário apoiar Cavaco Silva.

Não apresentar candidato?
Acho que se pode encontrar uma saída airosa. Eventualmente apresentando um candidato, mas esse candidato sabendo que não ganha. Mas uma frente de esquerda não resulta coisa nenhuma. O Cavaco ganhava seja a quem for.

E Manuel Alegre?
Penso que ele não se vai meter nisso. A inteligência política de Manuel Alegre, creio, vai fazer com que perceba que é prudente não sacrificar o milhão de votos que teve. Porque, contra o Cavaco à segunda arrisca-se a ter muito menos. Portanto, acho que ele não se vai pôr à prova. O PS, o que tem de fazer é encontrar uma saída airosa. Mas não defendo que essa saída airosa seja apoiar o Cavaco. Mas sempre com a noção que essa é uma batalha ganha pelo professor Cavaco Silva. |

Duarte Albuquerque Carreira
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