Guerra da água no Médio Oriente
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Guerra da água no Médio Oriente
Notíciasentrevista
Guerra da água no Médio Oriente
15/03 20:40 CET
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Outras Notícias
Para além de todas as questões religiosas e políticas
que estão por trás do conflito entre Israel e a Palestina existe uma
batalha que afeta a vida de todos os que vivem no território: a batalha
pelo controlo da água.
A lei internacional prevê que Israel deve gerir os recursos de água
potável dos palestinianos, mas a Autoridade Nacional Palestiniana
garante que acontece exatamente o contrário. Que a água é usada como
arma de guerra e que a escassez do bem preciso é enorme no território.
O Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad
esteve no sexto Fórum Mundial da Água, que decorre até sábado em
Marselha, em França onde voltou a reclamar mais autonomia e mais apoio
internacional para resolver o problema água. E onde foi entrevistado
pelo jornalista da Euronews, Mohamed Shaikkhibrahim.
Euronews:
“Está aqui para participar no Fórum Mundial da Água. Quais são os
maiores problemas que o território palestiniano enfrenta em relação às
reservas de água?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A escassez da própria água. Garantidamente, temos uma enorme falta de
água. É evidente a falta de igualdade na distribuição. O que confirma a
ocupação a favor de Israel e dos colonatos. Isto implica um prejuízo
contra o povo palestiniano.
De um modo geral, a região enfrenta uma enorme pobreza de água, que nos
afeta muito, sobretudo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Estou aqui porque, durante a conferência, vai ser anunciado, pelo
governo francês e pelo Primeiro-ministro francês um importante projeto
que vai revelar-se vital.
Um projeto estratégico de dessalinização de água na Faixa de Gaza.
De um modo geral, o consumo de água no território palestiniano é
inferior a um mínimo aceitável, aprovado pela Organização Mundial de
Saúde: na Palestina consome-se cerca de 70 litros de água per capita,
por dia e a OMS recomenda 100 litros. Ou seja,
menos que o mínimo aprovado. Se compararmos com Israel, eles têm três
vezes este valor. Nos colonatos a diferença é maior entre os colonos e
os palestinianos, principalmente no Vale do Jordão, onde a percentagem
de água disponível para os colonos é cerca de 18 vezes superior à que os
palestinianos têm.”
Euronews:
“Queixa-se que os israelitas têm o controlo dos recursos de água no
território palestiniano, mas o acordo de Oslo, mais especificamente o
artigo 40, deu legitimidade aos israelitas para controlar grande parte
dos recursos de água. Agora, aqui, voltamos a debater este problema.
Haverá contradições nas posições dos líderes palestinianos?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“O acordo de Oslo não dá o direito aos israelitas de usar a água de
forma injusta e quando falamos de áreas com águas partilhadas, podemos
dizer que eles não têm o direito de explorar 90% dos recursos em
benefício de Israel. Consideramos que esta atitude faz parte da
estratégia de controlo da ocupação israelita.
Em 2011, Israel destruiu cerca de 46 infraestruturas de abastecimento na Faixa de Gaza.
Por exemplo, destruíram poços de coleta de água que remontavam aos
tempos romanos. Além disso, Israel não permite à Autoridade Nacional
Palestiniana que perfure poços de água, sem que tenha licenças dadas por
eles. Gostava de saber como Oslo lhes permitiu ter tanto poder, como
Oslo permite aos israelitas sabotar os nossos poços.”
Euronews:
“Quais são os principais problemas económicos que a Autoridade Palestiniana enfrenta nesta altura?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A economia nacional palestiniana funciona abaixo da capacidade de
produção, portanto, é difícil criar postos de trabalho. A situação seria
melhor se não houvesse nem controlo político israelita e nem ocupação. O
contato entre a Palestina e o resto do mundo é limitado pelos
procedimentos da ocupação. A nossa Autoridade não controla as
fronteiras, não controla os pontos de passagem e de comunicação com o
resto do mundo. Tudo é controlado por Israel através do sistema de
controlo e através de um uso arbitrário de todas as formas de abuso, o
que não nos permite atingir a plena capacidade de produção. A única
solução é acabar com a ocupação.”
Euronews:
“Já declarou mais que uma vez que a Autoridade Palestiniana está perto
de conseguir criar um Estado Palestiniano. Chegou mesmo avançar com um
calendário para esse momento. Como vai conseguir esse objetivo?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A preparação e a capacidade para estabelecer o Estado são diferentes da
criação de um Estado em si. Isso é outro assunto: o conceito de Estado
independente com plena soberania sobre toda a terra ocupada desde 1967,
na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, como é evidente,
requer o fim da ocupação israelita. O que nós declarámos foi a nossa
prontidão para avançar e isso foi testemunhado pela comunidade
internacional em todas as suas componentes, há cerca de um ano.”
Euronews:
“Quer dizer que neste momento está preparado criar o Estado Palestiniano?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“Isso está confirmado pelos relatórios das mais prestigiadas
instituições internacionais: relatórios do Banco Mundial, do Fundo
Monetário Internacional e das Nações Unidas.
Existem relatórios prontos a ser divulgados que também apontam nesse
sentido: analisaram a realidade das nossas instituições e da Autoridade
Nacional Palestiniana. Foi avaliada a capacidade de prestar serviços
em diferentes áreas para atingir o objetivo principal.”
Euronews:
“A Autoridade Nacional Palestiniana não tem controlo sobre a maioria dos
territórios palestinianos, incluindo, cidades livres. Não há plena
soberania nas cidades e são registadas constantes violações às
imposições da Autoridade. Ao mesmo tempo, as negociações estão num
impasse, tal como você mesmo reconheceu. A intenção dos líderes
palestinianos dissolverem a Autoridade ainda é uma opção?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“Não há conversas para dissolver a Autoridade. A Autoridade Nacional
Palestiniana representa basicamente uma fase de transição, até
atingirmos o nosso objetivo que é o Estado. A Autoridade Palestiniana
não é filantropia, é o resultado de décadas contínuas de luta.
A Autoridade Nacional Palestiniana é considerada um instrumento de
resistência, que permite ao povo palestiniano estar em melhor situação.
O que pretendemos? Chamar a atenção da comunidade internacional para
esta questão fundamental: a Autoridade Palestiniana é uma ferramenta
muito importante para que os palestinianos voltem a ter todos os seus
direitos e possam alcançar o seu sonho. E a Autoridade Palestiniana vai
conseguir atingir esse objetivo, se Deus quiser.”
Mais informação sobre Cisjordânia, Faixa de Gaza, Israel, Recursos hídricos, Territórios palestinos
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Outras Notícias
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Para além de todas as questões religiosas e políticas
que estão por trás do conflito entre Israel e a Palestina existe uma
batalha que afeta a vida de todos os que vivem no território: a batalha
pelo controlo da água.
A lei internacional prevê que Israel deve gerir os recursos de água
potável dos palestinianos, mas a Autoridade Nacional Palestiniana
garante que acontece exatamente o contrário. Que a água é usada como
arma de guerra e que a escassez do bem preciso é enorme no território.
O Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad
esteve no sexto Fórum Mundial da Água, que decorre até sábado em
Marselha, em França onde voltou a reclamar mais autonomia e mais apoio
internacional para resolver o problema água. E onde foi entrevistado
pelo jornalista da Euronews, Mohamed Shaikkhibrahim.
Euronews:
“Está aqui para participar no Fórum Mundial da Água. Quais são os
maiores problemas que o território palestiniano enfrenta em relação às
reservas de água?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A escassez da própria água. Garantidamente, temos uma enorme falta de
água. É evidente a falta de igualdade na distribuição. O que confirma a
ocupação a favor de Israel e dos colonatos. Isto implica um prejuízo
contra o povo palestiniano.
De um modo geral, a região enfrenta uma enorme pobreza de água, que nos
afeta muito, sobretudo na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.
Estou aqui porque, durante a conferência, vai ser anunciado, pelo
governo francês e pelo Primeiro-ministro francês um importante projeto
que vai revelar-se vital.
Um projeto estratégico de dessalinização de água na Faixa de Gaza.
De um modo geral, o consumo de água no território palestiniano é
inferior a um mínimo aceitável, aprovado pela Organização Mundial de
Saúde: na Palestina consome-se cerca de 70 litros de água per capita,
por dia e a OMS recomenda 100 litros. Ou seja,
menos que o mínimo aprovado. Se compararmos com Israel, eles têm três
vezes este valor. Nos colonatos a diferença é maior entre os colonos e
os palestinianos, principalmente no Vale do Jordão, onde a percentagem
de água disponível para os colonos é cerca de 18 vezes superior à que os
palestinianos têm.”
Euronews:
“Queixa-se que os israelitas têm o controlo dos recursos de água no
território palestiniano, mas o acordo de Oslo, mais especificamente o
artigo 40, deu legitimidade aos israelitas para controlar grande parte
dos recursos de água. Agora, aqui, voltamos a debater este problema.
Haverá contradições nas posições dos líderes palestinianos?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“O acordo de Oslo não dá o direito aos israelitas de usar a água de
forma injusta e quando falamos de áreas com águas partilhadas, podemos
dizer que eles não têm o direito de explorar 90% dos recursos em
benefício de Israel. Consideramos que esta atitude faz parte da
estratégia de controlo da ocupação israelita.
Em 2011, Israel destruiu cerca de 46 infraestruturas de abastecimento na Faixa de Gaza.
Por exemplo, destruíram poços de coleta de água que remontavam aos
tempos romanos. Além disso, Israel não permite à Autoridade Nacional
Palestiniana que perfure poços de água, sem que tenha licenças dadas por
eles. Gostava de saber como Oslo lhes permitiu ter tanto poder, como
Oslo permite aos israelitas sabotar os nossos poços.”
Euronews:
“Quais são os principais problemas económicos que a Autoridade Palestiniana enfrenta nesta altura?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A economia nacional palestiniana funciona abaixo da capacidade de
produção, portanto, é difícil criar postos de trabalho. A situação seria
melhor se não houvesse nem controlo político israelita e nem ocupação. O
contato entre a Palestina e o resto do mundo é limitado pelos
procedimentos da ocupação. A nossa Autoridade não controla as
fronteiras, não controla os pontos de passagem e de comunicação com o
resto do mundo. Tudo é controlado por Israel através do sistema de
controlo e através de um uso arbitrário de todas as formas de abuso, o
que não nos permite atingir a plena capacidade de produção. A única
solução é acabar com a ocupação.”
Euronews:
“Já declarou mais que uma vez que a Autoridade Palestiniana está perto
de conseguir criar um Estado Palestiniano. Chegou mesmo avançar com um
calendário para esse momento. Como vai conseguir esse objetivo?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“A preparação e a capacidade para estabelecer o Estado são diferentes da
criação de um Estado em si. Isso é outro assunto: o conceito de Estado
independente com plena soberania sobre toda a terra ocupada desde 1967,
na Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, como é evidente,
requer o fim da ocupação israelita. O que nós declarámos foi a nossa
prontidão para avançar e isso foi testemunhado pela comunidade
internacional em todas as suas componentes, há cerca de um ano.”
Euronews:
“Quer dizer que neste momento está preparado criar o Estado Palestiniano?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“Isso está confirmado pelos relatórios das mais prestigiadas
instituições internacionais: relatórios do Banco Mundial, do Fundo
Monetário Internacional e das Nações Unidas.
Existem relatórios prontos a ser divulgados que também apontam nesse
sentido: analisaram a realidade das nossas instituições e da Autoridade
Nacional Palestiniana. Foi avaliada a capacidade de prestar serviços
em diferentes áreas para atingir o objetivo principal.”
Euronews:
“A Autoridade Nacional Palestiniana não tem controlo sobre a maioria dos
territórios palestinianos, incluindo, cidades livres. Não há plena
soberania nas cidades e são registadas constantes violações às
imposições da Autoridade. Ao mesmo tempo, as negociações estão num
impasse, tal como você mesmo reconheceu. A intenção dos líderes
palestinianos dissolverem a Autoridade ainda é uma opção?”
Primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Salam Fayyad:
“Não há conversas para dissolver a Autoridade. A Autoridade Nacional
Palestiniana representa basicamente uma fase de transição, até
atingirmos o nosso objetivo que é o Estado. A Autoridade Palestiniana
não é filantropia, é o resultado de décadas contínuas de luta.
A Autoridade Nacional Palestiniana é considerada um instrumento de
resistência, que permite ao povo palestiniano estar em melhor situação.
O que pretendemos? Chamar a atenção da comunidade internacional para
esta questão fundamental: a Autoridade Palestiniana é uma ferramenta
muito importante para que os palestinianos voltem a ter todos os seus
direitos e possam alcançar o seu sonho. E a Autoridade Palestiniana vai
conseguir atingir esse objetivo, se Deus quiser.”
Mais informação sobre Cisjordânia, Faixa de Gaza, Israel, Recursos hídricos, Territórios palestinos
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: Guerra da água no Médio Oriente
.
Duvido muito que o consiga, com um Hamas a não colaborar, para que haja uma verdadeira união palestina, independentemente dos colonatos, que talvez já nem existissem, se o espírito nacional palestino fosse real e desse lugar a pressões firmes, que a divisão e lutas entre facções não permite.
a Autoridade Palestiniana é uma ferramenta
muito importante para que os palestinianos voltem a ter todos os seus
direitos e possam alcançar o seu sonho. E a Autoridade Palestiniana vai
conseguir atingir esse objetivo, se Deus quiser.”
Duvido muito que o consiga, com um Hamas a não colaborar, para que haja uma verdadeira união palestina, independentemente dos colonatos, que talvez já nem existissem, se o espírito nacional palestino fosse real e desse lugar a pressões firmes, que a divisão e lutas entre facções não permite.
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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