Marcelo Caetano/Cartas: Freitas diz ser "grande elogio" acusações de "adversários da democracia"

Marcelo Caetano/Cartas: Freitas diz ser "grande elogio" acusações de "adversários da democracia"
16 de Outubro de 2008, 15:22

Lisboa, 16 Out (Lusa) - O antigo líder do CDS Freitas do Amaral disse hoje ser um "grande elogio" ser acusado por "adversários da democracia", como Marcelo Caetano, em ter contribuído para a sua consolidação, em vez de alinhar nos "golpismos de direita".

"Considero um grande elogio ser acusado por adversários da democracia em ter contribuído para a consolidar, em Portugal, em vez de, como pretendiam, ter alinhado nos golpismos de direita, que foram tentados em 1974/75 e nos quais sempre recusei colaborar", disse Freitas do Amaral, numa declaração à Agência Lusa.

Num lote de cartas que Marcelo Caetano escreveu quando estava exilado no Brasil depois do 25 de Abril, e que serão leiloadas na próxima semana, várias missivas endereçadas a um destinatário chamado António falam de Diogo Freitas do Amaral, então líder do CDS, a quem se refere como seu "antigo discípulo".

"Não sei o que pensas do CDS (...) para mim tem sido um desapontamento, como para a maioria das pessoas minhas conhecidas que a princípio acreditaram nele. E as atitudes do meu antigo discípulo - assistente Diogo do Amaral - na política e em relação a mim foram um dos maiores desgostos que neste período sofri", lê-se numa das cartas escritas por Marcelo Caetano a 13 de Abril de 1977, que o Diário de Notícias cita na edição de hoje.

Mais tarde, em outra carta datada de 28 de Abril, Marcelo Caetano fala novamente do CDS e do "desgosto" que Diogo Freitas do Amaral, a quem anteriormente se referiu como "devoto de Salazar", lhe deu.

"As minhas razões de desconsolo com o partido e de indignação com o presidente são pessoais. E infelizmente justificadíssimas. No ano passado estive muito mal de saúde com o desgosto que me deu o sr. Diogo do Amaral. Mas isso é coisa minha e vocês têm de se agarrar ao que houver de menos mau", lê-se na missiva.

Já em Maio, Marcelo Caetano voltou novamente a escrever sobre a direita portuguesa: "O que me impressiona no panorama político português actual é não ver ninguém com qualidades morais de liderança do País e sobretudo da chamada direita. Infelizmente conheço muito bem os Kaúlzas e os Adrianos Moreiras que tudo sacrificam à ambição do mando e tive um enorme desapontamento com o Diogo do Amaral. Do Galvão de Melo, simpatiquíssimo desmiolado que durante anos conheci fiel sustentáculo do salazarismo, nem se fala".

Em declarações à Lusa, Freitas do Amaral, ausente no estrangeiro, referiu só ter tido conhecimento por telefone ao princípio da tarde de hoje do conteúdo das cartas escritas por Marcelo Caetano para amigos seus "não identificados".

"Pelo relato que me foi feito, as figuras políticas mais atacadas nessas cartas são as do Dr. Mário Soares e a minha própria, ao mesmo tempo que os nomes mais elogiados como sendo capazes de fazer regressar, por via militar, Portugal ao regime da Constituição de 1933 são os generais António de Spínola, Galvão de Mello e Kaúlza de Arriaga", referiu o também antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.

Por isso, continuou, é "natural" que Marcelo Caetano se tenha sentido "desiludido" consigo.

"Não lhe levo a mal porque estava profundamente deprimido no seu exílio no Brasil. De resto, sinto-me em muito boa companhia junto do Dr. Mário Soares e considero um grande elogio ser acusado por adversários da democracia em ter contribuído para a consolidar em Portugal", acrescentou ainda Freitas do Amaral.
VAM.

Lusa/fim

http://noticias.sapo.pt/lusa/artigo/bd4ebf634e3be039647380.html
17 páginas de comentários no SAPO é coisa rara!!!



Nem o Mário nem o Freitas (como conterrâneos assim os trato) precisavam deste tipo de regime para viverem.


Apesar de todas as reformas implementadas para reduzir a taxa de analfabetismo em Portugal, no final do século XIX – em 1878 – 82,4% da população era analfabeta.
Quando termina o século, existiam 24 liceus (escolas secundárias) com um total de 2848 alunos, sendo apenas 59 do sexo feminino.


E depois há muita gente que precisa do regime para viver. E depois há os acabrunhados. Depois a Ralé...


Ora qualquer lider vai para lá não para puxar, mas para manter...

Leilão - família vê rejeitada compra de cartas antes de irem à praça
Marcelo ainda dá dinheiro
"Tentámos comprar as cartas de meu pai anunciadas para leilão no próximo dia 25, mas foi-nos rejeitada a possibilidade de fazê-lo antes de irem à praça", revelou Miguel Caetano ao CM, adiantando que o último Chefe de Governo da ditadura manifestou o desejo, antes de morrer em 1980, no Brasil, com 74 anos, de que a sua correspondência fosse destruída.


Aquela vontade foi cumprida pelos familiares, excepto no caso de documentos de relevante valor histórico. Neste último aspecto existe na Torre do Tombo um depósito alimentado pelos familiares que consideram "lamentável e inqualificável o aproveitamento de amargas confidências íntimas para ganhar dinheiro, sem respeito pelas pessoas".
"Já comprámos outras cartas e fá-lo-íamos também com estas", disse ainda Miguel Caetano que não conhece o correspondente, depositário das cartas a leilão.

As missivas contêm afirmações de Marcelo Caetano já passadas aos livros de História e que revelam grande amargura contra pessoas com quem privara antes do 25 de Abril. Diogo Freitas do Amaral é referido como "devoto de Salazar". Adriano Moreira surge envolvido com o falecido Kaulza de Arriaga nos "que tudo sacrificam à ambição do mando". Galvão de Melo é tratado como "simpatiquíssimo desmiolado".

FREITAS DO AMARAL VÊ NAS ACUSAÇÕES UM GRANDE ELOGIO

"Considero um grande elogio ser acusado por adversários da democracia por ter contribuído para a consolidar, em Portugal, em vez de, como pretendiam ter alinhado em golpismos de direita, nos quais sempre recusei colaborar", salienta Diogo Freitas do Amaral numa declaração à agência Lusa. O fundador e presidente histórico do CDS, que se encontra no estrangeiro, respondeu daquela forma à revelação de confidências de Marcelo Caetano. Numa das cartas a leiloar no dia 25, o último Chefe de Governo da ditadura do Estado Novo escreve: "No ano passado estive muito mal de saúde com o desgosto que me deu o sr. Diogo do Amaral". Freitas acha natural e "não lhe leva a mal".

http://www.correiomanha.pt/noticia.aspx?contentid=0570911A-AB75-4343-B98B-232BF0970C58&channelid=00000090-0000-0000-0000-000000000090

foi uma epoca danada em Portugal
Ninguem estava treinado para democratizar
salvos os estrangeirados

DIGAM O QUE DISSEREM Marcelo Caetano FOI UM Grande Portugues!!! Que nunca se vendeu a NINGUEM!!! Gracas a INTERVENCAO dele, o meu PAI pode vir aos USA , quando a minha AVO estava a beira da morte, em NEW YORK!!!

RONALDO ALMEIDA escreveu:DIGAM O QUE DISSEREM Marcelo Caetano FOI UM Grande Portugues!!! Que nunca se vendeu a NINGUEM!!! Gracas a INTERVENCAO dele, o meu PAI pode vir aos USA , quando a minha AVO estava a beira da morte, em NEW YORK!!!

O Marcelo foi apenas e só apanhado por uma rede monumental de interesses
e...quando julgava que poderia navegar solto e fazer reformas foi avisado ...

NIET !