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Sangue sírio risca nova linha na areia

2 participantes

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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 30, 2012 5:56 am

Sangue sírio risca nova linha na areia






28.07.2012 |
Fonte de informações: Pravda.ru







Sangue sírio risca nova linha na areia 16984
Nenhum dos comandantes do Exército Sírio Livre é sírio: quase todos são sunitas iraquianos.


Pepe Escobar, Asia Times Online

http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/NG25Ak02.html

Era uma vez, no começo do século
passado, riscou-se uma linha na areia, de Acra a Kirkuk. Duas potências
coloniais - Grã-Bretanha e França - desdenhosamente dividiram entre elas
o Oriente Médio; tudo, ao norte da linha, era da França; tudo, ao sul,
da Grã-Bretanha.

Muitos golpes - e tragédias concêntricas -
depois, uma nova linha está sendo riscada na areia, por Arábia Saudita e
Qatar. Tudo, entre Síria e Iraque, é deles. Pode-se falar do retorno do
reprimido; agora, integrados ao composto Conselho de Cooperação do
Golfo-Organização do Tratado do Atlântico Norte (CCGOTAN),
amancebaram-se com os ex-patrões colonialistas.

Golpe a golpe

Não importa o que diga a imprensa-empresa ocidental militarizada, o
jogo não está acabado na Síria - ainda não. Ao contrário: o jogo
sectário está só começando.

É o Afeganistão dos anos 1980s,
tudo outra vez. As mais de 100 gangues pesadamente armadas que se matam
em guerra civil na Síria só fazem aumentar, cevadas com dinheiro do CCG
que lhes compram RPGs no mercado negro. Magotes de jihads
salafistas estão entrando na Síria - vindos não só do Iraque, mas também
do Kuwait, Argélia, Tunísia e Paquistão, respondendo às conclamações
iradas de seus imãs. Sequestro, estupro e morticínio generalizado de
civis favoráveis ao regime de Assad estão convertidos em lei da terra.

Para vingar-se, caçam cristãos. [1] Expulsam exilados iraquianos que
viviam em Damasco, sobretudo os de Sayyida Zainab, bairro
predominantemente xiita, cujo nome é homenagem à neta do Profeta Maomé
enterrada na bela mesquita local. A BBC, diga-se a favor dela, afinal
decidiu cobrir a história. [2]

Há execuções sumárias: o
vice-ministro do Interior do Iraque Adnan al-Assadi disse à AFP que
guardas de fronteira iraquianos viram o Exército Sírio Livre [orig. Free Syrian Army (FSA)] ocupar um posto de fronteira e imediatamente "executar 22 soldados sírios ante os olhos de soldados iraquianos."

O posto de passagem de fronteira em Bab al-Hawa, entre Síria e Turquia, foi invadido por nada menos que 150 autodenominados mujahideen
[3] de várias nacionalidades - vindos de Argélia, Egito, Arábia
Saudita, Tunísia, Emirados Árabes Unidos, Chechnya e até da França, que
proclamam a própria afiliação à Al-Qaeda no Maghreb Islâmico [orig. Al-Qaeda in the Islamic Maghreb (AQIM)].

Queimaram vários caminhões turcos. Filmaram o próprio vídeo de
propaganda. Desfilaram ante as câmeras a própria bandeira da al-Qaeda
[em https://www.youtube.com/watch?v=U_m0NqL7Ulc]. E declararam Estado Islâmico toda a área de fronteira.

Entreguem seus documentos de identidade terrorista

Não há como entender a dinâmica síria sem saber que praticamente nenhum
dos comandantes do Exército Sírio Livre é sírio: quase todos são
sunitas iraquianos. O ESL só conseguiu capturar a passagem de fronteira
em Abu Kamal entre Síria e Iraque, porque toda a área é controlada por
tribos sunitas que fazem oposição visceral ao governo de al-Maliki em
Bagdá. O livre fluxo de mujahideen, de jihads linha duríssima e de armas, entre o Iraque e a Síria, está agora plenamente, completamente, totalmente estabelecido.

A ideia da Liga Árabe - que age como porta-voz em traje completo do
CCGOTAN - de oferecer exílio a Bashar al-Assad é tão ridícula quanto a
CIA ser encarregada de decidir quais os grupos de mujahideen e jihadi que podem ter acesso às armas financiadas pelos sauditas e pelo Qatar.

À primeira vista, talvez não tenha passado de piada sem graça. Afinal, a
oferta de exílio foi feita por aqueles exemplares paradigmáticos de
democracia, a Casa de Saud e o Qatar, que mandam na Liga Árabe e estão
financiando a jihad e os mujahideen anti-Síria.

Mas Bagdá condenou publicamente a oferta de exílio. Os desenvolvimentos
- de fato, aconteceu no mesmo dia - foram dignos do Coringa (aquele, o
arqui-inimigo do Batman): uma onda de bombas antixiitas no Iraque, com
mais de 100 mortos, cuja autoria foi reivindicada pelo Estado Islâmico
do Iraque, franquia local da al-Qaeda. O porta-voz Abu Bakr al-Baghdadi
ordenou energicamente que as tribos sunitas em Anbar e Nineveh unam-se à
jihad e derrubem o governo "infiel", em Bagdá.

O infindável vai-e-vem de mujahideen/jihadi
entre Síria e Iraque está mais do que confirmado por Izzat
al-Shahbandar, alto membro do Parlamento do Iraque e assessor próximo do
primeiro-ministro al-Maliki. Bagdá tem até listas atualizadas. Esse
trânsito só faz deflagrar discursos cada vez mais frenéticos, em fala
cada vez mais orwelliana, como aponta a página de internet Moon of Alabama [Lua sobre o Alabama]. [4]

Mujahideen e jihadis ativos no Iraque chamam-se agora "insurgentes iraquianos". E mujahideen e jihadis
ativos na Síria continuam a ser os "rebeldes sírios" de sempre. Todos
foram rebaixados: perderam o título de "terroristas". Seguindo essa
lógica, o atirador Batman-do-Colorado pode também ser apresentado como
um "insurgente".

Sigam o dinheiro

No pé em que estão as coisas, os romanticizados "rebeldes" sírios plus
os neo "insurgentes" (ex-"terroristas") não podem vencer o exército
sírio - nem se os sauditas e qataris fizerem chover sobre eles cataratas
de dinheiro e armas.

Nem há qualquer sinal de que o regime
esteja considerando a possibilidade de retirada rumo às montanhas
alawitas no norte da Síria, como sugerido num blog de discussão sobre
política externa (em http://www.gatestoneinstitute.org/3189/the-call-for-july-22-2012-russian-ambitions-in). Afinal de contas, os "rebeldes" não controlam nem um palmo de território.

De garantido, só quem lucrará mais com a progressiva balcanização da
Síria. A Casa de Saud e o Qatar adorariam ver a guerra civil exportada
para o Iraque e o Líbano: nos seus rasos cálculos estratégicos, daí
nasceriam regimes sunitas amigos (deles).


Por isso, contem com muito dinheiro saudita e qatari comprando todo e qualquer
apparatchik bem relacionado que encontrem no regime sírio - mesmo no caso de a burguesia sunita urbana ainda não ter abandonado o barco.

E, com a guerra civil alastrando-se, um tsunami de armas continuará a
inundar a Jordânia, o Líbano, o Iraque e, claro, a Turquia, e chegarão
às mãos de todas as
griffes, uniformes e fantasias de gangues
armadas, inclusive aos curdos - e a mais de uma faceta da já descartada
Turquia neo-otomana que assiste, impotente, ao esmagamento dos
estados-nação que foram riscados na areia, naquela linha colonial dos
anos 1920s.

Estrategicamente, sempre será guerra por procuração: na essência, é Arábia Saudita
versus Irã. A Casa de Saud (que financia islamistas fanáticos de linha duríssima de todas as cores) versus o Qatar (que apoia a Fraternidade Muçulmana "deles"). Mas, sobretudo, é CCG-OTAN-EUA versus Irã.

Os motivos de Israel vão bem além da sanha sectária de sauditas e
qataris. O primeiro-ministro de Israel "Bibi" Netanyahu acaba de
desenterrar um Bushismo: definiu Irã-Síria-Hezbollah como um "eixo do
mal". O sonho de longo prazo de Telavive é claro: que Washington, com
governo Obama ou sem, detone o tal "eixo".


Ter claro um
objetivo de longo prazo não impediu o absoluto enlouquecimento do
ministro da Defesa de Israel: pôs-se a especular sobre uma invasão à
Síria que se explica(ria) porque a Síria estar(ia) repassando mísseis
antiaéreos e até armas químicas ao Hezbollah.


Washington, por
sua vez, adoraria por no governo em Damasco um regime-fantoche sunita,
no mínimo; para turbinar o cerco ao Irã - sem aumentar demais o pânico
existencial de Israel.


Mas o que se faz passar por "poder esperto" [orig.
"smart power"]
nada é, além de delírio-desejante & autoglorificação. Na nota [5],
abaixo, os que se interessem encontrarão informação sobre o que há na
cabeça de alguns funcionários do governo dos EUA que trabalham a favor
de Israel e planejam hoje o que eles mesmos chamam de "Síria pós-Assad".


Entra em cena um neo-Ban


Apesar do muito dinheiro já gasto na produção, a
jihad
da OTAN - associada à al-Qaeda, afiliados e periguetes adjuntas - ainda
não conseguiu mudar regime algum na Síria. Não haverá sanções do
Conselho de Segurança da ONU, como Pequim e Moscou já disseram (e
mostraram) três vezes. Por isso, vai e vem, sempre aparece algum Plano
B. O mais recente parece copiado do Manual usado no Iraque: Damasco usou
armas químicas em ataque contra civis. Não sobreviveu sequer até o
'noticiário' de televisão do dia seguinte.

O presidente
Vladimir Putin da Rússia já disse: mudança de regime é anátema,
especialmente por uma razão que praticamente ninguém percebe no ocidente
-
jihadis nas portas de Damasco implica que estariam a uma
pedrada do Cáucaso, a possível nova pérola do letal colar planejado para
desestabilizar a Rússia muçulmana.

A volta do chicote,
enquanto isso, está pronta a ferir novamente, como a Medusa. Os, para
todos os efeitos práticos, esquadrões da morte, de
mujahideen/jihadi
do CCGOTAN, adorariam deixar sangrar a Síria até a morte, por cem
cortes sectários - sobre a areia e especialmente nas cidades. Está
aberta a temporada de caça: caçam-se alawitas mas também cristãos (10%
da população).

Uma política externa que privilegie os
jihadis
sunitas (antes chamados de "terroristas"), na criação de um estado
"democrático" no Oriente Médio é ideia que parece brotada da cabeça de
Bane - bandidão que é a soma de Hannibal Lecter com Darth Vader, e
estrela de Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012),
último capítulo da trilogia de Batman. Ah, sim, nós o criamos. Aos
melhores falta qualquer convicção. Os piores estão tomados de paixão
intensa. Enquanto isso, um super-homem sunita jihadi mascarado rasteja rumo a Damasco, onde nascerá.

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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 30, 2012 5:59 am

o artigo é do pradva

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Mensagem por Joao Ruiz Seg Jul 30, 2012 6:24 am

.
O artigo é do Pravda, cuja isenção anda sempre intimamente ligada ao regime russo, pelo que está tudo dito.

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Mensagem por Vitor mango Seg Jul 30, 2012 8:27 am

Joao Ruiz escreveu:.
O artigo é do Pravda, cuja isenção anda sempre intimamente ligada ao regime russo, pelo que está tudo dito.

Laughing

como sabem eu copio todas as origens

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