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Haifaa Al-Mansour, uma cineasta no país onde não há cinemas

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 02, 2012 1:48 am

Haifaa Al-Mansour, uma cineasta no país onde não há cinemas
Publicado por Jorge Pereira
Sábado, 01 Setembro 2012 13:37
Imagens: © La Biennale di Venezia - ASAC
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Foi com entusiasmo que Veneza recebeu «Wadjda», um filme de Haifaa Al-Mansour, a primeira cineasta da Arábia Saudita, um dos países mais conservadores do Médio Oriente e que constantemente passa ao lado das polémicas opressoras que a imprensa ocidental tanto dedica espaço, provavelmente por ser um dos mais fortes aliados/parceiro de negócios dos norte-americanos na região.

A verdade é que neste paraíso do petróleo, o cinema continua a ser uma arte interdita e cineastas como Haifaa apenas encontram a divulgação local através da TV e do lançamento em DVD.

Após ter tirado o bacharelato em Literatura na Universidade Americana no Cairo, no Egito, e uma pós-graduação em Realização e Estudos Cinematográficos em Sydney, na Austrália, Haifaa realizou três curtas metragens e um documentário (Women Without Shadows) que definitivamente marcaram uma nova vaga de cineastas sauditas que tornaram a interdição dos cinemas no Reino numa notícia para a capa dos jornais.

Como seria de esperar, o seu trabalho tem sido muito encorajado por segmentos da sociedade mais liberais, mas fortemente criticado pelo conservadorismo religioso ainda reinante. E nem interessa que este seu «Wadjda» tenha tido o apoio do Príncipe Al Waleed Bin Talal, uma pessoa que para a cineasta é «impecável» e que «defende os direitos das mulheres na região».

Existe muito a ideia que nos países islâmicos, a fonte de maior poder é o presidente, o rei ou quer que que seja a nível político e institucional. Na verdade, estes são figuras de estado, mas o poder religioso e a própria sociedade controlam acima de tudo os costumes e as leis dos territórios. Haifaa sabe disso e não tem qualquer intenção em sair do território para contar as suas histórias, mas sim mudar aos poucos a forma de pensar da sociedade onde vive. «Eu quero trabalhar no sistema da Arábia Saudita (…) não quero ser uma marginal. A Arábia Saudita é um país muito conservador. Eu quero fazer filmes que façam (os Sauditas) pessoas menos rígidas, mais tolerantes e que respeitem mais as mulheres.»

Claro está que a abordagem de temas considerados tabus (a tolerância, os perigos de movimentos ortodoxos, a condição da mulher) são uma das formas de fazer essa «educação», mas sem choques frontais com os costumes e tradições locais. «Eu não quero que eles recusem o filme completamente. Não quero ser violenta e empurrar o filme contra as pessoas. Eu quero falar com as pessoas e fazer com que elas se envolvam e me acompanhem na história (…) Conquistar as pessoas é a melhor maneira para a arte desempenhar um papel mais importante no Médio Oriente».

Wadjda, a menina que queria uma bicicleta



«Wadjda», a primeira longa-metragem filmada integralmente na Arábia Saudita, é na sua orgânica uma forma subtil de contar uma história muito simples, definitivamente com alguns elementos autobiográficos, mas com um tom universal e que vai muito mais além do que aquilo que à partida parece.

Na obra seguimos uma menina de dez anos (Wadjda) que vive nos subúrbios de Riade, a capital da Arábia Saudita. Apesar de viver num mundo extremamente conservador, a pequena é aquilo que se pode considerar um espírito livre que frequentemente testa os limites daquilo que pode ou não fazer.

Após uma desavença com o seu amigo Abdullah, um rapaz com quem ela não devia ter contacto, Wadjda vê uma bicicleta verde à venda e pela qual se enamora. O que ela mais quer é ter a bicicleta, especialmente para poder ter hipóteses de bater Abdullah numa corrida. Como seria de esperar, a mãe da rapariga não permite que ela adquira a bicicleta, temendo as repercussões de uma sociedade que vê as bicicletas como perigosas para a virtude de uma mulher. Como tal, a pequena não vê outra solução a não ser arranjar ela o dinheiro para conseguir concretizar o seu sonho.



Para a realizadora, esta é uma história de esperança e perseverança que vai dizer muito a qualquer cultura e não só à saudita. Ainda assim, não esconde a alegria de contar uma história que existe frequentemente no seu país. «Eu venho de uma pequena cidade onde há muitas raparigas com muitos sonhos, personalidade e potencial como a Wadjda. Estas raparigas podem, e irão, remodelar e redefinir a nossa nação» (…) no fundo quis provocar um debate intelectual com um rosto – uma história com que as pessoas se identificassem e compreendessem. O filme não apresenta uma grande história, mas uma pequena, sobre emoções e com poucas personagens. Uma rapariga e a mãe. A vida destas na sociedade».

Outro dos seus objetivos não foi estereotipar os homens ou simplesmente os colocar como os vilões. Na verdade, «tanto os homens como as mulheres estão no mesmo barco, pressionados por um sistema em agir e comportar-se de uma certa maneira e a sofrer as consequências das suas ações.»

«Wadjda» está presentemente no Festival de Cinema de Veneza na secção Horizontes.


Artigo retirado do site www.c7nema.net

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 02, 2012 1:49 am

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 02, 2012 1:50 am

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