Próximo Oriente
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Próximo Oriente
domingo, 9 de setembro de 2012
Próximo Oriente
Havia um velho aforismo que se costumava utilizar a propósito do Médio
Oriente (mas cada vez gosto mais da precisão com que os franceses
distinguem o conceito de Próximo Oriente do de Médio Oriente) segundo a
qual, por aquela área geopolítica, "não há guerra sem o Egito nem paz
sem a Síria". Lembrei-me de como esse tipo de afirmação está já datado
quando ouvi o novo presidente da República egípcia denunciar abertamente
o regime de Damasco, favorecendo uma alternativa democrática para o
país.
Quem haveria de dizer que iríamos, um dia, assistir a uma coisa assim!
Nunca, no passado, uma liderança egípcia se havia contraposto de forma
tão aberta à família Assad, apesar das tensões entre o Cairo e Damasco
não serem raras, antes pelo contrário. A verdade, porém, é que este é um
novo Egito (seja lá o que isso venha a significar), chefiado por uma
figura com um perfil legitimado democraticamente, com fragilidades
económicas que, não obstante as suas renovadas tentações de protagonismo
regional, o obrigam a continuar a respeitar uma dependência da Arábia
Saudita sunita, que hoje tem o regime sírio, mais do que nunca, como
inimigo jurado. E o herdeiro de Assad conseguiu perder, por efeito
externo ou culpa própria, todos os "trunfos" com que o seu pai, de forma
magistral, desenhara, por décadas, a estratégia nacional da Síria.
Todos, não! Ainda lhe restam o apoio do Irão e a embaraçada proteção
russa, para além da capacidade de destestabilização no Líbano.
As relações entre os países árabes sempre foram um labirinto de
ambiguidades. No passado, eram "federadas" equivocamente por um apoio à
causa palestina, que levava a uma oposição de princípio a Israel .
Escrevo "de princípio" porque não houve nenhum país árabe com
proximidade geográfica com Tel-Aviv que, num momento ou noutro, não
tivesse enveredado por uma realpolitik de interesses, sempre disfarçada por uma forte retórica.
As diferentes "primaveras árabes" baralharam, contudo, todo este cenário
e ninguém parece estar mais "baralhado" que Israel, que já se havia
habituado a lidar com as ditaduras circundantes, as quais, na sua
equação de segurança, funcionavam como constantes que conseguia ir
gerindo. A suprema ironia é que Tel-Aviv, que sempre fez passar a ideia
(real) de ser a única democracia da região, está agora em palpos de
aranha com o facto das ideias democráticas, cuja ausência denunciava na
sua periferia, estarem a atingir esses Estados da sua vizinhança. E,
quem sabe?, levando ao poder governos, agora legitimados pelo
voto, que, a prazo, lhe podem vir a tornar-se bem mais detrimentais que
as "velhas" ditaduras. Qual é a "solução" para Israel?
Aparentemente, tudo indica que pode ser tentado a fazer uma fuga em
frente, desencadeando um ataque às supostas instalações nucleares do
Irão. Desta forma, ao dispor-se a fazer um "dirty work" que espera que o
Ocidente (no fundo) lhe agradeça, o Estado judaico compra tempo e
complacência. Mas, uma vez mais, não ganha a paz.
Publicado por
Francisco Seixas da Costa
às
01:17
3
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Próximo Oriente
Havia um velho aforismo que se costumava utilizar a propósito do Médio
Oriente (mas cada vez gosto mais da precisão com que os franceses
distinguem o conceito de Próximo Oriente do de Médio Oriente) segundo a
qual, por aquela área geopolítica, "não há guerra sem o Egito nem paz
sem a Síria". Lembrei-me de como esse tipo de afirmação está já datado
quando ouvi o novo presidente da República egípcia denunciar abertamente
o regime de Damasco, favorecendo uma alternativa democrática para o
país.
Quem haveria de dizer que iríamos, um dia, assistir a uma coisa assim!
Nunca, no passado, uma liderança egípcia se havia contraposto de forma
tão aberta à família Assad, apesar das tensões entre o Cairo e Damasco
não serem raras, antes pelo contrário. A verdade, porém, é que este é um
novo Egito (seja lá o que isso venha a significar), chefiado por uma
figura com um perfil legitimado democraticamente, com fragilidades
económicas que, não obstante as suas renovadas tentações de protagonismo
regional, o obrigam a continuar a respeitar uma dependência da Arábia
Saudita sunita, que hoje tem o regime sírio, mais do que nunca, como
inimigo jurado. E o herdeiro de Assad conseguiu perder, por efeito
externo ou culpa própria, todos os "trunfos" com que o seu pai, de forma
magistral, desenhara, por décadas, a estratégia nacional da Síria.
Todos, não! Ainda lhe restam o apoio do Irão e a embaraçada proteção
russa, para além da capacidade de destestabilização no Líbano.
As relações entre os países árabes sempre foram um labirinto de
ambiguidades. No passado, eram "federadas" equivocamente por um apoio à
causa palestina, que levava a uma oposição de princípio a Israel .
Escrevo "de princípio" porque não houve nenhum país árabe com
proximidade geográfica com Tel-Aviv que, num momento ou noutro, não
tivesse enveredado por uma realpolitik de interesses, sempre disfarçada por uma forte retórica.
As diferentes "primaveras árabes" baralharam, contudo, todo este cenário
e ninguém parece estar mais "baralhado" que Israel, que já se havia
habituado a lidar com as ditaduras circundantes, as quais, na sua
equação de segurança, funcionavam como constantes que conseguia ir
gerindo. A suprema ironia é que Tel-Aviv, que sempre fez passar a ideia
(real) de ser a única democracia da região, está agora em palpos de
aranha com o facto das ideias democráticas, cuja ausência denunciava na
sua periferia, estarem a atingir esses Estados da sua vizinhança. E,
quem sabe?, levando ao poder governos, agora legitimados pelo
voto, que, a prazo, lhe podem vir a tornar-se bem mais detrimentais que
as "velhas" ditaduras. Qual é a "solução" para Israel?
Aparentemente, tudo indica que pode ser tentado a fazer uma fuga em
frente, desencadeando um ataque às supostas instalações nucleares do
Irão. Desta forma, ao dispor-se a fazer um "dirty work" que espera que o
Ocidente (no fundo) lhe agradeça, o Estado judaico compra tempo e
complacência. Mas, uma vez mais, não ganha a paz.
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Francisco Seixas da Costa
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_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Próximo Oriente
Qual é a "solução" para Israel?
Aparentemente, tudo indica que pode ser tentado a fazer uma fuga em
frente, desencadeando um ataque às supostas instalações nucleares do
Irão. Desta forma, ao dispor-se a fazer um "dirty work" que espera que o
Ocidente (no fundo) lhe agradeça, o Estado judaico compra tempo e
complacência. Mas, uma vez mais, não ganha a paz.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Próximo Oriente
Postar um comentário em:
duas ou três coisas
"Próximo Oriente"
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1 – 3 de 3
Isabel Seixas disse... "Mas, uma vez mais, não ganha a paz."In FSC
Para mim do
ponto de vista do saber sustentado este tema é transcendental, sou
dotada de uma obtusidade qualquer que me impede de entender...Nem a
clareza com que o Senhor expõe.
Tenho sempre a apreensão que a
paz não é tida nem achada, só mais um estratagema para efetivar a
mudança para outra guerra para variar ... É assim como assim um mais do
mesmo tudo areias movediças...
Outra face da exploração do homem pelo homem.
9 de setembro de 2012 10:10
Anônimo disse...Pois é.... Se Israel bombardear o Irão bem poderemos ir fazer as
malas desta para melhor. Vai ser bonito vai e ninguém vai ficar bem na
foto. Mas.... eu não sei.... será de facto, então o fim desta ilusão
post 2ª guerra Mundial e, como tudo tem um fim....
9 de setembro de 2012 18:21
Anônimo disse...entao agora o sr embaixador resolveu ser nao alinhado?...
bem haja
www.youtube.com/watch?v=63AJ9B8RkwE
9 de setembro de 2012 23:11
duas ou três coisas
"Próximo Oriente"
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Isabel Seixas disse... "Mas, uma vez mais, não ganha a paz."In FSC
Para mim do
ponto de vista do saber sustentado este tema é transcendental, sou
dotada de uma obtusidade qualquer que me impede de entender...Nem a
clareza com que o Senhor expõe.
Tenho sempre a apreensão que a
paz não é tida nem achada, só mais um estratagema para efetivar a
mudança para outra guerra para variar ... É assim como assim um mais do
mesmo tudo areias movediças...
Outra face da exploração do homem pelo homem.
9 de setembro de 2012 10:10
Anônimo disse...Pois é.... Se Israel bombardear o Irão bem poderemos ir fazer as
malas desta para melhor. Vai ser bonito vai e ninguém vai ficar bem na
foto. Mas.... eu não sei.... será de facto, então o fim desta ilusão
post 2ª guerra Mundial e, como tudo tem um fim....
9 de setembro de 2012 18:21
Anônimo disse...entao agora o sr embaixador resolveu ser nao alinhado?...
bem haja
www.youtube.com/watch?v=63AJ9B8RkwE
9 de setembro de 2012 23:11
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Próximo Oriente
Vitor mango escreveu:Qual é a "solução" para Israel?
Aparentemente, tudo indica que pode ser tentado a fazer uma fuga em
frente, desencadeando um ataque às supostas instalações nucleares do
Irão. Desta forma, ao dispor-se a fazer um "dirty work" que espera que o
Ocidente (no fundo) lhe agradeça, o Estado judaico compra tempo e
complacência. Mas, uma vez mais, não ganha a paz.
Vamos por partes á parte
A revoluçao arabe começou na Turquia quando um jovem vendedor de fruta foi proibido de manter a sua barraca de venda da mesma em determinado local ...el foi levado para a esquadra e espancado
Semk posses para manter a familia que era sustento foi comprar uma garrafa de gasolina e ateou fogo a si mesmo
Isto sucedeu numa cidade algures fora da capital ...só que na NET Blogs e Foruns depressa o caso começou a ser discutido e fez ajuntamento ..pouco a poucop o pessoal foi-se juntando e
Bummmmmmmmmmmmmmmmmm ...o movimento ficou imparavel
No Egvipto foi o mesmo e aqui o Mubarak mandou desligar a NET ...só que a constestaçao era tal que ...
Para os que argumenta que A Sharia ou sharada ou qualquer movimento islâmico esteve por detrás ...ESKEÇAM...no Egito nenhum bandeira religiosa foi erguida
Como mago destas coisas ja o que afirmei varfias e muitas vezes
E e sera sempre a juventude a querer desarramar as amarras que lhe colocam sejam elas religiosas ou não
A Juventude de Israel sofre do mesmo mal perfeitamente isolada do mundo onde para conviver tera que levar um policiual atras e obter miriades de autorizações militares
Como o comentador acima refere o interesse de Israel é provocar uma guerra com o Irão para se ver livre de contestaçao intyerna e unir o pessoal á volta da mesma causa
Só que se arrisca a desaparecer do mapa ..nao por fraqueza militar mas pela situaçao do medio oriente ja farto de ter um vizinho que jamais pensou fazer qualquer tipo de paz ou obedecer a qualquer resolução da ONU
Só que o Obama nao vai em caboiadas por varias razões
Primeirfo perderia de imediato o apoio da Turquia e o Egipto daria uma guinada tremenda e dos arabes apenas a arabia saudita assobiaria de lado
A Europa tem um problema
Nem sonha sequer ter que gramar o regresso de judeus á Eurfopa ja que os expulsou varias vezes e não foi por acaso que o Churchil viou o petisco e os recambiou para a Palestina
O cinismo foi tal que tendo a força para manter o estatuto salutar se absteve quando da votação na ONU em 47
E por fim e para os que me apontam o dedo por comentar e ver com os meus olhos a evidencia verao que estico sempre os argumentos
Quais ?
Terem feito um pais na base de uma religião coisa que ja nem os arabes tentam apesar de cunitas e xiitas se morderem no toucinho ...e sendo tribalistas a coisa agrava-se
O candidato republicano ás eleições garante que vai partir os dentes ao Irão
Sucede que o gajo é tao bronco que nem sabe onde fica o Irão e na sua curta viagem fora da america só fez cagadas quando abriu as goelas
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Vitor mango- Pontos : 118178
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