O povo e a barricada ...in combustoes
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O povo e a barricada ...in combustoes
O povo e a barricada
Hoje recebi mais de 100 mensagens de indignados; 3/4 foram para o lixo
por não cumprirem as condições que sempre impus a esta tribuna. Sou "livre,
sem lóbi, seita, loja, templo e partido, absolutamente indisponível
para entrar em camarilhas, carregar malas e fazer de mainato". Aqui,
também não se pratica o ataque pessoal, não se cultiva o palavrão, não
se proclamam votos de adesão a povos em marcha, coisa rara numa
sociedade onde cada um se tenta aboletar em institutos, fundações,
organizações secretas, grupos discretos. Há tempos, por ocasião da
manif. dos "indignados", aqui lavrei testemunho
presencial que mantenho. As pessoas pensam pequeno e tomam 10.000,
20.000 ou 100.000 - o bárbaro fascínio pelos números - como medida de
certeza. Nesse pressuposto, os 6.000.000 que esperaram Khomeini no
aeroporto de Teerão em 1979 estavam cheíssimos de razão; como o estariam
os 9.000.000 de indignados chamados a Pequim por Mao no arranque da
Revolução Cultural, em 1966. Os números são irrelevantes. Servem para
tudo, até para legitimar as sucessivas maiorias com que o povo português
tem premiado os notáveis que trouxeram Portugal à presente situação.
Lembro que Adriano Moreira, em 1987, disse as verdades que todos
repeliam e viu-se reduzido a 4,6%. As pessoas detestam que lhes digam a
verdade !
Entendamo-nos !
Os portugueses viviam derrancados no sonho da riqueza, das Donas Brancas
às croissanterias, dos montes alentejanos aos apart-hotéis. Queriam ser
ricos, queriam "viver bem", dois carros à porta, cinco cartões de
crédito, televisor de plasma, trapos de marca, uma saltada às Londres a
às Romas duas vezes por ano. Trabalhar ? Ora, que viessem esses reles
russos, essa turba de ucranianos, mais os negros e os brasileiros fazer
as autoestradas, as pontes, as urbanizações crescendo como tortulhos em
torno de Lisboa. Lisboa era para os patêgos, os velhos, os sem-beira,
coisa a abater. Para sair da caquética antiga capital do império, um
carro fazia o trabalho. Todos se motorizaram. Os carros topo-de-gama
tornaram-nos conhecidos na Europa. Em 2004, a produção de Mercedes e Bentleys não chegava para as encomendas reclamadas por Portugal e anunciava-se ao mundo que se vendia um Maserati
por dia no país do verde pinho. Comprar sapatos portugueses ? Comprar
as camisoletas de algodão das nossas fabriquetas ? Ora, havia tanto para
comprar nas lojas de marca !
Em 1998, por alturas da Expo, recebi dezenas de reportagens encomendadas
aos mais influentes periódicos europeus e norte-americanos. Cantavam
loas ao despertar de Portugal, ao crescimento do consumo - crescimento
que nos empurrava para a condição de "novo dragão" da Europa do Sul -,
exibiam os ricaços do dinheiro novo como modelos da nova "elite
portuguesa". A elite cresceu depressa. Cada português, uma revistazinha
do "coração" - a Holla, a Gent[inha], as Cara[ntonhas], as Lux, as
Premiere - com o "must" das "pessoas bonitas" e do "tout monde"
português: as Caneças, as Soraias, as Cátias da fama... Outros, mais
afoitos, queriam descobrir o segredo de Midas e lá iam sobraçando o
Portugal Global, a Gestão & Negócios, Ideias & Negócios, Capital
de Risco, a Fortuna...
Para acelerar a ascensão, impunha-se cobrir o sucesso com o status
universitário. Abriram-se centos de universidades, institutos e
politécnicos. Assim, tivemos as brilhantes "privadas", que tornaram
possível o enorme dislate da "mais bem preparada geração que Portugal
jamais teve". As pessoas queriam ser europeias. Vai daí, todos ao
Colombo, todos ao Vasco da Gama, ao Aqua Portimão, ao Guimarães
Shopping, ao Corte Inglês. Comércio tradicional, merceariazinhas de
bairro, cafés e papelarias ? Que se danassem !
***
Tenho, como tantos outros, razões e autoridade para reclamar inocência
no vórtice de parvalhização em que Portugal se precipitou. Este Vosso
criado começou a trabalhar aos 15 anos de idade, trabalhou numa
tipografia, passou seis anos no exército para pagar os estudos,
trabalhou em Elvas, Évora e Beja, dormindo em quartos para garantir o
seu sustento, deu aulas a ciganos nos "bairros problemáticos" em regime
de quase gratuidade, deu aulas no secundário e no superior, trabalhou
para jornais, percorreu de autocarro metade da geografia portuguesa para
localizar, catalogar e inventariar o património bibliográfico nacional a
que ninguém prestava atenção - o importante era o futuro e as "novas
tecnologias" - e ainda teve tempo para tirar um mestrado e um
doutoramento, publicar meia dúzia de trabalhos, candidatar-se a um
concurso público para chefe de divisão, que venceu perante o estupor de
uns quantos (cartão do partido no bolso) que se insurgiram contra a
deslealdade. Este Vosso criado perdeu 1500 Euros por mês para se
estabelecer na Tailândia durante três anos, aí aprendendo a ler,
escrever e falar uma língua estranha, só para poder cumprir os termos
exigidos para um doutoramento que plasmasse o impacto de Portugal no
Sudeste-Asiático, coisa de somenos para os meninos dos 3+2 das Bolonhas,
afoitos na religião das liberalices made in USA, para os
quais Portugal, a sobreviver, só com torres de vidro de setenta andares,
meninos patetas a gerir negócios inexistentes e a bolsa das fantasias.
Este Vosso criado trabalha 14 horas por dia, é fiel servidor do Estado,
paga os impostos, não falta, nunca teve um processo disciplinar, cumpriu
sempre. Este Vosso criado tem uma micro-empresa que dá trabalho a cinco
pessoas. Paga-lhes aquilo que não vence um técnico superior do Estado,
mais alimentação, passe, descontos para a segurança social. Sou tudo,
menos um desses patrõeszitos à Fagin do Dickens que enchem as fantasias
dos protestatários inúteis e dos novos meninos do business.
Este Vosso criado poderia - era só querer - meter-se numa máquina e
obter um lugar. Nunca o fez. Vejo por aí muito exaltado que, ainda há um
ano, esperava por um lugar em S. Bento ou num dos gabinetes
ministeriais, mas que perdida a corrida aos lugares, milita em excessos
de linguagem contra o governo.
Este Vosso criado teria mil e uma razões para detestar o modelo de
sociedade que alegremente se foi impondo como fim da história e ao qual a
"classe média" aderiu com entusiasmo. Como tantos, habituei-me a calar,
a aceitar chefias ineptas, verdadeiros imbecis, aves canoras, gente má,
mesquinha, incapaz de riscar uma linha. Há fontes de enorme
ressentimento na sociedade portuguesa. A má-língua, o rumor, a
difamação, o "não vale ultrapassar", o comodismo, o desinteresse e o
servilismo causaram estragos que estimo irreparáveis. Poderia ser um
extremista e clamar por direitos, mas quem me ouviria ? Por isso, como
tantos outros, resolvi emigrar. Há uma emigração interna tão forte como a
saída física do país. O país é injusto e requer a tal "mudança de
mentalidades" que tem sido mote para todas as falhadas regenerações. Não
me dêem, por favor, lições de moral.
***
Algumas dezenas de milhares de portugueses saíram ontem às ruas. Tanto
importa que fossem 10.000 como 100.000 ou dois milhões. Não tinham
razão, pois foram cúmplices. O que ontem aconteceu foi o protesto da
dita "classe média", a mesma que votou sempre pela "vida confortável",
que aplaudiu Cavaco, Guterres, Ferro Rodrigues e as fantasias sem pensar
nas consequências. Essas pessoas têm dores, passam por sofrimentos,
angústias e até desespero, mas não é o povo. O povo, na acepção
sociológica de classe de baixos rendimentos - isto é, o salário mínimo -
nunca saiu à rua. Tem vivido do banco alimentar e da caridade das
ONG's, de associações católicas e até da Jerónimo Martins, tão atacada
por todos, mas que garante 60% do total de contribuições que assistem as
vítimas da fome.
Ontem, cantaram a Vila Morena e o Povo Unido Jamais Será Vencido. Sei
que custa perder o sentido da vida e os mitos, mas há que abrir os olhos
e ter um mínimo de lucidez. Afinal, não se ouviu uma ideia. Não têm
qualquer ideia de como sair da situação. O governo tem feito o que se
deveria ter feito há vinte ou trinta anos. Mas não, ninguém quis saber.
Queriam "viver bem", queriam ser "europeus". Isso acabou. A crise pode
ser boa conselheira. O governo que comece a pensar num plano de resgate
económico, não se atenha às finanças e dê exemplo, começando por atacar
os vergonhosos privilégios da matulagem que vive do sistema. A "classe
média" que pense, mas proponha saídas. Afinal, com tanto "intelectual" e
tanto "quadro", só se limitam a pedir direitos. Os direitos estão na
lei, mas mais importante que os direitos de cidadania são os deveres,
que estão na ética. É só!
É evidente que um texto destes não desperte os habituais pruridos. A
generalidade das pessoas afoga-se no ódio gratuito. É mais cómodo.
Querem sentir-se acompanhadas e aderem a todos os unanimismos. A
tentação totalitária existe nos mais cândidos.
Publicada por
Combustões
em
16.9.12
11 comentários:
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: O povo e a barricada ...in combustoes
11 Comentários
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1 – 11 de 11
FMS disse...Olá, Miguel.
Ainda o leio. Se pegarmos neste post e no
anterior, ficamos sem saber onde enquadra aqueles que, nunca tendo
participado, comungado ou embarcado no delirio que denuncia - e bem! -
ainda assim foram ontem para a rua.
O que me diz?
Setembro 16, 2012
Combustões disse...FMS
As pessoas andam a procura de um ponto de fuga. Não se
vinguem na verdade, mas pensem no que fizeram para permitir que isto
acontecesse. Ontem, só falaram em direitos, mas onde está a alternativa?
Onde está o programa político, o modelo de representação, o modelo
económico para a retoma? Calcula o que aconteceria se a Trioka
denuncasse o acordo ? Onde está o crédito para reanimar a produção? Tem
sugestões? Serão bem vindas.
Setembro 16, 2012
FMS disse...Miguel,
uma coisa é apodar a manifestacao de inutil, outra
bem diferente é nela incluir, de forma estanque, apenas a camada do
ecossistema que vinga na turfa partidaria e na excrescencia do PREC, no
atavismo cosmopolita-à-alcochete.
De igual modo, uma coisa é
pedir-me sugestoes, que as tenho, e outra bem diferente é pretender
firmar uma conexão entre o meu silencio acerca delas, e a nulidade do
que enfim afirmo: a manifestacao de ontem foi um game changer porque
mostrou a todos, os que estiveram e os que ainda querem vir a estar, a
rugosidade do caminho em frente.
Setembro 16, 2012
Carlos Velasco disse...Caro Miguel,
Compartilho essa opinião no que toca àqueles
que foram pedir mais benefícios do estado, mas há uma fracção bem
significativa que foi para a rua exigir uma verdadeira austeridade.
Até
agora o governo nada cortou, só aumentou a influência nefasta da
camarilha sobre todos os sevtores da vida económica e continuou a
endividar a nação, para além de ceder soberania com a venda de activos
estratégicos a preço de banana.
Um governo sério teria cortado na
despesa e nos impostos de maneira significativa, em níveis entre os
30-50%, e teria desarmado o descontentamento através do exemplo,
cortando os próprios salários numa proporção ainda maior e acabando de
vez com os benefícios das fundações, com regime de pensões dos
privilegiados e as PPP.
Não o fez no princípio pois mentiu, e não é
agora, depois de ter perdido o apoio daqueles que esperavam um governo
patriota e não um governo ao serviço de quem vive de emprestar às nações
de modo que se assemelha ao que fazem os agiotas da máfia, que
conseguirá. Se não é um governo tão nefasto quanto o anterior, então é
um governo de gente incompetente.
E que não se esqueça que os
participantes deste governo são todos euro-federalistas, preferem
sacrificar Portugal em nome da sua manutenção na zona euro e não se
incomodam com a transofmração da nação num protectorado só para garantir
os recursos necessários para continuar a pagar o regime de opressão
fiscal e de clientelismo que une o PSD, o PS, o CDS-PP, o BE e o PCP.
Saudações.
Setembro 16, 2012
Pedro Marcos disse...A pergunta é boa, Miguel. Não é boa, é óptima. Mas eu devolvo-a
ao movimento monárquico, que confesso me estar a dar verdadeiros ataques
de caspa de tanta bimbice.
"mas onde está a alternativa?"
Onde está D. Duarte?
Apesar
de pensar que D. Duarte corra risco de vida se começar a levantar
fervura, é bom que se arrisque mesmo assim a menos que queira não passar
de figura de anedota de hermans e outros maricões de mau gosto. Se D.
Duarte aparecer, ele arriscar-se-á mas não estará tão só como poderá
julgar.
"Onde está o programa político, o modelo de representação, o modelo económico para a retoma?"
Idem para os monárquicos betos e aqueles que desdenham daqueles que dizem adorar. Alternativas?
Zero!
Onde estão?
Nas manifestações da Tailândia?
É aqui e agora, meus lindos!
E se querem que vos diga e seja sincero:
Eu
tenho muito apreço por D. Duarte. É sério, honestíssimo, sereno e
simpático. Uma jóia de pessoa que merece todo os respeito e mais algum.
Infelizmente não suscita muita adesão por parte desse povo chão, tão
lisonjeado mas gozado por trás, mas que é gente rija e capaz de ignorar
muita propaganda, se Van Uden aparecer.
O resto é conversa.
É
bom que as dondocas monárquicas de ambos os sexos abandonem os seus
pretensiosismos e defendam efectivamente o povo que dezem amar mas que
no fundo parecem desprezar.
Como o Miguel, caramba!
Desçam das vossas liteiras e ajudem a puxar os canhões!
Deem-se ao respeito!
D. Duarte que apareça. A minha espingarda será sua.
Setembro 16, 2012
Pedro Marcos disse...A pergunta é boa, Miguel. Não é boa, é óptima. Mas eu devolvo-a
ao movimento monárquico, que confesso me estar a dar verdadeiros ataques
de caspa de tanta bimbice.
"mas onde está a alternativa?"
Onde está D. Duarte?
Apesar
de pensar que D. Duarte corra risco de vida se começar a levantar
fervura, é bom que se arrisque mesmo assim a menos que queira não passar
de figura de anedota de hermans e outros maricões de mau gosto. Se D.
Duarte aparecer, ele arriscar-se-á mas não estará tão só como poderá
julgar.
"Onde está o programa político, o modelo de representação, o modelo económico para a retoma?"
Idem para os monárquicos betos e aqueles que desdenham daqueles que dizem adorar. Alternativas?
Zero!
Onde estão?
Nas manifestações da Tailândia?
É aqui e agora, meus lindos!
E se querem que vos diga e seja sincero:
Eu
tenho muito apreço por D. Duarte. É sério, honestíssimo, sereno e
simpático. Uma jóia de pessoa que merece todo os respeito e mais algum.
Infelizmente não suscita muita adesão por parte desse povo chão, tão
lisonjeado mas gozado por trás, mas que é gente rija e capaz de ignorar
muita propaganda, se Van Uden aparecer.
O resto é conversa.
É
bom que as dondocas monárquicas de ambos os sexos abandonem os seus
pretensiosismos e defendam efectivamente o povo que dezem amar mas que
no fundo parecem desprezar.
Como o Miguel, caramba!
Desçam das vossas liteiras e ajudem a puxar os canhões!
Deem-se ao respeito!
D. Duarte que apareça. A minha espingarda será sua.
Setembro 16, 2012
Álvaro Queirós disse...do seu texto, retive o seguinte:
..."O governo que comece a
pensar num plano de resgate económico, não se atenha às finanças e dê
exemplo, começando por atacar os vergonhosos privilégios da matulagem
que vive do sistema."...
porque o que senti ontem, foi o povo
dizer que de partidos está cheio,,, quer soluções... afinal é para isso
que o povo os lá colocou,,, representação.
Setembro 16, 2012
Bonaparte disse...Sou funcionário do estado e trabalho 10 horas por dia. Tenho uma
carro com 20 anos e passo um mês de férias na minha aldeia todos os
anos. Tenho poupanças é certo e não são muitas gosto da vida austera que
levo compro um livroe vou a um concerto uma vez por mês. Gasto a roupa
até ao fim, às vezes até ultrapassa o fim. Sócrates cortou-me 7,8 % no
meu salário Passos tirou-me o subsidiu de férias e o de natal. Passei 4
ANOS da minha juventude no serviço militar 2 ANOS na Guiné descontei
esses anos para a reforma. Hoje, dizem-me que não vou ter reforma. O
que acha? estou contra Passos e contra todos que governaram este país
sem excepção. Não vou a minifestações, mas quando tocar a reunir,
estarei lá!
Setembro 16, 2012
zazie disse...Eu não tenho medo de manifestações populares e indignações quando existe motivo para isso.
Neste caso, até existe. Não se pode negar que nos caiu uma tremenda ameaça em cima da cabeça e que só agora se começa a sentir.
O
que não consigo entender, de modo nenhum, é a facilidade que uns
slogans completamente imbecis, feitos por cripto-comunas e palermas,
consiga levar tanta gente atrás deles.
Se calhar não levaram. As
pessoas é que precisam sempre de um batuque para a galvanização. E estes
batuques que existem são os mesmíssimos da alternativa que oferecem.
Setembro 16, 2012
zazie disse...Só por curiosidade: quem foi, lembrou-se à última hora por ter dado nos media ou foi pelo flash-mob do facebook?
(Eu temo que o facebook ainda venha a conseguir reviralhos- com muitos likes em vez de cravos)
Setembro 16, 2012
zazie disse...Já agora, que tenho mesmo curiosidade nisto, quem foi pelo
facebook, seguiu a convocatória !Que se lixe a Troika" ou seguiram
estes:
https://www.facebook.com/movimento12m
É de reconhecer que, nestas coisas de agit prop, a escardalhada é imbatível.
Setembro 16, 2012
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Vitor mango- Pontos : 118178
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