Ataques cibernéticos à Geórgia poderão ter sido apoiados pela Rússia

Um grupo de voluntários que investigou os ataques contra sites e sistemas informáticos da Geórgia no passado mês de Agosto, aquando da invasão russa ao país, publicou um estudo onde revela que os responsáveis pelas acções poderão ter ligações ao Governo da Rússia.

Esta é a principal conclusão de um estudo apresentado pelo Project Grey Goose, composto por um grupo independente de 15 especialistas em segurança, tecnologia e inteligência.

Segundo Jeff Carr, o líder do grupo, não há nenhuma prova oficial que o Governo da Rússia possa estar envolvido nos ciberataques que afectaram as infra-estruturas georgianas em Agosto, mas realça, citado pelo portal Computer World, que «lá porque não há nenhuma arma a fumegar, não quer dizer que não haja ligação».

O investigador defende que esta probabilidade é real devido à descoberta de um grupo que dispunha de uma lista de potenciais sites a atacar, que foi criado nas 24 horas seguintes à entrada dos militares russos em território da Geórgia.

«Não acredito que um grupo desorganizado possa ser reunido em 24 horas com os seus próprios procedimentos em ordem», sublinha, afirmando que «tal não faz sentido».

No seu estudo os investigadores focam a descoberta de um site denominado StopGeorgia.ru, a partir de um fórum de hackers russos, onde identificaram discussões relacionadas com os ataques aos servidores georgianos.

Jeff Carr reconhece que o grupo estava bem organizado, sendo que no topo da hierarquia do grupo poderia estar alguém que funcionava como canal de comunicação com Moscovo.

Esta organização de hackers era composta pelos líderes que forneciam as soluções maliciosas e por novatos, que as utilizaram nos ataques.

Para o investigador «a conclusão razoável é que [o Governo russo] vê isto como uma conveniência, e utiliza-o para se distanciar dos hackers apesar de manter uma relação com eles».

O responsável pelo Project Grey Goose acredita «com um alto nível de confiança que o Governo russo vai provavelmente continuar com estas práticas de distanciamento da comunidade de hackers nacionalistas».

Os investigadores também consideram que a técnica utilizada nos ataques, que permitiu desactivar os servidores da Geórgia de forma tão rápida, era «única. O que também demonstra um processo de adaptação e prova que os hackers nacionalistas estão a melhorar agressivamente os tipos de ataques».

O relatório pode ser encontrado neste link.

SOL