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Presidenciais 2015

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Nov 10, 2012 11:02 am

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E se um Marinho e Pinto quiser ser presidente da República?

por FILOMENA MARTINS
Hoje

Presidenciais 2015 Filomena_martins

Apesar de ainda faltarem três anos e picos para as presidenciais em Portugal, várias figuras começaram já a posicionar-se. Interessa perceber quais e com que intenções. Além dos nomes oficiais que cada partido irá escolher, há uma longa lista de protocandidatos da esquerda à direita: começa em Carvalho da Silva e acaba em Durão Barroso, mas engloba, ou pode vir a englobar ainda, Francisco Louçã, António Guterres, Carlos César, o próprio José Sócrates, Jaime Gama, Marcelo Rebelo de Sousa ou até Mota Amaral. E seguramente que me estão a falhar alguns. Mas a este rol faz todo o sentido acrescentar uma figura da tendência que cada vez ganha mais força entre os portugueses, alguém que emane da dita sociedade civil, independente e, digamos assim, apartidário. Marinho e Pinto, o bastonário da Ordem dos Advogados está claramente a fazer esse caminho.

Comecemos pelos mais óbvios. À esquerda, Carvalho da Silva tenta há mais de um ano uma candidatura mobilizadora, que conta com um apoio que ainda tem um significativo peso público: Mário Soares. As ligações ao PCP, de que nunca se demarcou totalmente, e o suporte sindical, onde fez carreira, serão a sua base de partida que pode pescar muitas outras franjas partidárias. O ex-líder da CGTP corre agora o risco de poder ter como concorrente Francisco Louçã, que liberto das funções no Bloco e da tribuna da Assembleia da República ganhou uma espécie de estatuto de senador da República.

Já à direita, o duelo pode ser muito mais complicado. Os dois nomes que saltam à vista "marcam-se" mutuamente. Durão Barroso seria a candidatura mais consensual, mas talvez ache que ainda não está na idade nem no tempo de regressar ao País a que um dia virou as costas, preferindo prosseguir a sua carreira internacional, na Europa ou no mundo, provavelmente até no sector privado. Por via das dúvidas, Marcelo Rebelo de Sousa vem fazendo os trabalhos de casa. Tirando partido da força do seu espaço televisivo, arma-se todas as semanas no crítico do regime, na voz da consciência do Governo, porque sabe que assim ganha pontos na opinião pública. Quer tornar-se um híbrido partidário. Mas como não é fácil descolar do papel que teve, e tem, dentro do PSD, pode ter de jogar em antecipação e formalizar a sua intenção para obrigar Passos Coelho - ou quem for o líder do partido na altura - a definir-se. Seja como for, é um nome fortíssimo.

E chegamos então ao PS. Se fosse possível convencer António Guterres a voltar ao pântano da pátria - agora ainda mais lamacento -, poderia estar tudo resolvido. Mas se Guterres preferir a ONU ou a UNICEF, José Sócrates, que no seu retiro parisiense assiste de camarote ao facto de ser o atual Governo quem mais faz pela limpeza do seu nome, é sempre uma hipótese. Mas só o tempo dirá se será o tempo certo.

E é aqui, ao centro, que melhor se pode posicionar um nome como o de Marinho e Pinto. Até os menos atentos se terão apercebido de como o bastonário da Ordem dos Advogados se tem desdobrado em declarações, conferências, presenças e tomadas de posição. Ainda que algo conotado com o socratismo, Marinho e Pinto é, concorde-se ou discorde-se, a voz do povo, dos "descamisados" contra os poderosos. Está à frente dos advogados como podia estar a guiar o táxi onde a maioria dos portugueses viaja. E entre todas as guerras em que se mete, as polémicas em que se autoenvolve e os erros que comete, é preciso dizê-lo, traz para a discussão muitas verdades que se perdem na enxurrada. O poder odeia-o e seguramente escorraçá-lo-á. Mas o povo gosta e revê-se nele. O seu populismo, a roçar a demagogia, insisto, pode fazer caminho. Até acho que um qualquer José Manuel Coelho faz sempre falta. Mas Marinho e Pinto é muito mais perigoso: por ele próprio e pela votação que pode conseguir. Não se riam. Foi a isto que chegámos. Foi isto que criámos.

As funções do Estado

Vamos ao que interessa: a discussão das funções do Estado tem de ser feita. Já devia ter sido feita. Em vez de remendos, e de uma espiral de injustiças que não parará de crescer, devia ter-se pegado numa folha em branco e redesenhado tudo à luz da realidade social que temos e vamos ter. Essa era a promessa eleitoral de Passos Coelho que a adiou até à inevitabilidade imposta pela 'troika'. Agora pode acabar feita em mês e meio pelo sistema de Gaspar: o da tesoura nos mapas em Excel que só corta, corta, corta até achar o numerozinho mágico. Perdeu-se, pois, uma grande oportunidade. E antes que tudo morra na velha guerra ideológica do costume, que há muito deixou de fazer sentido, salve-se então o possível: aceite-se a disponibilidade do PS e avance-se com uma discussão séria, mas não a de eternas conversas retóricas e inconsequentes no Parlamento, como já está a ser proposto. E depois, com uma proposta digna desse nome, pergunte-se aos cidadãos. Em referendo, como até o próprio Cavaco Silva parece defender. Sim, em referendo, porque não?

In DN

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