História do professor Marcelo Rebelo de Sousa
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História do professor Marcelo Rebelo de Sousa
História do professor Marcelo Rebelo de Sousa
28 | 11 | 2012 12.08H
Já
está nas bancas a biografia de Marcelo Rebelo de Sousa, um projecto da
Esfera dos Livros, com assinatura do jornalista Vítor Matos. 716 páginas
condensam 70 horas de conversa, mais de 90 entrevistas e uma vasta
pesquisa documental. Obra confirma factos e mitos sobre o político e
comentador da TVI.
Vera Valadas Ferreira | vferreira@destak.pt
Desde
logo «ficou bem claro que não seria uma obra apologética», explica
Vítor Matos, autor da biografia de Marcelo Rebelo de Sousa ontem chegada
aos escaparates nacionais. «Disse-lhe mesmo: “quero ver as suas
virtudes, mas também as suas contradições e defeitos”.» E o Professor,
responsável pelas gordas audiências do Jornal das 8 dos domingos da TVI,
entrou no jogo.
O jornalista político já estava à espera do «lado
da maldade, maquiavélico, da pequena intriga, da conspiração» do
biografado. Mas pelo caminho, foi encontrando uma faceta desconhecida
do grande público: a sua generosidade, financeira e emocionalmente falando.
Na obra são evocados factos «conhecidos e obrigatórios, aprofundam-se alguns aspectos,
confirmam-se lendas». No final deste processo louco, que implicou algumas noites
de
insónia em reclusão no Alentejo, a insatisfação seria inevitável, dado o
volume de informação a processar. «Por cada linha que escrevi, podia
ter escrito mais uma. Por cada pessoa que entrevistei podia falar com
outra. É um trabalho interminável.»
A obra é apresentada hoje, às 18h00 na Faculdade de Direito de Lisboa
Como surgiu este projecto?
Foi
a editora que me convidou para fazer uma biografia. Escolhi o Professor
Marcelo Rebelo de Sousa por ser a hipótese mais interessante. E depois
propus-lhe fazer as entrevistas, como em qualquer trabalho jornalístico.
Demorei algum tempo a convencê-lo a falar.
Já se conheciam?
Tínhamos
uma relação jornalística muito vaga. Insisti muito e meti as coisas
nestes termos: “vou escrever isto de qualquer maneira, preferia que
colaborasse, seria melhor para o livro”. E ele aceitou. Na 1.ª conversa
que tivemos perguntou-me se a biografia era autorizada [ele leria
primeiro e só seria publicada após aprovação], e eu disse-lhe que não. A
ideia era ele dizer o que entendesse, eu perguntar o que quisesse e
depois eu ouvia outras pessoas, faria o contraditório. Tivemos 70 horas
de conversa, fiz quase 90 entrevistas com outras pessoas, mais a recolha
de material documental.
O que lhe interessou na figura do Professor?
Ele
é singular porque é uma figura excêntrica dentro do padrão daquilo que é
um político em Portugal. É o único político da sua geração que nasceu e
viveu sempre no centro do poder, fez uma transição de regimes. Contar a
história dele era contar História de Portugal. Como jornalista político
isso é fascinante e um desafio difícil.
O que mais o espantou no biografado?
As pessoas pensam sempre em histórias extraordinárias como “o lelé da Cuca” [descreveu
assim
Balsemão no Expresso] ou o ter recebido o embaixador do Irão em cuecas
[sentado à secretária]. Mas não foi isso o que mais me espantou. A
partir de uma certa altura esse tipo de histórias já era um dado
adquirido. Foi sim a história, não muito pública, de ele ter pago os
estudos a uns 50 estudantes. E também o seu lado existencialista,
relacionado com a educação católica: Fez voluntariado em cuidados
paliativos e acompanhou até à morte vários amigos. Essa faceta
surpreendeu-me porque ele é uma pessoa muito fria e racional.
Houve algum tema a que se tivesse esquivado?
Quando
eu perguntava coisas demasiado íntimas, ele dizia--me. Mas é notável
ter aceite fazer isto. Ele não fazia ideia se eu ia contar coisas
desagradáveis. Isso é uma coisa única na política portuguesa. Disse-lhe
que achava admirável que nunca tivesse reclamado para mim menos
liberdade do que aquela que toda a vida tinha reclamado para si como
jornalista. Não sei se ele já leu o livro, até domingo ainda não tinha
lido...
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28 | 11 | 2012 12.08H
Já
está nas bancas a biografia de Marcelo Rebelo de Sousa, um projecto da
Esfera dos Livros, com assinatura do jornalista Vítor Matos. 716 páginas
condensam 70 horas de conversa, mais de 90 entrevistas e uma vasta
pesquisa documental. Obra confirma factos e mitos sobre o político e
comentador da TVI.
Vera Valadas Ferreira | vferreira@destak.pt
Desde
logo «ficou bem claro que não seria uma obra apologética», explica
Vítor Matos, autor da biografia de Marcelo Rebelo de Sousa ontem chegada
aos escaparates nacionais. «Disse-lhe mesmo: “quero ver as suas
virtudes, mas também as suas contradições e defeitos”.» E o Professor,
responsável pelas gordas audiências do Jornal das 8 dos domingos da TVI,
entrou no jogo.
O jornalista político já estava à espera do «lado
da maldade, maquiavélico, da pequena intriga, da conspiração» do
biografado. Mas pelo caminho, foi encontrando uma faceta desconhecida
do grande público: a sua generosidade, financeira e emocionalmente falando.
Na obra são evocados factos «conhecidos e obrigatórios, aprofundam-se alguns aspectos,
confirmam-se lendas». No final deste processo louco, que implicou algumas noites
de
insónia em reclusão no Alentejo, a insatisfação seria inevitável, dado o
volume de informação a processar. «Por cada linha que escrevi, podia
ter escrito mais uma. Por cada pessoa que entrevistei podia falar com
outra. É um trabalho interminável.»
A obra é apresentada hoje, às 18h00 na Faculdade de Direito de Lisboa
Como surgiu este projecto?
Foi
a editora que me convidou para fazer uma biografia. Escolhi o Professor
Marcelo Rebelo de Sousa por ser a hipótese mais interessante. E depois
propus-lhe fazer as entrevistas, como em qualquer trabalho jornalístico.
Demorei algum tempo a convencê-lo a falar.
Já se conheciam?
Tínhamos
uma relação jornalística muito vaga. Insisti muito e meti as coisas
nestes termos: “vou escrever isto de qualquer maneira, preferia que
colaborasse, seria melhor para o livro”. E ele aceitou. Na 1.ª conversa
que tivemos perguntou-me se a biografia era autorizada [ele leria
primeiro e só seria publicada após aprovação], e eu disse-lhe que não. A
ideia era ele dizer o que entendesse, eu perguntar o que quisesse e
depois eu ouvia outras pessoas, faria o contraditório. Tivemos 70 horas
de conversa, fiz quase 90 entrevistas com outras pessoas, mais a recolha
de material documental.
O que lhe interessou na figura do Professor?
Ele
é singular porque é uma figura excêntrica dentro do padrão daquilo que é
um político em Portugal. É o único político da sua geração que nasceu e
viveu sempre no centro do poder, fez uma transição de regimes. Contar a
história dele era contar História de Portugal. Como jornalista político
isso é fascinante e um desafio difícil.
O que mais o espantou no biografado?
As pessoas pensam sempre em histórias extraordinárias como “o lelé da Cuca” [descreveu
assim
Balsemão no Expresso] ou o ter recebido o embaixador do Irão em cuecas
[sentado à secretária]. Mas não foi isso o que mais me espantou. A
partir de uma certa altura esse tipo de histórias já era um dado
adquirido. Foi sim a história, não muito pública, de ele ter pago os
estudos a uns 50 estudantes. E também o seu lado existencialista,
relacionado com a educação católica: Fez voluntariado em cuidados
paliativos e acompanhou até à morte vários amigos. Essa faceta
surpreendeu-me porque ele é uma pessoa muito fria e racional.
Houve algum tema a que se tivesse esquivado?
Quando
eu perguntava coisas demasiado íntimas, ele dizia--me. Mas é notável
ter aceite fazer isto. Ele não fazia ideia se eu ia contar coisas
desagradáveis. Isso é uma coisa única na política portuguesa. Disse-lhe
que achava admirável que nunca tivesse reclamado para mim menos
liberdade do que aquela que toda a vida tinha reclamado para si como
jornalista. Não sei se ele já leu o livro, até domingo ainda não tinha
lido...
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