Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

O despertar dos mágicos

4 participantes

Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty O despertar dos mágicos

Mensagem por O dedo na ferida Qua Out 22, 2008 8:46 am

O despertar dos mágicos

por Nuno Ramos de Almeida

John Heartfield


A actual crise económica e financeira não é devida à má gestão de alguns, é, pelo contrário, inerente ao próprio sistema. O capitalismo vive a revolucionar tudo e todos. A crise não aparece necessáriamente como um estertor, mas como uma superação de contradições. Como dizia Schumpeter, na única frase dele que toda a gente conhece, a crise é “uma destruição criativa”. Não quer dizer isso que o capitalismo não surja enfraquecido, na sua forma actual, nos dias de hoje, apenas quer dizer que a crise económica sozinha não cria alternativas ao sistema. É obvio que o papel do Estado vai mudar nos próximos tempos, mas isso faz-se no quadro deste modo de produção e não fora dele. A superação, aparentemente impossível, do capitalismo, só pode ser feita no quadro da construção de uma alternativa política. O historiador marxista Hobsbawm vem realçar, no quadro da inexistência de alternativas de esquerda, o perigo político do reforço da direita racista. Como nos anos 30, corremos o risco do ascenso da extrema direita como forma de resposta simples à complicação do mundo. Leia esta entrevista muito interessante concedida à BBC, pelo historiador.

Crise expõe perigo de fortalecimento da direita, diz Hobsbawm

O britânico Eric Hobsbawm, considerado um dos historiadores mais influentes do século 20, disse à BBC nesta terça-feira que o maior perigo da atual crise financeira mundial é o fortalecimento da direita.

“A esquerda está virtualmente ausente. Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção – pelo menos eu espero – nos Estados Unidos, será a direita”, disse Hobsbawn, em entrevista à Rádio 4.

O historiador marxista comparou o atual momento “ao dramático colapso da União Soviética” e ao fim de “uma era específica”.

“Agora sabemos que estamos no fim de uma era e não se sabe o que virá pela frente.”

Hobsbawn diz não acreditar que a linguagem marxista, que lhe serviu de norte ao longo de toda sua carreira, será proeminente politicamente, mas intelectualmente, “a análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante”.

Abaixo, os principais trechos da entrevista.

Muitos consideram o que está acontecendo como uma volta ao estadismo e até do socialismo. O senhor concorda?

Bem, certamente estamos vivendo a crise mais grave do capitalismo desde a década de 30. Lembro-me de um título recente do Financial Times que dizia: O capitalismo em convulsão. Há muito tempo não lia um título como esse no FT.

Agora, acredito que esta crise está sendo mais dramática por causa dos mais de 30 anos de uma certa ideologia “teológica” do livre mercado, que todos os governos do Ocidente seguiram.

Porque como Marx, Engels e Schumpter previram, a globalização - que está implícita no capitalismo -, não apenas destrói uma herança de tradição como também é incrivelmente instável: opera por meio de uma série de crises.

E o que está acontecendo agora está sendo reconhecido como o fim de uma era específica. Sem dúvida, a partir de agora falaremos mais de (John Maynard) Keynes e menos de (Milton) Friedman e (Friedrich) Hayek.

Todos concordam que, de uma forma ou de outra, o Estado terá um papel maior na economia daqui por diante.

Qualquer que seja o papel que os governos venham a assumir, será um empreendimento público de ação e iniciativa, que será algo que orientará, organizará e dirigirá também a economia privada. Será muito mais uma economia mista do que tem sido até agora.

E em relação ao Estado como redistribuidor? O que tem sido feito até agora parece mais pragmático do que ideológico…

Acho que continuará sendo pragmático. O que tem acontecido nos últimos 30 anos é que o capitalismo global vem operando de uma forma incrivelmente instável, exceto, por várias razões, nos países ocidentais desenvolvidos.

No Brasil, nos anos 80, no México, nos 90, no sudeste asiático e Rússia nos anos 90, e na Argentina em 2000: todos sabiam que estas coisas poderia levar a catástrofes a curto prazo. E para nós isto implicava quedas tremendas do FTSE (índice da bolsa de Londres), mas seis meses depois, recomeçávamos de novo.

Agora, temos os mesmos incentivos que tínhamos nos anos 30: se não fizermos nada, o perigo político e social será profundo e ainda mais depois de tudo, da forma com a qual o capitalismo se reformou durante e depois da guerra sob o princípio de “nunca mais” aos riscos dos anos 30.

O senhor viu esses riscos se tornarem realidade: estava na Alemanha quando Adolf Hitler chegou ao poder. O senhor acredita que algo parecido poderia acontecer como conseqüência dos problemas atuais?

Nos anos 30, o claro efeito político da Grande Depressão a curto prazo foi o fortalecimento da direita. A esquerda não foi forte até a chegada da guerra. Então, eu acredito que este é o principal perigo.

Depois da guerra, a esquerda esteve presente em várias partes da Europa, inclusive na Inglaterra, com o Partido Trabalhista, mas hoje isso já não acontece.

A esquerda está virtualmente ausente, Assim, me parece que o principal beneficiário deste descontentamento atual, com uma possível exceção – pelo menos eu espero – nos Estados Unidos, será a direita.

O que vemos agora não é o equivalente à queda da União Soviética para a direita? Os desafios intelectuais que isto implica para o capitalismo e o livre mercado são tão profundos como os desafios enfrentados pela direita em 1989?

Sim, concordo. Acredito que esta crise é equivalente ao dramático colapso da União Soviética. Agora sabemos que acabou uma era. Não sabemos o que virá pela frente.

Temos um problema intelectual: estávamos acostumados a pensar até então que havia apenas duas alternativas: ou o livre mercado ou o socialismo. Mas, na realidade, há muito poucos exemplos de um caso completo de laboratório de cada uma dessas ideologias.

Então eu acho que teremos de deixar de pensar em uma ou em outra e devemos pensar na natureza da mescla. E principalmente até que ponto esta mistura será motivada pela consciência do modelo socialista e das conseqüências sociais do que está acontecendo.

O senhor acredita que regressaremos à linguagem do marxismo?

Desde a crise dos anos 90, são os homens de negócio que começaram a falar assim: “Bem, Marx predisse esta globalização e podemos pensar que este capitalismo está fundamentado em uma série de crises”.

Não acredito que a linguagem marxista será proeminente politicamente, mas intelectualmente a natureza da análise marxista sobre a forma com a qual o capitalismo opera será verdadeiramente importante.

O senhor sente um pouco recuperado depois de anos em que a opinião intelectual ia de encontro ao que o senhor pensava?

Bem, obviamente há um pouco a sensação de schadenfreude (regozijo pela desgraça alheia).

Sempre dissemos que o capitalismo iria se chocar com suas próprias dificuldades, mas não me sinto recuperado.

O que é certo é que as pessoas descobrirão que de fato o que estava sendo feito não produziu os resultados esperados.

Durante 30 anos os ideólogos disseram que tudo ia dar certo: o livre mercado é lógico e produz crescimento máximo. Sim, diziam que produzia um pouco de desigualdade aqui e ali, mas também não importava muito porque os pobres estavam um pouco mais prósperos.

Agora sabemos que o que aconteceu é que se criaram condições de instabilidades enormes, que criaram condições nas quais a desigualdade afeta não apenas os mais pobres, como também cada vez mais uma grande parte de classe média.

Sobretudo, nos últimos 30 anos, os benefíciários deste grande crescimento têm sido nós, no Ocidente, que vivemos uma vida imensuravelmente superior a qualquer outro lugar do mundo.

E me surpreende muito que o Financial Times diga que o que se espera que aconteça agora é que este novo tipo de globalização controlada beneficie a quem realmente precisa, que se reduza a enorme diferença entre nós, que vivemos como príncipes, e a enorme maioria dos pobres.
O dedo na ferida
O dedo na ferida

Pontos : 0

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty O ESTADO ÉTICO

Mensagem por Vagueante Qui Out 23, 2008 3:55 pm

O Despertar dos Mágicos, põe o problema das alternativas possíveis ao capitalismo e ao socialismo.
O Capitalismo foi, durante o último século, aquilo que se afigurou como a alternativa ao Socialismo e conseguiu, durante algum tempo, impor-se como forma de vida mais de acordo com o ser humano, já que permitiu que o Homem se assumisse como criador individualmente falando, enquanto o Socialismo entendeu que a criação nunca poderia ser individual mas sim colectiva.
Os dois sistemas falharam. Primeiro o sistema socialista que, tendo como principal intérprete a União Soviética, veio a ruir estrondosamente com a queda do muro de Berlim. A distância cada vez maior entre a ambição humana de caminhar pelo seu próprio pé e aquilo que era permitido pelo poder político que se opunha a esse caminhar, deu origem a um empobrecimento cada vez maior quando comparado com os países que tinham enveredado pelo capitalismo. De facto, se uma pessoa sente que, tanto faz esforçar-se como não, no fim recebe o mesmo, porque há-de ela esforçar-se?
O Capitalismo não caiu nem vai cair. O Capitalismo cometeu muitos erros na sua evolução mas o principal erro foi o deixar-se cair no Liberalismo absoluto como aconteceu nos EUA. Na Europa, as coisas não atingiram o mesmo nível de liberalismo pois continuou, apesar de tudo, a haver preocupações de ordem social por parte do Estado. Contudo, o que ficou fora do controlo do Estado, foi o suficiente para deixar os europeus à beira de um ataque de nervos. A Globalização das economias, com os EUA à cabeça, levou a que o tecido produtivo dos países ocidentais se transferisse em grande parte para os países aonde a mão d'obra tinha preços de autêntica escravatura, deixando fechar as indústrias e os serviços que, por terem maiores custos, deixaram de ter interesse para o bolso dos grandes capitalistas gerando o desemprego de milhões de indivíduos e o consequente empobrecimento dos estados.
Outro erro do Liberalismo, foi convencer-se de que era possível dar uma casa, de preferência grande, a toda a gente independentemente dos seus rendimentos. Concebeu assim um sistema económico baseado em falsidades, isto é, na existência virtual de bens que de facto não existiam, fazendo crescer a economia de forma ilusória que veio a gerar o problema do "subprime" com a impossibilidade de muita gente satisfazer os seus compromissos. Os lucros das empresas eram produto de contabilidades "criativas" sem sustentação no real. Este procedimento, sem controlo do Estado, fez encher o bolso daqueles que se encontravam no cimo da pirâmide à custa daqueles que se encontravam na base e no meio, criando um fosso cada vez maior entre ricos e pobres. Essa forma de actuar, com origem nas grandes economias especialmente nos EUA, transmitiu-se, através da criação de fundos de investimento especulativos, a todo o mundo especialmente à Europa, aonde esses mesmos fundos foram colocados.
Chegados aqui, e quando deixou de haver dinheiro na mão de muita gente para satisfazer os seus compromissos, as empresas financeiras que se dedicaram a estes negócios construídos sobre areia movediça, começaram a falir e os Estados viram-se obrigados a deitar mão a instrumentos de apoio à economia evitando a falência em série dessas empresas a fim de evitar o descalabro económico que isso representaria.
Surgiu assim uma situação nova que pôs em causa as teorias do liberalismo económico, levando os Estados a interferir na economia com nacionalizações encapotadas, quase nos moldes das economias socialistas que o Liberalismo tanto combateu.


Chegados aqui, parece que toda a gente anda à procura de achar uma solução que já foi achada há muito tempo. Uma espécie de descoberta da pólvora que já foi descoberta há milhares de anos.
O que nos resta? O Socialismo sucumbiu. O Capitalismo na sua forma Liberal, também sucumbiu. Terá sucumbido também o capitalismo? Penso que não.
O que nos resta é uma forma mista de capitalismo com socialismo em que o Estado tem nas suas mãos poderes de moderação da ganância própria do Homem individualmente falando e uma acção moderadora dos movimentos sociais tendentes ao igualitarismo.
Esse sistema já foi usado em alguns países, só não tendo dado o resultado que se esperava porque, a luta entre os defensores do capitalismo puro protegidos pelos governos democráticos, contra os defensores do Socialismo, se arrastou violentamente durante um século.
O Capitalismo a que me refiro, foi tentado no chamado Estado Ético de Salazar em que as pessoas tinham iniciativa própria mas o Estado moderava os excessos.
Infelizmente, a luta entre socialistas e capitalistas, prolongando-se durante demasiado tempo, contaminou o regime, infectando-o com tudo o que de pior existia em ambos os lados.
O Homem, contrariamente ao que dizia Rousseau, não é o bom selvagem. O Homem arrasta consigo ambições e invejas que se manifestaram desde os primórdios, como se vê na história de Abel e Caim, e que, portanto, tem que ser enquadrado pela sociedade de forma a evitar que uns fiquem com tudo e os outros fiquem sem nada.
É esta a função do ESTADO ÉTICO

Vagueante

Pontos : 1698

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por O dedo na ferida Qui Out 23, 2008 4:13 pm

Assinava por baixo. Só não faço, como deve calcular, pela sua referência ao Estado Ético de Salazar. A base da doutrina de Salazar exigia mais. A ignorância do povo. O desconhecimento do que era o mundo. O desconhecimento do que se passava no país, nos seus aspectos menos éticos. Essa barreira, que hoje dificilmente poderia ser mantida, desvirtuou a sua referência a tal período. De qualquer maneira, no conjunto da sua exposição, estou completam,ente de acordo...
O dedo na ferida
O dedo na ferida

Pontos : 0

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por Vagueante Qui Out 23, 2008 4:24 pm

O dedo na ferida escreveu:Assinava por baixo. Só não faço, como deve calcular, pela sua referência ao Estado Ético de Salazar. A base da doutrina de Salazar exigia mais. A ignorância do povo. O desconhecimento do que era o mundo. O desconhecimento do que se passava no país, nos seus aspectos menos éticos. Essa barreira, que hoje dificilmente poderia ser mantida, desvirtuou a sua referência a tal período. De qualquer maneira, no conjunto da sua exposição, estou completam,ente de acordo...

A resposta a essas suas preocupações, estão no parágrafo que segue:

Citação:

Infelizmente, a luta entre socialistas e capitalistas, prolongando-se durante demasiado tempo, contaminou o regime, infectando-o com tudo o que de pior existia em ambos os lados.

A constituição ética não impunha :

A ignorância do povo.
O desconhecimento do que era o mundo.
O desconhecimento do que se passava no país, nos seus aspectos menos éticos.
A polícia política.
Etc.

Penso que na actualidade não seria possível instalar um regime nos moldes salazaristas mas era possível produzir e fazer cumprir uma constituição verdadeiramente ética.

Vagueante

Pontos : 1698

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por RONALDO ALMEIDA Qui Out 23, 2008 10:38 pm

34 anos depois do 25 de ABRIL o POVO continua talvez ,AIS OIGNORANTE do que no tempo de SALAZAR!!!

HOJE CONTINUAL ignorantes DO QUE SE PASSA NO mundo!!

E o que eu vejo!!
RONALDO ALMEIDA
RONALDO ALMEIDA

Pontos : 10367

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por Admin Sex Out 24, 2008 2:00 am

Vagueante escreveu:O Despertar dos Mágicos, põe o problema das alternativas possíveis ao capitalismo e ao socialismo.
O Capitalismo foi, durante o último século, aquilo que se afigurou como a alternativa ao Socialismo e conseguiu, durante algum tempo, impor-se como forma de vida mais de acordo com o ser humano, já que permitiu que o Homem se assumisse como criador individualmente falando, enquanto o Socialismo entendeu que a criação nunca poderia ser individual mas sim colectiva.
Os dois sistemas falharam. Primeiro o sistema socialista que, tendo como principal intérprete a União Soviética, veio a ruir estrondosamente com a queda do muro de Berlim. A distância cada vez maior entre a ambição humana de caminhar pelo seu próprio pé e aquilo que era permitido pelo poder político que se opunha a esse caminhar, deu origem a um empobrecimento cada vez maior quando comparado com os países que tinham enveredado pelo capitalismo. De facto, se uma pessoa sente que, tanto faz esforçar-se como não, no fim recebe o mesmo, porque há-de ela esforçar-se?
O Capitalismo não caiu nem vai cair. O Capitalismo cometeu muitos erros na sua evolução mas o principal erro foi o deixar-se cair no Liberalismo absoluto como aconteceu nos EUA. Na Europa, as coisas não atingiram o mesmo nível de liberalismo pois continuou, apesar de tudo, a haver preocupações de ordem social por parte do Estado. Contudo, o que ficou fora do controlo do Estado, foi o suficiente para deixar os europeus à beira de um ataque de nervos. A Globalização das economias, com os EUA à cabeça, levou a que o tecido produtivo dos países ocidentais se transferisse em grande parte para os países aonde a mão d'obra tinha preços de autêntica escravatura, deixando fechar as indústrias e os serviços que, por terem maiores custos, deixaram de ter interesse para o bolso dos grandes capitalistas gerando o desemprego de milhões de indivíduos e o consequente empobrecimento dos estados.
Outro erro do Liberalismo, foi convencer-se de que era possível dar uma casa, de preferência grande, a toda a gente independentemente dos seus rendimentos. Concebeu assim um sistema económico baseado em falsidades, isto é, na existência virtual de bens que de facto não existiam, fazendo crescer a economia de forma ilusória que veio a gerar o problema do "subprime" com a impossibilidade de muita gente satisfazer os seus compromissos. Os lucros das empresas eram produto de contabilidades "criativas" sem sustentação no real. Este procedimento, sem controlo do Estado, fez encher o bolso daqueles que se encontravam no cimo da pirâmide à custa daqueles que se encontravam na base e no meio, criando um fosso cada vez maior entre ricos e pobres. Essa forma de actuar, com origem nas grandes economias especialmente nos EUA, transmitiu-se, através da criação de fundos de investimento especulativos, a todo o mundo especialmente à Europa, aonde esses mesmos fundos foram colocados.
Chegados aqui, e quando deixou de haver dinheiro na mão de muita gente para satisfazer os seus compromissos, as empresas financeiras que se dedicaram a estes negócios construídos sobre areia movediça, começaram a falir e os Estados viram-se obrigados a deitar mão a instrumentos de apoio à economia evitando a falência em série dessas empresas a fim de evitar o descalabro económico que isso representaria.
Surgiu assim uma situação nova que pôs em causa as teorias do liberalismo económico, levando os Estados a interferir na economia com nacionalizações encapotadas, quase nos moldes das economias socialistas que o Liberalismo tanto combateu.


Chegados aqui, parece que toda a gente anda à procura de achar uma solução que já foi achada há muito tempo. Uma espécie de descoberta da pólvora que já foi descoberta há milhares de anos.
O que nos resta? O Socialismo sucumbiu. O Capitalismo na sua forma Liberal, também sucumbiu. Terá sucumbido também o capitalismo? Penso que não.
O que nos resta é uma forma mista de capitalismo com socialismo em que o Estado tem nas suas mãos poderes de moderação da ganância própria do Homem individualmente falando e uma acção moderadora dos movimentos sociais tendentes ao igualitarismo.
Esse sistema já foi usado em alguns países, só não tendo dado o resultado que se esperava porque, a luta entre os defensores do capitalismo puro protegidos pelos governos democráticos, contra os defensores do Socialismo, se arrastou violentamente durante um século.
O Capitalismo a que me refiro, foi tentado no chamado Estado Ético de Salazar em que as pessoas tinham iniciativa própria mas o Estado moderava os excessos.
Infelizmente, a luta entre socialistas e capitalistas, prolongando-se durante demasiado tempo, contaminou o regime, infectando-o com tudo o que de pior existia em ambos os lados.
O Homem, contrariamente ao que dizia Rousseau, não é o bom selvagem. O Homem arrasta consigo ambições e invejas que se manifestaram desde os primórdios, como se vê na história de Abel e Caim, e que, portanto, tem que ser enquadrado pela sociedade de forma a evitar que uns fiquem com tudo e os outros fiquem sem nada.
É esta a função do ESTADO ÉTICO

é sempre com vivo interesse que eu analiso leio e investigo as suas lucidas analises por varias razões
No Forum ha um grupo de pessoas da mesma idade que foram criados nas escolas publicas com a imagem do Salazar pregada na parede ( para nao cair ) e codigos religiosos que garantiam que Fatima iria ser um sucesso economico
slazar na sua tribunma de economicista garantia que o vinho alimentava 8 milhoes de portugueses e as colonias espalahadas pelo mundo atestavam que os marinheiros tugas eram malta de tomates e
ao lado do dito cujo havia um mapa da europa onde o SNI colocaou a cor das colonias que abafavam tudo
PUtos como eu e de calção ao Leu a cumprir os deveres da Mocidade portuguesa copia fiel de dois ditadores um chamado Adolfo e outro da Mafia italiana acredityava em bruxas
Na radio um TEnreiro vomitava frases
RADIO MOSCOVO nao fala verdade !
Na igreja o m issas agregado ao Celebre Cerejeira atirava para o monte que os comunistas mamavam criancinhas ao pequeno almoço o que de imedaito tuido o que era mae puxava o puto e o dedo enfiado no nariz para lugar segurio
No Futebol Eusebio Ferreira da Silva fazia fintas
Portugal ocupava o 1º lugar economico ( voltando a lista ao contrario )
salazar era o pai dos portugueses porque como povo tudo o que era testiculo tinham ou sido cortados ou mandados para as colonias coçar os ditos
salazr tinha da sociedade uma visão de casiero de uma quinta agricola em que era necessario ler o borda de agua e fazer as sementeiras a tempo
Só que todos os sistemas que navegavam pelo mundo iam fazendo tambem aberrações
Ate que veio a televisao
e quando veio a NET ...o mundo transformou-se num quintal
e se calhar Salazar tinha razões para que a gente começar tudo de novo num mundo globalizado onde ninguem ja controla ninguem
Não ha ninguem a parir causa sociais ...porque todas foram ja experiemntadas
Todas pifaram
Admin
Admin
Admin

Pontos : 5709

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por Vagueante Sex Out 24, 2008 2:53 am

Tudo o que o Mango diz é verdade. Todavia é necessário enquadrar as coisas no seu tempo. A luta feroz pela independência nacional no que às decisões portuguesas diziam respeito e a memória de grandeza do passado, que era necessário preservar se necessário com acções, como aconteceu na guerra ultramarina, não permitiram que a Constituição de 1933 fosse cumprida.
Apesar de tudo, quando se chegou ao 25 de Abril de 1974, havia ricos e havia pobres como sempre houve, mas, a diferença de rendimentos que existia entre uns e outros, não tinha as proporções actuais, a economia assentava em bases mais racionais do que na actualidade e as empresas não tendo adquirido a envergadura das actuais, quando surgiam problemas recessivos não provocavam tanto despedimento em simultâneo, não provocando, por isso, tanta miséria.
Também não havia ordenados em atraso porque havia uma maior responsabilização das empresas.
Mas uma das causas dos problemas actuais não só em Portugal mas no mundo inteiro, está na crença de que o desenvolvimento se faria sobre o consumo. Para haver desenvolvimento, era necessário consumir porque o consumo desencadeia a produção como aliás, defende actualmente o partido comunista. Isso levou ao endividamento das pessoas que não perceberam o logro em que estavam a cair.
Antes da rebelião militar de 25 de Abril de 1974, e seguindo as orientações de Salazar, para se alcançar um bem, tinha-se que poupar primeiro e só depois se adquiria. As coisas viraram-se de pernas para o ar quando se começou a dizer às pessoas para gastarem primeiro e pagarem depois.
Lembro-me, porque trabalhei com isso, de que antes da entrada de Portugal na CEE, foram feitas leis que não permitiam que fossem concedidos empréstimos para habitação própria quando, a prestação a pagar ultrapassasse os 25% do rendimento do casal. Este procedimento foi abandonado quando todos os bancos começaram a emprestar dinheiro, fosse para aquisição de habitação própria permanente ou para 2ª habitação. Juntando a tudo isto, o crédito automóvel, para recheio da casa ou para simplesmente passar férias, resultou na situação actual que parece ninguém saber como resolver.
O passado deveria constituir uma base de ensinamento para o futuro.
Não parece que isso esteja a acontecer.

Vagueante

Pontos : 1698

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por O dedo na ferida Sex Out 24, 2008 3:07 am

Admin escreveu:
(...) RADIO MOSCOVO nao fala verdade !(...)

Vale a pena lembrar este episódio. Mostra bem o anti-comunismo primário e a ignorância fanática que atingia até as "elites" ditas cultas. Esse gajo chegou a ser meu professor no IST.


“Propaganda comunista”

Em Portugal, o então professor do Instituto Superior Técnico Varela Cid, considerado na altura a autoridade do país em aeronáutica, protagonizou um episódio insólito após o lançamento do Sputnik, ao negar na televisão que isso fosse verdade. Defendeu que isso era cientificamente impossível e classificou o anúncio com “propaganda comunista”. A sua declaração correu mundo e cobriu-o de ridículo – e a Portugal com ele. O Le Monde titulou a propósito: “Les portugais sont toujours gais”. No Reino Unido nasceu a expressão “don’t be Varela” para referir argoladas.
O dedo na ferida
O dedo na ferida

Pontos : 0

Ir para o topo Ir para baixo

O despertar dos mágicos Empty Re: O despertar dos mágicos

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos