A mama de Julieta
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A mama de Julieta
A mama de Julieta
Janeiro 12, 2013 | Henrique Monteiro
A arrumar uns livros deparei com uma das fotografias mais
imbecis que tirei na vida. Estou em Verona, sob o olhar
desaprovador da minha mulher e um ar de gozo da minha filha mais
nova, então com uns 12 anos, a apalpar a mama da Julieta. Como
compreendem, e os bons costumes aconselham, a Julieta é uma
estátua que representa a pretendida de Romeu, imortalizada por
Shakespeare, depois do desditado caso de amor ter sido já escrito
por vários outros autores anteriores.
Por que razão apalpei a Julieta? Porque os guias turísticos
dizem que dá sorte apalpar a mama da senhora (que aliás está muito mais
polida do que o resto da estátua, tal tem sido o uso).
Passados uns anos largos é a altura ideal para fazer um balanço:
afinal a mama da Julieta deu-me, ou não, sorte? Sei lá! Se não
tivesse apalpado a mama estaria pior? Fiz bem? Fiz mal?
Não há uma resposta — a mama da Julieta é como o resto. A única
resposta clara é esta: fiz uma triste figura de parvo! Disso não tenho
dúvida.
Julieta, teenager inconsciente que se matou ao ver o seu
amante morto por ter pensado erradamente que ela tinha morrido,
simboliza, afinal, que mesmo a morte pode ter uma utilidade —
Capuletos e Montecchios, famílias há muito desavindas,
reconciliam-se sobre o os cadáveres dos seus filhos mortos pelo o
amor um do outro (como se vê, abaixo, no quadro de Frederick
Leighton).
E aqui chegado, sim, penso que, tal como no diz no Eclesiastes, tudo na vida, até a morte, tem um propósito.
E o propósito daquela mama exposta por Julieta é ser apalpado
para que, mais tarde, nos lembremos de que valeu a pena a triste
figura.
Janeiro 12, 2013 | Henrique Monteiro
A arrumar uns livros deparei com uma das fotografias mais
imbecis que tirei na vida. Estou em Verona, sob o olhar
desaprovador da minha mulher e um ar de gozo da minha filha mais
nova, então com uns 12 anos, a apalpar a mama da Julieta. Como
compreendem, e os bons costumes aconselham, a Julieta é uma
estátua que representa a pretendida de Romeu, imortalizada por
Shakespeare, depois do desditado caso de amor ter sido já escrito
por vários outros autores anteriores.
Por que razão apalpei a Julieta? Porque os guias turísticos
dizem que dá sorte apalpar a mama da senhora (que aliás está muito mais
polida do que o resto da estátua, tal tem sido o uso).
Passados uns anos largos é a altura ideal para fazer um balanço:
afinal a mama da Julieta deu-me, ou não, sorte? Sei lá! Se não
tivesse apalpado a mama estaria pior? Fiz bem? Fiz mal?
Não há uma resposta — a mama da Julieta é como o resto. A única
resposta clara é esta: fiz uma triste figura de parvo! Disso não tenho
dúvida.
Julieta, teenager inconsciente que se matou ao ver o seu
amante morto por ter pensado erradamente que ela tinha morrido,
simboliza, afinal, que mesmo a morte pode ter uma utilidade —
Capuletos e Montecchios, famílias há muito desavindas,
reconciliam-se sobre o os cadáveres dos seus filhos mortos pelo o
amor um do outro (como se vê, abaixo, no quadro de Frederick
Leighton).
E aqui chegado, sim, penso que, tal como no diz no Eclesiastes, tudo na vida, até a morte, tem um propósito.
E o propósito daquela mama exposta por Julieta é ser apalpado
para que, mais tarde, nos lembremos de que valeu a pena a triste
figura.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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