Gaspar traduzido: a derrota do Governo, mais austeridade e mais tempo
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Gaspar traduzido: a derrota do Governo, mais austeridade e mais tempo
Gaspar traduzido: a derrota do Governo, mais austeridade e mais tempo
Henrique Monteiro
10:47 Sexta feira, 15 de março de 2013
Última atualização há 6 minutos
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Egas Moniz, quando se apresentou de corda ao pescoço perante o rei de Leão, não devia ter pior aspeto. A conferencia de imprensa do ministro das Finanças, a anunciar as conclusões da sétima avaliação da troika, não disfarçou o desanimo e o sentimento de derrota que perpassa no Governo
Tentando traduzir o que foi dito em linguagem simples, comecemos pelo mais brutal - o desemprego. E sobre isto há a dizer o seguinte: vai subir até ao fim deste ano. Só. Em 2016 voltará - imaginem! - ao nível que hoje tem. O seu pico mais elevado não andará longe dos 19%. Isto nos dados oficiais, já sabemos que o real, incluindo o subemprego e aqueles que abandonam o mercado de trabalho, será bem pior.
A seguir vamos aos cortes. Como o Eurostat não aceitou que a privatização da ANA entrasse para o calculo do défice - uma derrota clara do Governo português e dos seus estrategos em contabilidade publica - o défice real de 2012 foi de 6,6% e não os 4,9% anunciados anteriormente. Assim, a redução terá de partir de um patamar mais elevado.
Acresce que a recessão, que era para ser de 1%, depois de 2%, vai ser
afinal de 2,3% (só estamos em Março, veremos o que se dirá em Abril...).
O Orçamento do Estado para este ano apenas prevê 90% do esforço
necessário. Os outros 10% vêm de cortes adicionais. Para abreviar, vêm de rescisões na função publica, que provoca, naturalmente, desemprego.
Em causa estão 500 milhões de euros de corte estrutural, ou seja,
definitivo. Partindo do principio que 100 milhoes são conseguidos em
poupanças em todo o Estado, sem despedimentos, significa que os restantes 400 milhoes serão conseguidos através de despedimentos, ou eufemisticamente, de rescisões de contratos (20 mil, diz-se aqui
).
Perante esta catástrofe - e ainda faltam cortes estruturais de 3,5 milhoes até 2015 - o
facto de Portugal conseguir mais um ano para atingir, agora,um défice
de 2,5%, não passando de 5,5% de défice este ano e de 4% em 2014, é
melhor do que nada, mas não disfarça a catástrofe. Como disse Vitor
Gaspar, não se trata de mais tempo nem de mais dinheiro, mas de um mero
alargamento do prazo, para além do fim do programa da troika em Julho de
2014. Mas, como se entende, isto são jogos de palavras. Trata-se ao
fim e ao cabo de estender no tempo o que não se consegue de outra forma,
porque já não se pode aumentar impostos e porque não se vê modo de a
economia crescer.
O resumo é este: temos mais austeridade estendida por mais tempo, como diz João Vieira Pereira
. O governo diz que se deve à má performance da zona Euro e, em parte, tem razão. Mas foi este o Governo que, quando chegou, vinha de peito feito a anunciar que dois anos de austeridade punham o país na ordem. Se agora se queixam da conjuntura, teremos de lhes citar os clássicos: não tem vento favorável o marinheiro que não conhece o rumo. Pois é!
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/gaspar-traduzido-a-derrota-do-governo-mais-austeridade-e-mais-tempo=f793790#ixzz2NbuEYNV6
Henrique Monteiro
10:47 Sexta feira, 15 de março de 2013
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Egas Moniz, quando se apresentou de corda ao pescoço perante o rei de Leão, não devia ter pior aspeto. A conferencia de imprensa do ministro das Finanças, a anunciar as conclusões da sétima avaliação da troika, não disfarçou o desanimo e o sentimento de derrota que perpassa no Governo
Tentando traduzir o que foi dito em linguagem simples, comecemos pelo mais brutal - o desemprego. E sobre isto há a dizer o seguinte: vai subir até ao fim deste ano. Só. Em 2016 voltará - imaginem! - ao nível que hoje tem. O seu pico mais elevado não andará longe dos 19%. Isto nos dados oficiais, já sabemos que o real, incluindo o subemprego e aqueles que abandonam o mercado de trabalho, será bem pior.
A seguir vamos aos cortes. Como o Eurostat não aceitou que a privatização da ANA entrasse para o calculo do défice - uma derrota clara do Governo português e dos seus estrategos em contabilidade publica - o défice real de 2012 foi de 6,6% e não os 4,9% anunciados anteriormente. Assim, a redução terá de partir de um patamar mais elevado.
Acresce que a recessão, que era para ser de 1%, depois de 2%, vai ser
afinal de 2,3% (só estamos em Março, veremos o que se dirá em Abril...).
O Orçamento do Estado para este ano apenas prevê 90% do esforço
necessário. Os outros 10% vêm de cortes adicionais. Para abreviar, vêm de rescisões na função publica, que provoca, naturalmente, desemprego.
Em causa estão 500 milhões de euros de corte estrutural, ou seja,
definitivo. Partindo do principio que 100 milhoes são conseguidos em
poupanças em todo o Estado, sem despedimentos, significa que os restantes 400 milhoes serão conseguidos através de despedimentos, ou eufemisticamente, de rescisões de contratos (20 mil, diz-se aqui
).
Perante esta catástrofe - e ainda faltam cortes estruturais de 3,5 milhoes até 2015 - o
facto de Portugal conseguir mais um ano para atingir, agora,um défice
de 2,5%, não passando de 5,5% de défice este ano e de 4% em 2014, é
melhor do que nada, mas não disfarça a catástrofe. Como disse Vitor
Gaspar, não se trata de mais tempo nem de mais dinheiro, mas de um mero
alargamento do prazo, para além do fim do programa da troika em Julho de
2014. Mas, como se entende, isto são jogos de palavras. Trata-se ao
fim e ao cabo de estender no tempo o que não se consegue de outra forma,
porque já não se pode aumentar impostos e porque não se vê modo de a
economia crescer.
O resumo é este: temos mais austeridade estendida por mais tempo, como diz João Vieira Pereira
. O governo diz que se deve à má performance da zona Euro e, em parte, tem razão. Mas foi este o Governo que, quando chegou, vinha de peito feito a anunciar que dois anos de austeridade punham o país na ordem. Se agora se queixam da conjuntura, teremos de lhes citar os clássicos: não tem vento favorável o marinheiro que não conhece o rumo. Pois é!
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/gaspar-traduzido-a-derrota-do-governo-mais-austeridade-e-mais-tempo=f793790#ixzz2NbuEYNV6
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Gaspar traduzido: a derrota do Governo, mais austeridade e mais tempo
.
E teremos também de lhes recordar o que diziam do governo anterior, quando este se queixava da conjuhntura internacional. Do mesmo modo, há que avivar-lhes a memória sobre o PEC IV(aprovado pela Sra. Merkel), a imensa sede com que quiseram ir ao pote e ainda o que resolveram fazer, PARA LÁ DO QUE O MEMORANDO DA TROIKA EXIGIA, o único por cuja assinatura se pode responsabilizar o PS.
Mete nojo o constante choradinho - "foi o Partido Socialista, que assimou o memorando", como se os dois partidos da maioria o não tivessem feito também e pressionado até ao infinito, para que a troika fosse cá metida...
E teremos também de lhes recordar o que diziam do governo anterior, quando este se queixava da conjuhntura internacional. Do mesmo modo, há que avivar-lhes a memória sobre o PEC IV(aprovado pela Sra. Merkel), a imensa sede com que quiseram ir ao pote e ainda o que resolveram fazer, PARA LÁ DO QUE O MEMORANDO DA TROIKA EXIGIA, o único por cuja assinatura se pode responsabilizar o PS.
Mete nojo o constante choradinho - "foi o Partido Socialista, que assimou o memorando", como se os dois partidos da maioria o não tivessem feito também e pressionado até ao infinito, para que a troika fosse cá metida...
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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