Os nossos irmãos da Malásia em luta pela sobrevivência
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Os nossos irmãos da Malásia em luta pela sobrevivência
Os nossos irmãos da Malásia em luta pela sobrevivência
Já aqui temos, em diversas ocasiões,
chamado a atenção para a urgência de se estabelecer sob a égide do
Ministério dos Negócios Estrangeiros um grupo de trabalho permanente que
garanta assistência aos bandéis de portugueses da Malásia, da
Indonésia, da Birmânia e da Tailândia. Essas comunidades, mais que
testemunhais, constituem um poderoso agente local de afirmação de
Portugal.
Em Janeiro de 1641, quando a cidade de Malaca caiu nas mãos dos
holandeses, os novos governantes só autorizaram a partida de um navio
levando a bordo 250 dos mais eminentes moradores da cidade: reinóis,
ricos mercadores, padres e monges, bem como alguns jovens locais. Para
trás ficaram os pobres, os muito idosos, os mutilados, os doentes e as
viúvas. Sede de bispado católico, conheceu a recém-ocupada Malaca dura
repressão religiosa: duas igrejas e a catedral foram destruídas, assim
como o colégio jesuíta e o mosteiro franciscano. As alfaias religiosas,
as imagens sagradas e mobiliário que faziam o esplendor desses locais de
culto, foram enviados para a Europa como parte do saque e foi anunciado
aos sobreviventes que o culto católico não mais seria autorizado. Até
1710, ano em que Goa foi de novo autorizada enviar padres para assistir a
comunidade católica da cidade, os portugueses malaqueses ofereceram
sólida resistência cultural aos novos senhores. Reuniam-se fora de muros
para aí realizarem as missas dominicais a céu aberto, organizaram
irmandades secretas – a mais famosa das quais era a dos Irmãos de Igreja
- e realizavam, por altura das mais importantes festividades do
calendário católico, grandes procissões demonstrativas de força e
unidade. Desde então, conhecendo holandeses, depois britânicos e até os
brutais japoneses (1942-45) que ali cometeram massacres inenarráveis, os
portugueses de Malaca têm sobrevivido.
Sem o mais leve apoio de Lisboa, a sua luta parece condenada ao
fracasso. Não há nas Necessidades alguém que possa avaliar a importância
destes luso-descendentes? Não seria possível, com o apoio da Fundação
Gulbenkian e outras instituições ( a Igreja Católica) começar hoje o que
amanhã já poderá ser tarde?
E não nos venham falar de falta de verbas, pois bastaria que dois ou
três funcionários públicos por lá estivessem em permanência - um
professor de português, um animador cultural, um arquitecto - para parar
o processo de erosão. Ainda há anos por Malaca esteve uma jovem
professora de português. Os resultados excederam todas as expectativas.
Publicada por
Combustões
à(s)
30.3.13
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MNE; Paulo Portas
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
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