Grécia vai avançar com pedido de reparações de guerra à Alemanha
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Grécia vai avançar com pedido de reparações de guerra à Alemanha
Grécia vai avançar com pedido de reparações de guerra à Alemanha
Maria João Guimarães
24/04/2013 - 19:00
Ministro grego dos Negócios Estrangeiros não disse que quantia irá ser pedida nem em que instância entrará o processo.
O MNE grego Avramopoulos disse que a Grécia nunca tinha desistido de procurar indemnizações Thierry Charlier/AFP
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia,
Dimitris Avramopoulos, anunciou nesta quarta-feira no Parlamento que o
país vai mesmo avançar com um pedido de indemnizações à Alemanha por
danos na II Guerra Mundial.
Especulava-se que Atenas pudesse tomar este passo desde que o diário grego To Vima
noticiou a existência de um relatório secreto do Ministério das
Finanças detalhando danos e calculando reparações – tanto por perdas
materiais como por um empréstimo forçado do Banco Central grego às
forças de ocupação.
Mas responsáveis admitiam que a decisão seria
política, já que não era a melhor altura para irritar Berlim, que é o
país que mais contribui para os empréstimos aos países em dificuldade.
O
ministro Avramopoulos sublinhou que a Grécia nunca tinha desistido das
indemnizações e pediu “a restauração da justiça e verdade sobre o
sofrimento do povo grego durante os anos difíceis da ocupação, um
período durante o qual o povo grego sofreu, passou fome, e foi pilhado
como nenhum outro”, cita o diário norte-americano Wall Street Journal. Não especificou como será feito o pedido nem a quantia.
Na
última vez que esta questão surgiu, o ministro alemão das Finanças,
Wolfgang Schäuble, disse que o caso estava fechado e aconselhou a Grécia
a focar-se nas reformas e não desviar as atenções. O seu homólogo grego
ripostou que uma questão é independente da outra.
162 milhões em jogo?
O
ministro dos Negócios Estrangeiros diz que vai agora ser estudado o
modo como apresentar este pedido de reparações. Segundo o documento
citado no início de Abril pelo To Vima, tratar-se-ia de 108 mil
milhões de euros por danos de infra-estrutura e 54 mil milhões
resultantes dos empréstimos forçados da Grécia à Alemanha. Ou seja, 162
mil milhões de euros, cerca de 80% do PIB grego.
A Alemanha pagou já, em 1960, 115 milhões de marcos (equivalente a 57,8 milhões de euros) à Grécia, diz a Deutsche Welle – e do ponto de vista de Berlim, a questão ficou aí encerrada. O jornal alemão Die Welt dizia,
pelo seu lado, que desde 1949 a Alemanha pagou já pelo menos o
equivalente a 31 mil milhões de euros, sublinhando, no entanto, que é
difícil ter uma quantia exacta, já que houve várias formas de
pagamentos.
Há quem ache que o pedido grego – pelo menos uma parte
– é justificado. Quem melhor para o defender do que um professor alemão
da Universidade de Atenas? O historiador Hagen Fleischer duvida da
validade do argumento de que todas as reparações foram pagas em 1960.
Primeiro, lembra que “a Holanda, que sofreu muito menos perdas, teve uma
indemnização maior”, cita a Deutsche Welle. E segundo,
Fleischer nota que o empréstimo ainda começou a ser pago logo depois da
guerra. Os próprios nazis reconheceram o empréstimo, o que seria uma
vantagem.
O mais recente caso de reparações individuais acabou, no
entanto, com uma derrota para a Grécia. Trata-se de um pedido
relacionado com um ataque a uma localidade chamada Distomo, que matou
218 pessoas. Em 1997, um tribunal grego declarou que os familiares das
vítimas tinham direito a uma indemnização de cerca de 37,5 milhões de
euros. Mas em 2011, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu que
não havia lugar a reparações.
Maria João Guimarães
24/04/2013 - 19:00
Ministro grego dos Negócios Estrangeiros não disse que quantia irá ser pedida nem em que instância entrará o processo.
O MNE grego Avramopoulos disse que a Grécia nunca tinha desistido de procurar indemnizações Thierry Charlier/AFP
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Grécia,
Dimitris Avramopoulos, anunciou nesta quarta-feira no Parlamento que o
país vai mesmo avançar com um pedido de indemnizações à Alemanha por
danos na II Guerra Mundial.
Especulava-se que Atenas pudesse tomar este passo desde que o diário grego To Vima
noticiou a existência de um relatório secreto do Ministério das
Finanças detalhando danos e calculando reparações – tanto por perdas
materiais como por um empréstimo forçado do Banco Central grego às
forças de ocupação.
Mas responsáveis admitiam que a decisão seria
política, já que não era a melhor altura para irritar Berlim, que é o
país que mais contribui para os empréstimos aos países em dificuldade.
O
ministro Avramopoulos sublinhou que a Grécia nunca tinha desistido das
indemnizações e pediu “a restauração da justiça e verdade sobre o
sofrimento do povo grego durante os anos difíceis da ocupação, um
período durante o qual o povo grego sofreu, passou fome, e foi pilhado
como nenhum outro”, cita o diário norte-americano Wall Street Journal. Não especificou como será feito o pedido nem a quantia.
Na
última vez que esta questão surgiu, o ministro alemão das Finanças,
Wolfgang Schäuble, disse que o caso estava fechado e aconselhou a Grécia
a focar-se nas reformas e não desviar as atenções. O seu homólogo grego
ripostou que uma questão é independente da outra.
162 milhões em jogo?
O
ministro dos Negócios Estrangeiros diz que vai agora ser estudado o
modo como apresentar este pedido de reparações. Segundo o documento
citado no início de Abril pelo To Vima, tratar-se-ia de 108 mil
milhões de euros por danos de infra-estrutura e 54 mil milhões
resultantes dos empréstimos forçados da Grécia à Alemanha. Ou seja, 162
mil milhões de euros, cerca de 80% do PIB grego.
A Alemanha pagou já, em 1960, 115 milhões de marcos (equivalente a 57,8 milhões de euros) à Grécia, diz a Deutsche Welle – e do ponto de vista de Berlim, a questão ficou aí encerrada. O jornal alemão Die Welt dizia,
pelo seu lado, que desde 1949 a Alemanha pagou já pelo menos o
equivalente a 31 mil milhões de euros, sublinhando, no entanto, que é
difícil ter uma quantia exacta, já que houve várias formas de
pagamentos.
Há quem ache que o pedido grego – pelo menos uma parte
– é justificado. Quem melhor para o defender do que um professor alemão
da Universidade de Atenas? O historiador Hagen Fleischer duvida da
validade do argumento de que todas as reparações foram pagas em 1960.
Primeiro, lembra que “a Holanda, que sofreu muito menos perdas, teve uma
indemnização maior”, cita a Deutsche Welle. E segundo,
Fleischer nota que o empréstimo ainda começou a ser pago logo depois da
guerra. Os próprios nazis reconheceram o empréstimo, o que seria uma
vantagem.
O mais recente caso de reparações individuais acabou, no
entanto, com uma derrota para a Grécia. Trata-se de um pedido
relacionado com um ataque a uma localidade chamada Distomo, que matou
218 pessoas. Em 1997, um tribunal grego declarou que os familiares das
vítimas tinham direito a uma indemnização de cerca de 37,5 milhões de
euros. Mas em 2011, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu que
não havia lugar a reparações.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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