Miguel Leitão de Andrada
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Miguel Leitão de Andrada
Miguel Leitão de Andrada
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Esta é a única representação conhecida da batalha de Alcácer-Quibir in
"Miscelânea" (1629): nele está ilustrado o exército português,
numéricamente inferior, prestes a ser cercado pelas forças islâmicas.
Miguel Leitão de Andrada (Pedrógão Grande, 28 de Setembro de 1553 – Lisboa, 7 de Setembro de 1630) foi um jurista e escritor português. É autor da obra intitulada “Miscelânea
do sítio de Nossa Senhora da Luz do Pedrógão Grande: aparecimento de
sua imagem, fundação do seu Convento e da Sé de Lisboa, com muitas
curiosidades e poesias diversas”, publicada em 1629, um ano antes de falecer.
Biografia
Estudou direito canónico, tendo acompanhado Sebastião I de Portugal em sua malograda jornada ao Norte da áfrica. Na batalha de Alcácer-Quibir (1578) caiu prisioneiro e foi levado para Fez. Negociada a sua libertação, regressou ao reino onde veio a ser novamente detido, agora por Filipe II de Espanha, que o tomou por apoiante de António I de Portugal.
Escreveu a sua Miscelânea em prosa e em verso, narrando os eventos de que foi testemunha presencial (sobretudo, em Alcácer-Quibir). A obra está dividida em dez diálogos, travados entre duas personagens
- Galácio e Devoto -, que dão ao leitor, num registo vivo e pitoresco,
muitas memórias curiosas, relativas sobretudo à fundação do Convento de Nossa Senhora da Luz e ao milagre aí perpetuado por Nossa Senhora, à conquista de Lisboa aos Mouros por Afonso Henriques e à mítica batalha de Sacavém, entre outros.
Mais que um historiador no moderno sentido do termo, o autor é um corografista que descreve tradições, usos e costumes populares da sua terra natal, e a sua obra vale sobretudo do ponto de vista sócio-antropológico, mais do que historiográfico. Em sua obra abundam fatos lendários e miraculosos
aos quais dá grande crédito, e histórias claramente falsas, muito
devido aos seus próprios erros interpretativos (designadamente, no que
toca à data da conquista de Lisboa, baseando-se para o efeito numa inscrição existente na Sé de Lisboa, onde devido a deficientes conhecimentos epigráficos, pretendeu ver no ano de 1154 o da conquista da cidade).
Um dos maiores críticos à obra de Miguel Leitão de Andrada, à moralidade da sua vida e à credibilidade da sua obra, foi Anselmo Braamcamp Freire, na obra "Brasões da Sala de Sintra"[1]
Freire refere nomeadamente os problemas judiciais e sociais enfrentados
por Miguel Leitão por ter assassinado a terceira das suas quatro
mulheres, crime que o levou a exílio temporário em Castela; a fantasia
indocumentada da prosápia que se atribui aos Andradas de sua bisavó,
indevidamente filiada nos condes galegos de Andrada e Vilalva; e
finalmente a divertida e ingénua arrogância mística que o autor
demonstra no seu testamento, ao condicionar a entrega dos bens que deixa
à Misericórdia de Pedrógão à verificação de que esse legado pio, pela
salvação dos seus pecados, fosse condicional à intercessão da Virgem
para a sua admissão sem peias no Céu:
"Miguel Leitão, muito a sério, no seu testamento, com setenta e
quatro anos de idade, isto é, com o pé na cova, lega sessenta mil réis a
Nossa Senhora da Misericórdia do Pedrógão!, com a condição de alcançar
do Senhor Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, a salvação! Gostava eu
de saber a quem competia verificar se a Legatária cumprira a cláusula,
para lhe poder ser entregue o legado. Ai! meu Miguel Leitão, pouca
confiança tinhas na Virgem, ou muito receavas a tua carga de pecados!
(…) Caturrão! Sim, foste-o, mas ao fazer do teu testamento, e tratando
da tua alma, tu, tão devoto, não pensavas na catarreira, não, e foi a
sério, muito a sério, que deixaste os sessenta mil réis a Nossa Senhora
com a condição de te salvar."
A obra de Miguel Leitão de Andrada conheceu três edições: a primeira, de 1629, uma de 1867, patrocinada pela Imprensa Nacional e uma terceira, de 1993, também com o selo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Escreveu ainda duas peças teatrais: Representação das Nove Musas e Dança das Nove Musas.
Segue-se um pequeno excerto do Segundo Diálogo da Miscelânea, versando sobre a necessidade de uma ponte sobre o rio Tejo:
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Esta é a única representação conhecida da batalha de Alcácer-Quibir in
"Miscelânea" (1629): nele está ilustrado o exército português,
numéricamente inferior, prestes a ser cercado pelas forças islâmicas.
Miguel Leitão de Andrada (Pedrógão Grande, 28 de Setembro de 1553 – Lisboa, 7 de Setembro de 1630) foi um jurista e escritor português. É autor da obra intitulada “Miscelânea
do sítio de Nossa Senhora da Luz do Pedrógão Grande: aparecimento de
sua imagem, fundação do seu Convento e da Sé de Lisboa, com muitas
curiosidades e poesias diversas”, publicada em 1629, um ano antes de falecer.
Biografia
Estudou direito canónico, tendo acompanhado Sebastião I de Portugal em sua malograda jornada ao Norte da áfrica. Na batalha de Alcácer-Quibir (1578) caiu prisioneiro e foi levado para Fez. Negociada a sua libertação, regressou ao reino onde veio a ser novamente detido, agora por Filipe II de Espanha, que o tomou por apoiante de António I de Portugal.
Escreveu a sua Miscelânea em prosa e em verso, narrando os eventos de que foi testemunha presencial (sobretudo, em Alcácer-Quibir). A obra está dividida em dez diálogos, travados entre duas personagens
- Galácio e Devoto -, que dão ao leitor, num registo vivo e pitoresco,
muitas memórias curiosas, relativas sobretudo à fundação do Convento de Nossa Senhora da Luz e ao milagre aí perpetuado por Nossa Senhora, à conquista de Lisboa aos Mouros por Afonso Henriques e à mítica batalha de Sacavém, entre outros.
Mais que um historiador no moderno sentido do termo, o autor é um corografista que descreve tradições, usos e costumes populares da sua terra natal, e a sua obra vale sobretudo do ponto de vista sócio-antropológico, mais do que historiográfico. Em sua obra abundam fatos lendários e miraculosos
aos quais dá grande crédito, e histórias claramente falsas, muito
devido aos seus próprios erros interpretativos (designadamente, no que
toca à data da conquista de Lisboa, baseando-se para o efeito numa inscrição existente na Sé de Lisboa, onde devido a deficientes conhecimentos epigráficos, pretendeu ver no ano de 1154 o da conquista da cidade).
Um dos maiores críticos à obra de Miguel Leitão de Andrada, à moralidade da sua vida e à credibilidade da sua obra, foi Anselmo Braamcamp Freire, na obra "Brasões da Sala de Sintra"[1]
Freire refere nomeadamente os problemas judiciais e sociais enfrentados
por Miguel Leitão por ter assassinado a terceira das suas quatro
mulheres, crime que o levou a exílio temporário em Castela; a fantasia
indocumentada da prosápia que se atribui aos Andradas de sua bisavó,
indevidamente filiada nos condes galegos de Andrada e Vilalva; e
finalmente a divertida e ingénua arrogância mística que o autor
demonstra no seu testamento, ao condicionar a entrega dos bens que deixa
à Misericórdia de Pedrógão à verificação de que esse legado pio, pela
salvação dos seus pecados, fosse condicional à intercessão da Virgem
para a sua admissão sem peias no Céu:
"Miguel Leitão, muito a sério, no seu testamento, com setenta e
quatro anos de idade, isto é, com o pé na cova, lega sessenta mil réis a
Nossa Senhora da Misericórdia do Pedrógão!, com a condição de alcançar
do Senhor Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, a salvação! Gostava eu
de saber a quem competia verificar se a Legatária cumprira a cláusula,
para lhe poder ser entregue o legado. Ai! meu Miguel Leitão, pouca
confiança tinhas na Virgem, ou muito receavas a tua carga de pecados!
(…) Caturrão! Sim, foste-o, mas ao fazer do teu testamento, e tratando
da tua alma, tu, tão devoto, não pensavas na catarreira, não, e foi a
sério, muito a sério, que deixaste os sessenta mil réis a Nossa Senhora
com a condição de te salvar."
A obra de Miguel Leitão de Andrada conheceu três edições: a primeira, de 1629, uma de 1867, patrocinada pela Imprensa Nacional e uma terceira, de 1993, também com o selo da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.
Escreveu ainda duas peças teatrais: Representação das Nove Musas e Dança das Nove Musas.
Segue-se um pequeno excerto do Segundo Diálogo da Miscelânea, versando sobre a necessidade de uma ponte sobre o rio Tejo:
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117475
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