João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia
Página 1 de 1
João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia
João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia
João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia
Sociedade colonial e inquisição no nordeste quinhentista
Nascido em Portugal por volta de 1547, João Nunes veio para o Brasil
em 1580 onde foi mercador, comerciante de açúcar, traficante de
escravos e senhor de engenho. Filho de cristãos-novos, João, seu irmão
Diogo e alguns outros membros da família Nunes vieram tentar a sorte na
colônia, provavelmente fugindo do alcance do Tribunal do Santo Ofício
que desde 1540 inquiria, investigava e punia os desviantes da fé
católica, dedicando atenção e rigor especial aos suspeitos de praticar o
judaísmo em segredo, ou judaizar, como se dizia à época. Mas se um dos
objetivos de João Nunes ao migrar para a capitania de Pernambuco foi
estar fora da esfera de ação inquisitorial, seu projeto seria
interrompido com a chegada da Primeira Visitação do Santo Ofício ao
Brasil, entre 1591-1595, quando se tornou um dos suspeitos mais
denunciados ao Visitador, tanto em Pernambuco como na Bahia. Acusado de
blasfemo e irreverente por inúmeros de seus prováveis inimigos, teve
como principal acusação o desrespeito ao crucifixo que, diziam seus
delatores, guardava junto, próximo ou mesmo dentro do lugar aonde fazia
suas necessidades fisiológicas.
Procurando desvendar esse e tantos outros “crimes” desse personagem
colonial, Angelo Assis analisa vasta documentação nacional e portuguesa e
sobretudo nos oferece uma leitura privilegiada do processo sofrido por
João Nunes. Esmiuçando as teias que podem ter levado João Nunes aos
cárceres da Inquisição e investigando cuidadosamente as inúmeras
acusações de que foi vítima, o trabalho que ora se oferece ao grande
público faz, no entanto, muito mais que procurar reconstruir a
trajetória de um dos inúmeros portugueses que chegaram à colônia
brasílica: ele enfrenta o desafio de articular história pessoal e
história luso-brasileira quinhentista, nos abrindo um cenário tão amplo
quanto instigante.
Homem poderoso e destemido, João Nunes foi contemporâneo de inúmeros
outros senhores de engenho que se julgavam “acima de todas as justiças”:
membro da confraria do Santíssimo Sacramento, era ao mesmo tempo
tesoureiro da comunidade secreta de Camaragibe, sinagoga frequentada por
grande número de cristãos novos e judaizantes; vivia amancebado com
mulher casada e não observava com atenção nem a religião católica nem a
judaica. Nem judeu nem católico, João Nunes lançava mão de práticas
religiosas de forma mais pragmática que devocional, e não se furtava de
procurar a ajuda de mulheres acusadas de feitiçaria para “escapar dos
perigos” e ser bem sucedido nos negócios.
Jacqueline Hermann
João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia Angelo Adriano Faria de Assis Preço: R$44,00 (304 p.) ISBN: 978-85-7939-096-8 Formato: 14x21- Brochura- 0,350kg Compre online na loja Alameda Editorial Compre online na Livraria Última Instância |
|
João Nunes, Um rabi escatológico na Nova Lusitânia
Sociedade colonial e inquisição no nordeste quinhentista
Nascido em Portugal por volta de 1547, João Nunes veio para o Brasil
em 1580 onde foi mercador, comerciante de açúcar, traficante de
escravos e senhor de engenho. Filho de cristãos-novos, João, seu irmão
Diogo e alguns outros membros da família Nunes vieram tentar a sorte na
colônia, provavelmente fugindo do alcance do Tribunal do Santo Ofício
que desde 1540 inquiria, investigava e punia os desviantes da fé
católica, dedicando atenção e rigor especial aos suspeitos de praticar o
judaísmo em segredo, ou judaizar, como se dizia à época. Mas se um dos
objetivos de João Nunes ao migrar para a capitania de Pernambuco foi
estar fora da esfera de ação inquisitorial, seu projeto seria
interrompido com a chegada da Primeira Visitação do Santo Ofício ao
Brasil, entre 1591-1595, quando se tornou um dos suspeitos mais
denunciados ao Visitador, tanto em Pernambuco como na Bahia. Acusado de
blasfemo e irreverente por inúmeros de seus prováveis inimigos, teve
como principal acusação o desrespeito ao crucifixo que, diziam seus
delatores, guardava junto, próximo ou mesmo dentro do lugar aonde fazia
suas necessidades fisiológicas.
Procurando desvendar esse e tantos outros “crimes” desse personagem
colonial, Angelo Assis analisa vasta documentação nacional e portuguesa e
sobretudo nos oferece uma leitura privilegiada do processo sofrido por
João Nunes. Esmiuçando as teias que podem ter levado João Nunes aos
cárceres da Inquisição e investigando cuidadosamente as inúmeras
acusações de que foi vítima, o trabalho que ora se oferece ao grande
público faz, no entanto, muito mais que procurar reconstruir a
trajetória de um dos inúmeros portugueses que chegaram à colônia
brasílica: ele enfrenta o desafio de articular história pessoal e
história luso-brasileira quinhentista, nos abrindo um cenário tão amplo
quanto instigante.
Homem poderoso e destemido, João Nunes foi contemporâneo de inúmeros
outros senhores de engenho que se julgavam “acima de todas as justiças”:
membro da confraria do Santíssimo Sacramento, era ao mesmo tempo
tesoureiro da comunidade secreta de Camaragibe, sinagoga frequentada por
grande número de cristãos novos e judaizantes; vivia amancebado com
mulher casada e não observava com atenção nem a religião católica nem a
judaica. Nem judeu nem católico, João Nunes lançava mão de práticas
religiosas de forma mais pragmática que devocional, e não se furtava de
procurar a ajuda de mulheres acusadas de feitiçaria para “escapar dos
perigos” e ser bem sucedido nos negócios.
Jacqueline Hermann
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117554
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos