Papa admite existência de rede de corrupção e “lobby gay” no Vaticano
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VATICANO
11/06/2013 - 15h55 | Redação | São Paulo
Papa admite existência de rede de corrupção e “lobby gay” no Vaticano
Declarações foram dadas por Francisco na semana passada, segundo revista chilena
Atualizada às 16h06
Conhecido por ser um crítico da corrupção, inclusive a de dentro da
Igreja Católica, o papa Francisco reconheceu abertamente, pela primeira
vez, a existência de uma “corrente de corrupção” e de um “lobby gay” no
Vaticano, segundo divulgou nesta terça-feira (11/06) a revista chilena Reflexión y Liberación.
A declaração teria ocorrido na última quinta (06/06), durante uma
reunião com a CLAR (Confederação Latinoamericana e Caribenha de
Religiosas e Religiosos).
Agência Efe
No
encontro, que durou quase uma hora, o papa admitiu a existência de uma
“rede de corrupção homossexual”. “Na Cúria há gente santa, de verdade,
há gente santa. Mas também há uma corrente de corrupção. Fala-se de um
‘lobby gay’ e é verdade. Temos que ver o que podemos fazer”, teria dito o
pontífice. Esse lobby refere-se a um sistema de chantagens internas
baseado em fraquezas sexuais que foi denunciado pela imprensa italiana
em fevereiro.
As lutas de poder, os desvios de dinheiro e as relações homossexuais no
Vaticano vêm sendo expostos na mídia há um tempo. A própria renúncia de
Joseph Ratzinger foi atribuída, por vários veículos, ao horror e à
tristeza que lhe teriam sido causados pela descoberta da existência
desse grupo de poder homossexual e de suas possíveis chantagens a
importantes membros da Cúria.
Segundo o jornal La Repubblica e a revista Panorama,
ambos italianos, Ratzinger teria decidido renunciar ao cargo de papa
após receber um relatório de 300 páginas sobre o assunto.Entretanto, até
agora, a Santa Sé havia sempre rechaçado a existência de um “lobby
gay”.
O papa Francisco, no entanto, admitiu ser uma pessoa “muito
desorganizada” para realizar a reforma necessária na Cúria. "Sou uma
pessoa desorganizada, nunca fui bom nisso. Mas os cardeais da comissão
vão levá-la adiante", afirmou, referindo-se à comissão montada por ele
em março, para assessorá-lo na reforma do governo central da Igreja. A
primeira reunião desses cardeais será realizada em outubro.
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"A reforma da Cúria Romana é algo que quase todos os cardeais pediram
nas congregações anteriores ao conclave. Eu também a pedi. A reforma não
pode ser feita por mim...", explicou o Papa.
Quando questionado sobre as declarações do pontífice, o porta-voz do
Vaticano, Federico Lombardi, disse apenas que se tratou de uma reunião
privada, sem dar maiores detalhes.
Se houver a confirmação oficial das palavras do Papa, esta terá sido a
primeira vez que ele falou de forma tão aberta e clara sobre a suposta
rede de corrupção, tráfico de influências e sexo no Vaticano.
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