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Pré-seleção de candidatos diminui chance de fraude e instabilidade no Irã

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Pré-seleção de candidatos diminui chance de fraude e instabilidade no Irã Empty Pré-seleção de candidatos diminui chance de fraude e instabilidade no Irã

Mensagem por Vitor mango Qui Jun 13, 2013 12:34 am

Pré-seleção de candidatos diminui chance de fraude e instabilidade no Irã
Exclusão de opositor da disputa provoca divergência entre analistas, que debateram sucessor de Mahmoud Ahmadinejad


Atualizada às 10h57

Os iranianos vão às urnas escolher o próximo presidente do país pelos próximos quatro anos nesta sexta-feira (14/06). Mas a seleção dos candidatos começou muito antes da abertura dos distritos eleitorais: de 700 inscritos para concorrer ao cargo, apenas oito foram selecionados pelo Conselho de Guardiões, órgão de clérigos e juristas vinculado ao Líder Supremo, o aiatolá Ali Khamenei.

Entre os banidos da votação, dois importantes nomes da política nacional: Ali Akbar Hashemi Rafsanjani, ex-presidente e um dos principais aliados do grupo opositor Movimento Verde, e Esfandiar Rahim Mashaei, o candidato do atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, e alinhado ao nacionalismo secular.

Agência Efe
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Líderes iranianos têm feito campanha pelo comparecimento da população às urnas

Os critérios utilizados para a seleção são vagos e não explicam a exclusão de ambos os candidatos, que atendem às exigências educacionais, de idade, nacionalidade e experiência política e militar do Conselho de Guardiões. Existe uma forte suspeita de que Mashaei e, sobretudo, Rafsanjani não foram escolhidos por uma deliberação informal de Khamenei. Os dois candidatos apresentam, segundo o analista Hooman Madj, diferentes desafios para a estabilidade política do Ayatollah.

O Líder Supremo iraniano quer evitar, a todo custo, uma repetição da instabilidade criada após a eleição presidencial de 2009, quando milhares de pessoas tomaram às ruas para protestar contra a vitória de Ahmadinejad e acusar o governo de fraude, o que poderia acontecer com a candidatura de Rafsanjani – indica o professor Mohsen Milani. Por outro lado, uma possível vitória de Mashaei poderia levar a disputas internas entre a Presidência e o aiatolá, como aconteceu, por diversas vezes, na segunda administração de Ahmadinejad.

Importância do próximo presidente

A exclusão do conhecido opositor de Ahmadinejad e Khamenei, Rafsanjani, foi encarada como um retrocesso democrático por analistas de diversas tendências políticas. Robert Fisk, jornalista britânico correspondente no Oriente Médio há mais de 25 anos e autor de diversas obras sobre a região, questionou “como os iranianos podem chamar isso de uma eleição”. “As pessoas devem escolher seus candidatos e não os ‘guardiões’”.

Dennis Ross, diretor do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos e ex-assessor de Oriente Médio do governo de Barack Obama, concluiu: “O próximo presidente do Irã será obediente ao Ayatollá e irá agir como seu vice administrativo”. Neste sentido, o analista norte-americano atentou aos seus colegas de Casa Branca para não descartarem a eleição presidencial iraniana, pois o processo irá explicitar os interesses do Líder Supremo.

Madj, por sua vez, discorda dessas afirmações e argumenta que apesar do papel desempenhado pelo Conselho de Guardiões, os iranianos não estão descrentes de seu papel como eleitores. Em entrevista coletiva, o analista estimou que a taxa de participação no pleito deve ser de 70% - um índice bem abaixo do 84% da eleição de 2009, mas maior do que de outros países, como os Estados Unidos. “Será difícil para norte-americanos e outros acusarem a República Islâmica do Irã de não ser democrática”, acrescenta ele.

A participação dos iranianos nesta sexta-feira (14/06) é uma das preocupações de Khamenei. “A República Islâmica do Irã é um sistema profundamente enraizado no apoio do povo”, disse ele ao conclamar a população a ir às urnas. “Não importa em quem você vai votar, será um voto para a República Islâmica”, acrescentou durante cerimonia de homenagem à morte de Ayatollah Ruhollah Khomeini, líder da Revolução de 1979.

Se muitos analistas duvidam do poder de influência do presidente iraniano, poucos eleitores questionam sua relevância na política doméstica e internacional. “Há pouca dúvida na mente dos eleitores iranianos de que o presidente pode influenciar também”, explica Madj em artigo da revista norte-americana Foreign Affairs.

Wikicommons
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Reeleição de Ahmadinejad em 2009 foi seguida de protestos por suspeita de fraude

Segundo a Constituição do país, o presidente iraniano tem prerrogativas decisórias na política nacional, deliberando sobre questões sociais e econômicas, que são cruciais à população.  “O que a maior parte dos iranianos quer é estabilidade, segurança, progresso econômico e liberdade individual”, afirmou a Opera Mundi o professor de Relações Internacionais da SOAS (Escolha de Estudos Orientais e Africanos na sigla em inglês) e autor do livro “Iran in World Politics: The Question of The Islamic Republic”, Arshin Adib-Moghaddam.

Mesmo na questão nuclear, um assunto de deliberação apenas do Líder Supremo, o presidente têm importância, explica a Opera Mundi o professor de química e especialista no programa nuclear iraniano, Muhammad Sahimi. Existe um consenso, entre todos os políticos iranianos, de que o Irã tem o direito fundamental a produção de energia nuclear. “No entanto, existem diferenças”, acrescenta ele, “na abordagem com o Ocidente e em como lidar com suas preocupações com o programa”.

Impacto das sanções

De fato, a crise econômica que aflige o país parece ser a principal preocupação da maioria dos iranianos. A imposição de sanções internacionais por EUA, Nações Unidas, União Europeia e países europeus afetou, em grande medida, a vida dos iranianos. Desde a determinação do embargo à venda do petróleo iraniano, que representa cerca de 50% da receita pública, a moeda nacional sofreu desvalorização, a inflação sobe mais a cada mês e o déficit estatal aumentou.

As sanções também dificultaram a importação de matéria-prima necessária para a produção das indústrias iranianas e muitas acabaram por fechar as portas. Todo esse cenário resulta em uma alta taxa de desemprego, que ultrapassou os 15% a partir da metade de 2012, segundo estatísticas oficiais.

Os candidatos selecionados para a disputa já mostraram que possuem divergências quanto às políticas econômica e externa. Nos três debates eleitorais realizados pela emissora estatal do país, houve debate e confrontação.

Fraude?

Madj não acredita que a eleição presidencial desta sexta-feira (14/06) possa ser fraudada: “foi para não ter que fazer isso que os candidatos foram escolhidos”. Apesar disso, ele lembra que o governo tem instrumentos para favorecer um candidato. Ainda não está claro quem é o preferido do sistema: alguns apontam para Saeed Jalili, que recebeu o apoio do Ministro da Inteligência, mas Hassan Rouhani, considerado o mais reformista de todos os candidatos, conquistou o voto de confiança de Khamanei nesta segunda (10/06).

Segundo Adib-Moghaddam, “é isto o que as manifestações de 2009 alcançaram: o Estado se profissionalizou. Os debates entre os presidenciáveis indicam uma atmosfera eleitoral sóbria, uma mudança no clima político”.

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