Mali: triste saldo da intervenção francesa
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Mali: triste saldo da intervenção francesa
Mali: triste saldo da intervenção francesa
09.08.2013
Publicado originalmente no Blog da Redação do Outras Palavras.
http://www.iranews.com.br/noticia/10571/mali-triste-saldo-da-intervencao-francesa
Membros do MNLA (Movimento Nacional de Libertação de Azawad), grupo independetista tuaregue, antes da intervenção francesa (Wikimedia Commons)
09.08.2013
Al Qaeda recuou, mas não está vencida; grupos que pediram ação externa não respeitam autonomia tuaregue
Localizado no Oeste da África e detentor de um dos IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixos do planeta, o Mali terá, neste fim de semana (10 e 11 de agosto) o segundo turno da eleição presidencial. São as primeiras, depois de uma série de terremotos políticos, ocorridos nos últimos dezesseis meses.
Primeiro, a maior parte do território ficou sob controle de grupos fundamentalistas ligados à Al Qaeda e provenientes da Líbia - fortemente armados, após o desmantelamento do exército de Muamar Kadafi. Depois, houve um golpe militar e o "novo" governo apelou para intervenção francesa - que ocorreu em janeiro. Por tudo isso, a maior parte dos analistas internacionais viu no pleito uma grande vitória e o primeiro passo para a retomada da uma trajetória "democrática".
É diferente o ponto de vista de Giorgio Cafiero, publicado hoje no Foreign Policy in Focus, um excelente site alternativo sobre relações internacionais. Ele aponta três dois grandes fatos, desprezados pelos comentários convencionais.
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Em breve, as tropas francesas irão se retirar do país, substituídas por uma força da ONU, muito menos preparada. Como os fundamentalistas recuaram sem confronto diante dos franceses, é provável que voltem. Além disso, a classe política de Bamako (a capital) não mostra flexibilidade nenhuma diante dos tuaregues, o povo semi-nômade que habita todo o Norte do país (80% do território, em meio ao deserto do Saara). Foi nestes grupos que a Al Qaeda apoiou-se, em sua incursão de 2012.
Se Cafiero estiver certo, a intervenção francesa vai aparecer, muito em breve, como mais um capítulo das ações "humanitárias" do Ocidente - aquelas que nem arranham os problemas de fundo dos países visados, e muitas vezes os agravam.
Publicado originalmente no Blog da Redação do Outras Palavras.
http://www.iranews.com.br/noticia/10571/mali-triste-saldo-da-intervencao-francesa
Membros do MNLA (Movimento Nacional de Libertação de Azawad), grupo independetista tuaregue, antes da intervenção francesa (Wikimedia Commons)
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