Nuremberg investirá 70 milhões de euros em reparação de complexo nazista

Nuremberg investirá 70 milhões de euros em reparação de complexo nazista
Edificações idealizadas por Albert Speer serão transformadas em memoriais e museus históricos


Desconsiderando a crise econômica que abala o continente europeu, a cidade alemã de Nuremberg decidiu fomentar o debate sobre o que fazer com as heranças do período nazista, anunciando o investimento de mais de 70 milhões de euros para os reparos das edificações onde costumavam ocorrer as reuniões e pronunciamentos de Adolf Hitler.   
O prefeito da cidade, Ulrich Maly, solicitou ainda que fundos federais complementem o valor direcionado para o projeto, o qual definiu como uma "tarefa de importância nacional".   

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O complexo nazista foi construído pelo então ministro alemão Albert Speer, considerado o arquiteto favorito de Hitler, e serviu de sede para encontros políticos do partido nazista entre 1933 e 1938. As construções que o integram, de estrutura grandiosa e inspiração clássico-romana, podem ser vistas no filme "O Triunfo da Honra", peça publicitária encomendada para promover o governo de Hitler.     

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Hitler na cidade de Nuremberg, em 1935
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, parte do complexo que ainda estava em fase obras foi abandonada, enquanto o local já finalizado foi invadida pelos exércitos dos Aliados, representando uma herança arquitetônica praticamente inútil para os alemães nos dias de hoje.    
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Nas décadas que se seguiram ao fim da guerra, algumas construções nazistas foram demolidas e substituídas por habitações comuns. Entretanto, essa prática não pode ser aplicada em edifícios que possuem proteção nacional, como é o caso do icônico Zeppelin, onde Hitler costumava proclamar seus discursos para milhares de pessoas.  
O debate sobre o futuro das edificações gera tanto incômodo nos alemães que a única coisa em que concordam é que renunciar ao legado do período nazista não é uma opção. Todavia, o prefeito Maly tem sido cuidadoso ao evitar a palavra "restauração", pois, segundo ele, o objetivo do projeto não é reconstruir os edifícios e sim transformá-los em memoriais e museus históricos, a exemplo do campo de Auschwitz, na Polônia.  
Atualmente, cerca de 200 mil pessoas, a maioria estrangeira, visita as áreas do complexo. O prefeito considera que, após o investimento, esse número deve aumentar, tornando o local um ponto atrativo para turistas.