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Loureiro dos Santos: Devem ter provas credíveis, se quiserem atacar a Síria

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 01, 2013 10:17 am


Loureiro dos Santos: Devem ter provas credíveis, se quiserem atacar a Síria
Por Fátima Moura da Silva
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Os países que avançarem para uma intervenção militar na Síria devem estar preparados para apresentar provas credíveis de que foi o regime de Bashar al Assad o autor do ataque químico que matou centenas de civis na semana passada, para não se repetir o que aconteceu em relação à invasão do Iraque em 2003, disse ao Diário Digital o general Loureiro dos Santos. «Faz sentido que tenha sido Bashar al Assad, que está a ganhar a guerra no terreno?», questiona.
«Tudo indica que deverá haver uma intervenção militar, tanto pelas declarações como pelos preparativos que estão a ser feitos. Agora, presumo que os países estejam preparados para mostrar provas credíveis de que o regime de Assad foi o culpado, não é concebível que lancem um ataque sem provas de quem foi o autor», afirmou o militar.
Loureiro dos Santos frisou que ninguém fala num «terceiro actor» do conflito, os jihadistas – ligados à Al Qaeda e ao grupo Estado Islâmico do Iraque, seu afiliado – que se tiverem acesso a armas de destruição maciça (ADM) «não hesitarão em usá-las». Estes, embora combatam o regime de Assad, não fazem parte da oposição que pretende fazer uma revolução sem islamização do país.
«São extremistas, agem sem lei e são capazes de usar» ADM, frisou.
O exemplo do Iraque
O precedente do Iraque «deve fazer as pessoas ponderar muito, deviam buscar outro tipo de solução, nomeadamente dentro do Conselho de Segurança (CS)», defendeu, lembrando que aquando da invasão daquele país do Golfo Périsco, em 2003, os Estados Unidos afirmaram ter provas de que o então presidente iraquiano, Saddam Hussein, tinha armas de destruição maciça. Veio a saber-se mais tarde ser falso.
Os EUA, França e Reino Unido têm indicado nos últimos dias que têm provas de que o ataque foi autorizado ao mais alto nível do regime de Damasco,  afirmando  que não poderia ficar impune. Por outro lado, a Rússia e a China têm vetado sucessivamente várias resoluções a condenar o regime, o que deixou os seus parceiros ocidentais no CS a braços com o problema da base legal que justificaria uma operação.
Londres anunciou que apresentará ainda hoje um projecto de resolução em que se «condena o ataque químico» de há uma semana e se autoriza «as medidas necessárias para proteger os civis» ao abrigo do Capítulo VII da Carta das Nações Unidas para proteger os civis contra as armas químicas na Síria. O Capítulo VII da Carta da ONU abrange todas as «acções em caso de ameaça contra a paz, ruptura da paz e actos de agressão».
As consequências
O analista adverte ainda para as consequências de uma eventual intervenção. «Se for como dizem, um ataque de mera punição, sem pretender alterar a relação de forças no terreno, então deverá ter como reacção por parte da Rússia – forte aliada da Síria, onde tem a base naval de Tartus e com quem tem muitos negócios, nomeadamente de armas - apenas o reforço a nível da capacidade militar de Assad, e a mesma coisa da parte do Irão, incluindo o aumento de efectivos no terreno (que já lá estão, nomeadamente os Guardas da Revolução).
As informações que têm saído de fontes da Casa Branca apontam que o  ataque irá centrar-se em alvos militares das forças leais a  Bashar, e que será realizado através de mísseis Tomahawk lançados  a partir de navios de guerra e submarinos colocados no mar Mediterrâneo e dirigidos a cerca de meia centena de alvos estratégicos, segundo a imprensa norte-americana. 
Entre os vários alvos, não seriam incluídos os centros de armazenamento de arsenais químicos, por receio de desencadear uma catástrofe ambiental ou humanitária, mas apenas unidades de artilharia  e centros de comando implicados nos ataques químicos.
«Vamos ver se será assim», disse o especialista, frisando que o palácio presidencial nunca será um alvo.
Se os ataques ultrapassarem aquele nível e realmente atingirem a capacidade de Bashar al Assad, pode-se esperar uma resposta militar forte do Irão – para quem a Síria é estratégica e vital a fim de garantir a sua zona de influência até ao Mediterrâneo – e do Hezbollah, que até pode atacar Israel, o qual reagirá de certeza.
Este segundo cenário pode desencadear uma guerra na região do Médio Oriente, com consequências gravíssimas a nível económico e financeiro em todo o mundo, nomeadamente com a subida do preço petróleo, que já se está a fazer sentir.
O problema é que o presidente norte-americano, Barack Obama, que durante estes dois anos de conflito na Síria tem evitado a todo o custo intervir, apesar dos pedidos da oposição a Assad, tinha estabelecido ao ataques químicos como a «linha vermelha» que o faria actuar.
Os ataques químicos aconteceram, mas quem foram os autores ?  «Faz sentido que tenha sido Assad, que está a ganhar a guerra no terreno?», questiona Loureiro dos Santos.
Segundo os Médicos Sem Fronteiras, 3600 pessoas foram tratadas em três hospitais da região com sintomas de intoxicação por neurotóxicos. Segundo o Centro de Documentação das Violações, o mais conservador dos grupos sírios que regista as vítimas do conflito, 457 pessoas morreram nos ataques na região oriental de Ghutta.
No dia dos bombardeamentos, a oposição apontou para 1300 mortos.

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 01, 2013 10:20 am

Os ataques químicos aconteceram, mas quem foram os autores ?  «Faz sentido que tenha sido Assad, que está a ganhar a guerra no terreno?», questiona Loureiro dos Santos.
Segundo os Médicos Sem Fronteiras, 3600 pessoas foram tratadas em três hospitais da região com sintomas de intoxicação por neurotóxicos. Segundo o Centro de Documentação das Violações, o mais conservador dos grupos sírios que regista as vítimas do conflito, 457 pessoas morreram nos ataques na região oriental de Ghutta.
No dia dos bombardeamentos, a oposição apontou para 1300 mortos.

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 01, 2013 10:21 am

Antes da guerra do Iraque o general avisou os americanos que iam abrir uma caixa de pandora e este experiente e sábio militar não errou um grama

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Mensagem por Vitor mango Dom Set 01, 2013 10:29 am

Se os ataques ultrapassarem aquele nível e realmente atingirem a capacidade de Bashar al Assad, pode-se esperar uma resposta militar forte do Irão – para quem a Síria é estratégica e vital a fim de garantir a sua zona de influência até ao Mediterrâneo – e do Hezbollah, que até pode atacar Israel, o qual reagirá de certeza.

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