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Hoje na História: 1918 - Ditador português Sidónio Pais é assassinado em Lisboa

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Mensagem por Vitor mango Sáb Dez 14, 2013 4:49 am

Hoje na História: 1918 - Ditador português Sidónio Pais é assassinado em Lisboa
José Júlio da Costa, ativista de esquerda, cometeu o ato; ficou 28 anos preso sem direito a julgamento


Wikimedia Commons
Hoje na História: 1918 - Ditador português Sidónio Pais é assassinado em Lisboa Sidonio%20Pais%20%28oficial%29Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, militar e político português, é assassinado em 14 de dezembro de 1918, quando exercia a Presidência de Portugal, por José Júlio da Costa, ativista da esquerda republicana. Sidónio Pais, oficial de artilharia, foi também professor na Universidade de Coimbra, onde lecionou Cálculo Diferencial e Integral.

Na política, exerceu as funções de deputado, ministro do Fomento, ministro das Finanças, embaixador de Portugal em Berlim, ministro da Guerra, ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente da Junta Revolucionária de 1917, presidente do Ministério e presidente da República Portuguesa.

Exerceu a Presidência de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911. Fernando Pessoa o cognominou de presidente-rei. Protagonizou a primeira grande perversão ditatorial do republicanismo português, transformando-se numa das figuras mais deletérias da política daquele país no século XX.

Quando em 1918 ocorreu uma greve dos trabalhadores rurais no Vale de Santiago, José Júlio da Costa assumiu a posição de negociador entre as autoridades e os grevistas, alcançando um acordo. A atuação daqueles trabalhadores, liderados pela ala anarquista da Comuna da Luz de Antônio Correa, foi considerada perigosa para a ordem pública. O governo não aceitou os termos do acordo, sendo os grevistas severamente punidos e alguns deportados para África.

Sentindo-se traído pela falta de palavra das autoridades, Costa jurou vingar seus conterrâneos do Vale de Santiago, decidindo assassinar Sidónio Pais, visto então pela esquerda radical como o ditador cuja ação era a fonte da opressão das classes trabalhadoras e como o traidor que abandonara à sua sorte o Corpo Expedicionário que combatera na França.

Costa deslocou-se de Garvão, pequena localidade do Baixo-Alentejo, até Lisboa, com o objetivo de acabar com o regime sidonista, ou seja pôr termo à República Nova, assassinando seu líder. A ação foi cuidadosamente preparada, como indica uma carta escrita por ele mesmo em 12 de dezembro.

Em 14 de dezembro, após jantar no restaurante Silva, localizado no Chiado, dirigiu-se à Estação do Rossio, onde aguardou a chegada do chefe de Estado que deveria partir rumo à cidade do Porto. Quando Sidónio Pais se preparava para o embarque, no primeiro andar da estação, Costa furou o duplo e compacto cordão policial ao mesmo tempo em que disparava uma pistola, escondida pelo seu capote alentejano. O primeiro projétil alojou-se junto do braço direito do presidente, e o segundo, fatalmente, no ventre, fazendo com que a vítima caísse de imediato por terra.
 
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Apesar da enorme confusão que se instalou, e de que resultaram quatro mortos, não tentou fugir, deixando-se capturar.

Embora não existam provas convincentes, sempre circularam teses que apontavam para o envolvimento da maçonaria na preparação do assassinato de Sidônio, alegando-se que Costa estaria ligado àquela sociedade secreta. Apesar dos rumores, próprios de uma época em que a maçonaria estava sob forte ataque por parte dos círculos mais conservadores, sabia-se que Costa nutria grande simpatia pelo grão-mestre Sebastião de Magalhães Lima. O grão-mestre em carta enviada a um correligionário, afirmou ter mantido contato com Costa, mas “o achou muito doente, receando mesmo pela sua vida que tão preciosa é a esta nossa tão amada terra”. Carecem de prova os rumores de que teria escrito uma carta a Magalhães Lima, que, sem mencionar o pretendido assassinato, teria sido encontrada nos bolsos do grão-mestre quando foi preso e conduzido ao calabouço na noite do assassinato.

Um dos motivos apontados pelos defensores desta tese é o fato de Sidónio ter sido maçom, alegando-se que a maçonaria não perdoaria que seus antigos membros abandonassem a organização, criando desse modo o mito que Sidônio teria sido morto por outro maçom.

Outro motivo que apontava a cumplicidade da maçonaria na morte do presidente era o conhecido apoio dado pela maçonaria à República e aos republicanos que Sidônio vinha traindo e perseguindo. Tal sentimento tinha levado a uma radicalização de posições, com os defensores do sidonismo a acusar a maçonaria de estar por detrás do atentado fracassado que sofrera em 5 de dezembro. A reação antimaçônica levara a que no dia imediato, a 6 de dezembro, a loja do Grande Oriente Lusitano Unido fosse invadida e saqueada.

A tese de que José Júlio da Costa pertencia à maçonaria jamais foi confirmada, apresentando-se como pouco provável pois aquela era uma organização elitista e urbana, onde um militar de baixa patente dificilmente entraria. No caso de Costa fazer parte de alguma associação secreta, o que não seria de estranhar devido ao seu empenho político, provavelmente pertencesse à Carbonária, um movimento bem mais radical e com forte implantação nas áreas rurais e entre as praças e sargentos das forças armadas. Contudo, desconhecem-se provas da ligação de José Júlio com qualquer associação secreta.

José Júlio da Costa faleceu em 1946, aos 52 anos, internado no Hospital Miguel Bombarda, depois de 28 anos preso, sem direito a julgamento.

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1967 - Ocorre a primeira replicação de um DNA em laboratório

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