Ricardo Araújo Pereira, Carvalho da Silva e Daniel Oliveira querem nova frente de esquerda

Por Rita Tavares
publicado em 18 Dez 2013 - 05:00
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Portugal


Ricardo Araújo Pereira, Carvalho da Silva e Daniel Oliveira querem nova frente de esquerda

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O humorista Ricardo Araújo Pereira é um dos subscritores. BE diz que há "muitas indefinições" no 3D, que se quer apresentar às europeias
A designação "manifesto 3D" surgiu ontem, na apresentação da "alternativa política" de esquerda "Pela Dignidade, pela Democracia e pelo Desenvolvimento". O objectivo primeiro é fazer convergir alguma esquerda - para já sem PS e PCP - para uma lista única às europeias de Maio. Mas os promotores admitem que o plano é não ficar apenas por este acto eleitoral.

"Estamos disponíveis para constituir um pólo político para uma convergência de governação". Daniel Oliveira, um dos promotores do manifesto, é cauteloso na denominação do 3D, a que chama "pólo aglutinador" e garantindo: "Nenhum de nós tem vontade de formar um partido". Ele mesmo saiu do Bloco de Esquerda, onde militou desde a fundação, no ano passado. Mas o "compromisso", como preferem chamar-lhe, visa integrar os partidos, pois só assim poderão cumprir o objectivo da lista única às europeias. Apenas os partidos políticos (sozinhos ou em coligação) podem apresentar candidaturas ao Parlamento Europeu. O argumento usado pelo 3D é de peso e dirigido ao apelar a uma candidatura "de todos os que se diminuirão e diminuirão a esquerda se forem sozinhos", diz o economista e promotor José Reis. Entre os interlocutores nesta primeira fase estão o BE, a Renovação Comunista, o Livre e independentes. Uma das maiores dúvidas é como colocar debaixo do mesmo chapéu duas figuras que romperam com o BE (Oliveira e Rui Tavares) e este partido.

No Bloco, há "abertura para o diálogo", mas o desafio é olhado com muitas dúvidas. Ao i, Jorge Costa diz que "o manifesto enuncia uma necessidade política, mas não as respostas concretas" para as questões levantadas. Nomeadamente em matéria de europeias, onde o dirigente do BE vê "indefinições" e diz precisar de "esclarecimentos mais precisos". Não se pronuncia sobre Carvalho da Silva como um perfil desejado para encabeçar uma lista às europeias. O ex-líder da CGTP é um dos subscritores do 3D, mas as únicas declarações que fez sobre o assunto foram de exclusão: "Não criei nem tenciono criar um movimento." Isabel do Carmo, promotora do 3D garante que "nas reuniões ad hoc nunca se falou de nomes".

Neste capítulo, o Bloco diz que "está no terreno com a sua candidatura própria às europeias", que deverá ficar fechada em Fevereiro.
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Esta salganhada não chega aos calcanhares do PRD e, como sabem aqueles que por aqui andam há já algum tempo, foi "sol de pouca dura".

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Mais uma divisão da já super-dividida esquerda, se é que isso ainda existe!