Yanukovich refuta deposição e diz que Ocidente é responsável por fracasso de acordo na Ucrânia

anukovich refuta deposição e diz que Ocidente é responsável por fracasso de acordo na Ucrânia
Na primeira aparição após deixar Kiev, presidente afastado se diz envergonhado por não ter evitado crise e nega participação em eleições


* Atualizada às 13h18
Uma semana após ter deixado Kiev, o presidente afastado da Ucrânia, Viktor Yanukovich, disse em entrevista coletiva nesta sexta-feira (28/02) no sul da Rússia que não foi deposto e que o Ocidente é responsável pelo não cumprimento do acordo firmado entre ele e a oposição com a mediação da União Europeia.
Agência Efe

Yanukovich: eleições marcadas para 25 de maio são "ilegítimas"; "não serei candidato"
"O Ocidente iniciou essa crise ao dar suporte a Maidan. Eles têm que assumir toda a resposabilidade", disse Yanukovich, em referência à Praça da Independência (Maidan), principal local onde os manifestantes se reuníam para atacar o governo.
Yanukovich também classificou como "ilegítimas" as eleições presidenciais agendadas pelo governo interino para 25 de maio; e disse que, por conta disso, não será candidato.
"Ainda sou o presidente em exercício. Não renunciei, não sofri impeachment e ainda estou vivo", afirmou Yanukovich, fazendo referência às três maneiras pelas quais poderia ter deixado o poder pela via legal.
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O presidente afastado foi categórico em suas afirmações sobre interferências externas. "Eu acredito que qualquer intervenção militar é inaceitável", afirmou, completando que não iria pedir à Rússia por ajuda militar. Há dois dias, Moscou colocou tropas em alerta na região próxima à fronteira com a Ucrânia, despertando especulações sobre uma eventual intervenção militar. Yanukovich relatou que conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, apenas por telefone, mas que os dois concordaram em reunirem-se pessoalmente quando houver oportunidade.
Sobre os eventos que levaram à sua fuga de Kiev, Yanukovich afirmou que não houve deposição formal ou renúncia de poder. O chefe de Estado disse que foi forçado a tomar a decisão para preservar a sua vida e a de seus familiares.
Ao relatar os pormenores da sua saída de Kiev, Yanukovich disse que sua comitiva esteve sob risco ao ser exposta a um tiroteio com "armas automáticas". Por conta disso, teve que mudar o itinerário, mas continuou recebendo informações de serviços de inteligência militar atestando que grupos opositores armados dirigiam-se para mesma cidade. "Eu não tinha medo nenhum, mas precisava acatar as condições de segurança. Recebi ligações de membros da minha família dizendo que até meus netos mais novos haviam sido postos na 'lista negra'", relatou.
Perguntado por um repórter se estava envergonhado, Yanukovich disse que sim e que sentia-se culpado por não ter conseguido manter o poder e a estabilidade na Ucrânia. O líder afirmou também que ainda há tempo para reverter a situação e pediu para que o governo interino devolva o poder ao presidente eleito.

Os protestos contra Yanukovich começaram em novembro, depois que o governo ucraniano suspendeu as negociações por um acordo comercial com a União Europeia e assinou tratado com a Rússia.

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O Ocidente mete, de tal maneira, o nariz nos assuntos internos dos países, que até este já se sente no direito de reclamar solução, para os problemas que criou...