A médio ou longo prazo, esta política do Kremlin em relação à Ucrânia é suicida
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A médio ou longo prazo, esta política do Kremlin em relação à Ucrânia é suicida
José Milhazes
14 h · Editado ·
O Nuno Rogeiro,neste seu post, levanta um problema muito importante e com que estou de acordo. A médio ou longo prazo, esta política do Kremlin em relação à Ucrânia é suicida. Mas gostaria de acrescentar mais um aspecto. Não obstante as várias crises de gás entre a Ucrânia e a Rússia, a UE nunca fez grandes esforços para criar soluções alternativas, mas parece ter chegado a hora. É tão verdade que, hoje, a UE precisa de comprar gás à Rússia como a Rússia precisa de vender gás à UE. Existe não uma dependência unilateral, mas uma interdependência.
Se assim é, penso eu que não sou especialista em transporte de gás e petróleo, já há muito deveria ter sido construído um gasoduto trans-europeu. Para que tal aconteça, é necessário construir um tubo que ligue a Espanha a França. Em caso de crise a Leste, o gás poderia vir de outros países (Argélia, Nigéria,etc.) e entrar na Europa através de portos portugueses e espanhóis.
Dir-me-ão que isso não iria resolver o problema completamente, mas amorteceria o choque e obrigaria a Rússia a falar de outra forma com a UE.
Os projectos avançados por Nuno Rogeiro já deveriam ter sido iniciados há muito tempo e só não o foi devido ao facto de o Kremlin conseguir dividir a Europa, nomeadamente com a ajuda de personalidades como o antigo chanceler alemão Schroder, hoje alto funcionário da Gazprom.
Isso obrigaria também os cidadãos russos a livrar-se da dependência total do gás e do petróleo e a diversificar a sua economia, pois, caso contrário, o seu país arrisca-se a tornar-se num potência de terceira ordem.
Mas, para que tal aconteça, é necessário que a classe política europeia queira fazer da UE um jogador real da política internacional e que a elite russa compreenda que a actual política externa do seu país é suicida. Sei que estou a pedir muito, mas...
O PRÓXIMO PASSO DO CZAR (IV)
Há um problema ainda maior na estratégia suicidária de longo prazo do Kremlin (que parece a salvação a curtíssimo termo): a aceleração de todos os planos de oleodutos e gasodutos unindo o Irão, o Azerbeijão e a Turquia, a começar pelos projectos Nabucco, Minotauro e GTE I, II e III.
O pesadelo de Moscovo devia ser esse: um futuro em que o seu território deixasse de ser necessário para o fluxo de combustível para a Europa (ver mapas).
Por enquanto, esse mapa não se formou porque o Irão e o Ocdiente estavam de costas voltadas.
Mas já não estão.
E o território russo, olhando-se para o mapa, torna-se irrelevante.
O segundo pesadelo: o que fazer com o entretanto excesso de produção de petróleo e gás russo, que deixaria de ter comprador? Colocaria Moscovo de gatas perante a China, e sem garantias de sucesso.
Voltamos ao mesmo: o que se ganha no curtíssimo prazo perde-se no longo.
Daí que, como tive oportunidade de observar na SIC Notícias, a aventura militar da Crimeia, simples e carnavalesca, tenha sido, para Moscovo, uma simples vitória de Pirro.
14 h · Editado ·
O Nuno Rogeiro,neste seu post, levanta um problema muito importante e com que estou de acordo. A médio ou longo prazo, esta política do Kremlin em relação à Ucrânia é suicida. Mas gostaria de acrescentar mais um aspecto. Não obstante as várias crises de gás entre a Ucrânia e a Rússia, a UE nunca fez grandes esforços para criar soluções alternativas, mas parece ter chegado a hora. É tão verdade que, hoje, a UE precisa de comprar gás à Rússia como a Rússia precisa de vender gás à UE. Existe não uma dependência unilateral, mas uma interdependência.
Se assim é, penso eu que não sou especialista em transporte de gás e petróleo, já há muito deveria ter sido construído um gasoduto trans-europeu. Para que tal aconteça, é necessário construir um tubo que ligue a Espanha a França. Em caso de crise a Leste, o gás poderia vir de outros países (Argélia, Nigéria,etc.) e entrar na Europa através de portos portugueses e espanhóis.
Dir-me-ão que isso não iria resolver o problema completamente, mas amorteceria o choque e obrigaria a Rússia a falar de outra forma com a UE.
Os projectos avançados por Nuno Rogeiro já deveriam ter sido iniciados há muito tempo e só não o foi devido ao facto de o Kremlin conseguir dividir a Europa, nomeadamente com a ajuda de personalidades como o antigo chanceler alemão Schroder, hoje alto funcionário da Gazprom.
Isso obrigaria também os cidadãos russos a livrar-se da dependência total do gás e do petróleo e a diversificar a sua economia, pois, caso contrário, o seu país arrisca-se a tornar-se num potência de terceira ordem.
Mas, para que tal aconteça, é necessário que a classe política europeia queira fazer da UE um jogador real da política internacional e que a elite russa compreenda que a actual política externa do seu país é suicida. Sei que estou a pedir muito, mas...
O PRÓXIMO PASSO DO CZAR (IV)
Há um problema ainda maior na estratégia suicidária de longo prazo do Kremlin (que parece a salvação a curtíssimo termo): a aceleração de todos os planos de oleodutos e gasodutos unindo o Irão, o Azerbeijão e a Turquia, a começar pelos projectos Nabucco, Minotauro e GTE I, II e III.
O pesadelo de Moscovo devia ser esse: um futuro em que o seu território deixasse de ser necessário para o fluxo de combustível para a Europa (ver mapas).
Por enquanto, esse mapa não se formou porque o Irão e o Ocdiente estavam de costas voltadas.
Mas já não estão.
E o território russo, olhando-se para o mapa, torna-se irrelevante.
O segundo pesadelo: o que fazer com o entretanto excesso de produção de petróleo e gás russo, que deixaria de ter comprador? Colocaria Moscovo de gatas perante a China, e sem garantias de sucesso.
Voltamos ao mesmo: o que se ganha no curtíssimo prazo perde-se no longo.
Daí que, como tive oportunidade de observar na SIC Notícias, a aventura militar da Crimeia, simples e carnavalesca, tenha sido, para Moscovo, uma simples vitória de Pirro.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 117475
Re: A médio ou longo prazo, esta política do Kremlin em relação à Ucrânia é suicida
Daí que, como tive oportunidade de observar na SIC Notícias, a aventura militar da Crimeia, simples e carnavalesca, tenha sido, para Moscovo, uma simples vitória de Pirro.
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