Rússia faz tudo para impedir eleições presidenciais na Ucrânia
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Rússia faz tudo para impedir eleições presidenciais na Ucrânia
Rússia faz tudo para impedir eleições presidenciais na Ucrânia
Publicada por José Milhazes à(s) 22:58 Sem comentários:
É muito, mas mesmo muito difícil acreditar que as eleições presidenciais na Ucrânia se realizem a 25 de Maio e, se tal acontecer, não será no território de todo o país. Moscovo esforçar-se-á para que o escrutínio corra mal a fim de não continuar a reconhecer o actual de Kiev e a incentivar o separatismo no Leste e no Sul do país.
Separatistas e “homenzinhos verdes armados sem distintivos”, disfarçados de defensores dos russos e russófonos, continuam a ocupar pela via da força, as mais das vezes à mão armada, edifícios administrativos e esquadras da polícia no Leste e Sul da Ucrânia e Moscovo, pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, ameaça as autoridades ucranianas boicotar o encontro quadrilateral sobre a Ucrânia, marcado para o dia 17 de Abril em Genebra, se elas utilizarem a força para restabelecer a ordem. Ou seja, trata-se de uma ingerência clara da Rússia nos assuntos internos do país vizinho.
Escusado será dizer que qualquer manifestação separatista ou autonomista na Federação da Rússia tem um fim certo: ser afogada num banho de sangue, mas, na casa do vizinho, vale tudo.
O Presidente Vladimir Putin e o seu ministro dos NE, Serguei Lavrov, perderam toda a autoridade moral, se é que alguma vez a tiveram, para acusar quem quer que seja de “padrões duplos” na política externa.
Depois da anexação da Crimeia, esta ingerência continuou a aumentar nas condições impostas pela Rússia para que se possa encontrar uma solução para a crise ucraniana na reunião do quarteto constituído por Moscovo, Kiev, Bruxelas e Washington. O Kremlin quer, nem mais, nem menos, que nas conversações de Genebra estejam presentes, além de representantes do governo de Kiev, também representantes das forças separatistas do Leste e do Sul da Ucrânia. Além disso, é exigida da Ucrânia uma revisão constitucional com vista à sua federalização e “finlandização”.
Hoje, sábado, o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, prometeu reiniciar o apoio eonómico à Ucrânia caso esta reconheça a anexação da Crimeia. Pelo menos neste caso, Moscovo parece estar a fazer passar a imagem de que essa península não foi anexada, mas pode ser “adquirida”.
No fundo, estamos a assistir ao renascimento da mais crua e dura “doutrina Brejnev”, que deve o seu nome ao antigo secretário-geral da União Soviética. Esta limitava a política externa e interna dos países que faziam parte do antigo “campo socialista”. Quem ousasse desafiar o poderio soviético, levava com uma invasão militar, como aconteceu com a Checoslováquia em 1968.
O aumento dos apetites do Kremlin está a ser provocado pelo facto de o governo de Kiev ser incapaz de controlar a situação em todo o país e de os EUA e a União Europeia não conseguirem encontrar formas de ajudar a travar a desintegração do poder central. Bastava que ajudassem com tanta força e vontade o actual governo ucraniano como ajudaram a oposição a derrubar Victor Ianukovitch. A UE parece ter desaparecido do mapa político.
Moscovo está cada vez mais tentado a copiar a sua política de ocupação na Crimeia noutras regiões do Leste e do Sul da Ucrânia e, se tudo correr como até agora, poderão surgir apetites ainda maiores.
Moscovo está cada vez mais tentado a copiar a sua política de ocupação na Crimeia noutras regiões do Leste e do Sul da Ucrânia e, se tudo correr como até agora, poderão surgir apetites ainda maiores.
Mas, no mínimo, o Kremlin parece já ter conseguido fazer com que as eleições presidenciais na Ucrânia não ocorram na data prevista. Os seus apoiantes e agentes no Sul e Leste da Ucrânia estão a fazer tudo para que o escrutínio não se realize aí e, desse modo, não permitirão a legitimação do governo de Kiev em todo o país.
A campanha eleitoral está irreversivelmente perdida e o escrutínio para lá caminha a passos largos.
Deixo aqui um aviso aos adversários cegos do imperialismo norte-americano: a política externa russa não é uma política que visa alcançar a paz, mas de expansão a zonas da antiga União Soviética. Por muitas justificações que se tente encontrar para afirmar que a chacina da Chechénia ou a anexação da Crimeia são coisas diferentes da invasão da Líbia, elas só poderão convencer pessoas desatentas ou mal intencionadas.
Aos russófonos e russófilos, entre os quais me incluo, apenas quero reafirmar: esta política externa do Kremlin não correspondente aos interesses dos povos da Rússia, mas de uma elite corrupta que levará o seu país à desgraça.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Rússia faz tudo para impedir eleições presidenciais na Ucrânia
Aos russófonos e russófilos, entre os quais me incluo, apenas quero reafirmar: esta política externa do Kremlin não correspondente aos interesses dos povos da Rússia, mas de uma elite corrupta que levará o seu país à desgraça.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Rússia faz tudo para impedir eleições presidenciais na Ucrânia
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Isto de meter o nariz em assuntos alheios, ainda que com o disfarce da protecção, não devia iludir, nem um ser vivo.
Isto de meter o nariz em assuntos alheios, ainda que com o disfarce da protecção, não devia iludir, nem um ser vivo.
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
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