Controle energético do Oriente Médio surpreende apesar das instabilidades
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Controle energético do Oriente Médio surpreende apesar das instabilidades
Controle energético do Oriente Médio surpreende apesar das instabilidades
Apesar dos conflitos político, petróleo do Oriente Médio tem longa validade.
Enquanto isso, xisto pode não abastecer toda a demanda futura de energia.
Marcos Uchôa Abadan, Irã
A segurança energética da Europa passa pelo gás russo e continua no petróleo, boa parte vindo do Oriente Médio. O Jornal da Globo esteve lá, no coração dessa indústria. Os correspondentes Marcos Uchôa e Edu Bernardes puderam ver que o combustível que move o mundo tem vida muito longa.
São velhos marinheiros, em um antigo barco de madeira. São todos iranianos cruzando o Golfo Pérsico para lá e para cá. Eles driblam sanções e fazem um comércio de quase meio século.
O sonho de grandeza de Dubai começou com convites para que iranianos, como eles, se mudassem para o que então era uma cidadezinha dos Emirados Árabes Unidos. E o sonho cresceu, cresceu e não parou.
Dubai é a concretização da imagem de sucesso dessa parte do mundo, um ímã para que a região mais rica em petróleo e gás tenha a alternativa de depositar essa riqueza perto de casa.
Depois do 11 de setembro, quando ser árabe passou a ser motivo de desconfiança nos Estados Unidos, grande parte do dinheiro do Oriente Médio migrou para Dubai.
Um mapa e os nomes dos países são suficientes para invocar um tsunami de “petrodólares”: Arábia Saudita, que tem as maiores reservas, Iraque, Irã, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes.
Não é a só a quantidade, nem a qualidade. A enorme vantagem é o custo de extração, de longe o mais barato do mundo. Em alguns casos, entre meio e um dólar por barril. É quase como se ele saísse sozinho.
Robin Mills é um especialista nesse setor e vive nos Emirados há seis anos. Ele esclarece de que forma a revolução do xisto nos Estados Unidos afeta esses países. Robin diz que é uma ameaça apenas no sentido de que ele está botando pressão no preço do petróleo.
"Nos próximos anos, os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vão ter que decidir se diminuem a produção para manter o preço do barril em torno de 100 dólares ou se continuam produzindo igual e aceitam o preço mais baixo, convivendo com o xisto como um competidor", afirma Mills.
Para o diretor da AIE (Agência Internacional de Energia), Fatih Birol, como as reservas de xisto são limitadas, é o petróleo do Oriente Médio que vai atender à crescente demanda da Ásia, mantendo o preço estável nos próximos 15 anos.
"A era do petróleo barato acabou. Esperamos que o barril fique na casa dos 100 dólares, o que é muito importante para países com reservas onde o custo de extração é alto, como o pré-sal do Brasil", ele diz.
Se, nos EUA, as reservas de xisto têm mesmo data de validade, no Oriente Médio, as de petróleo aguentam muito mais tempo. Mas o que a região também tem de sobra é instabilidade, uma tendência a explosões de violência que o setor de energia tem que driblar.
Nos Emirados Árabes, foi construído um plano B, um enorme oleoduto que atravessa o deserto e o país de um lado para o outro, e acaba em um porto na beira do mar, no Oceano Índico.
O oleoduto passa todos os Emirados, de Abu Dhabi ate Fujairah, tudo para escapar do Estreito de Ormuz, que é o lugar mais estreito do Golfo Pérsico e também um lugar muito estratégico porque, em caso de guerra, os iranianos poderiam impedir que se escoasse 20% de todo o petróleo do mundo, que sai dessa região. Fujairah fica logo depois do estreito de Ormuz.
Os enormes navios petroleiros ficam ao largo esperando para serem carregados do precioso liquido, que fica armazenado em dezenas de tanques. Fujairah virou uma espécie de porto seguro por onde petróleo e gás podem escapar em caso de guerras. Uma das mais longas do século XX foi ali ao lado, entre dois dos maiores produtores do mundo: Irã e Iraque.
Hoje, o que eram esses mesmos campos de batalha se podem ver os milhares de canos para oleodutos e gasodutos. Foi uma guerra que durou oito anos em que a refinaria de Abadan, a maior do Irã e que chegou a ser a maior do mundo, era um alvo prioritário do Iraque de Saddam Hussein.
São as sanções contra o programa nuclear iraniano que fazem com que a refinaria não funcione a plena capacidade. Elas influenciaram na redução das exportações do Irã. E, mesmo com menos petróleo no mercado, o preço não disparou. Uma prova de que o xisto americano já começou a equilibrar o mapa energético mundial, mas ainda sob a hegemonia do Oriente Médio.
Irã de um lado e Iraque do outro lado do rio. Quando se fala nesses países, logo se pensa em guerras, em instabilidade política, o que gera instabilidade no preço do petróleo. Mas não tem jeito, quando se fala em energia, o Oriente Médio é a região mais importante do mundo.
Apesar dos conflitos político, petróleo do Oriente Médio tem longa validade.
Enquanto isso, xisto pode não abastecer toda a demanda futura de energia.
Marcos Uchôa Abadan, Irã
A segurança energética da Europa passa pelo gás russo e continua no petróleo, boa parte vindo do Oriente Médio. O Jornal da Globo esteve lá, no coração dessa indústria. Os correspondentes Marcos Uchôa e Edu Bernardes puderam ver que o combustível que move o mundo tem vida muito longa.
São velhos marinheiros, em um antigo barco de madeira. São todos iranianos cruzando o Golfo Pérsico para lá e para cá. Eles driblam sanções e fazem um comércio de quase meio século.
O sonho de grandeza de Dubai começou com convites para que iranianos, como eles, se mudassem para o que então era uma cidadezinha dos Emirados Árabes Unidos. E o sonho cresceu, cresceu e não parou.
Dubai é a concretização da imagem de sucesso dessa parte do mundo, um ímã para que a região mais rica em petróleo e gás tenha a alternativa de depositar essa riqueza perto de casa.
Depois do 11 de setembro, quando ser árabe passou a ser motivo de desconfiança nos Estados Unidos, grande parte do dinheiro do Oriente Médio migrou para Dubai.
Um mapa e os nomes dos países são suficientes para invocar um tsunami de “petrodólares”: Arábia Saudita, que tem as maiores reservas, Iraque, Irã, Kuwait, Qatar e Emirados Árabes.
Não é a só a quantidade, nem a qualidade. A enorme vantagem é o custo de extração, de longe o mais barato do mundo. Em alguns casos, entre meio e um dólar por barril. É quase como se ele saísse sozinho.
Robin Mills é um especialista nesse setor e vive nos Emirados há seis anos. Ele esclarece de que forma a revolução do xisto nos Estados Unidos afeta esses países. Robin diz que é uma ameaça apenas no sentido de que ele está botando pressão no preço do petróleo.
"Nos próximos anos, os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) vão ter que decidir se diminuem a produção para manter o preço do barril em torno de 100 dólares ou se continuam produzindo igual e aceitam o preço mais baixo, convivendo com o xisto como um competidor", afirma Mills.
Para o diretor da AIE (Agência Internacional de Energia), Fatih Birol, como as reservas de xisto são limitadas, é o petróleo do Oriente Médio que vai atender à crescente demanda da Ásia, mantendo o preço estável nos próximos 15 anos.
"A era do petróleo barato acabou. Esperamos que o barril fique na casa dos 100 dólares, o que é muito importante para países com reservas onde o custo de extração é alto, como o pré-sal do Brasil", ele diz.
Se, nos EUA, as reservas de xisto têm mesmo data de validade, no Oriente Médio, as de petróleo aguentam muito mais tempo. Mas o que a região também tem de sobra é instabilidade, uma tendência a explosões de violência que o setor de energia tem que driblar.
Nos Emirados Árabes, foi construído um plano B, um enorme oleoduto que atravessa o deserto e o país de um lado para o outro, e acaba em um porto na beira do mar, no Oceano Índico.
O oleoduto passa todos os Emirados, de Abu Dhabi ate Fujairah, tudo para escapar do Estreito de Ormuz, que é o lugar mais estreito do Golfo Pérsico e também um lugar muito estratégico porque, em caso de guerra, os iranianos poderiam impedir que se escoasse 20% de todo o petróleo do mundo, que sai dessa região. Fujairah fica logo depois do estreito de Ormuz.
Os enormes navios petroleiros ficam ao largo esperando para serem carregados do precioso liquido, que fica armazenado em dezenas de tanques. Fujairah virou uma espécie de porto seguro por onde petróleo e gás podem escapar em caso de guerras. Uma das mais longas do século XX foi ali ao lado, entre dois dos maiores produtores do mundo: Irã e Iraque.
Hoje, o que eram esses mesmos campos de batalha se podem ver os milhares de canos para oleodutos e gasodutos. Foi uma guerra que durou oito anos em que a refinaria de Abadan, a maior do Irã e que chegou a ser a maior do mundo, era um alvo prioritário do Iraque de Saddam Hussein.
São as sanções contra o programa nuclear iraniano que fazem com que a refinaria não funcione a plena capacidade. Elas influenciaram na redução das exportações do Irã. E, mesmo com menos petróleo no mercado, o preço não disparou. Uma prova de que o xisto americano já começou a equilibrar o mapa energético mundial, mas ainda sob a hegemonia do Oriente Médio.
Irã de um lado e Iraque do outro lado do rio. Quando se fala nesses países, logo se pensa em guerras, em instabilidade política, o que gera instabilidade no preço do petróleo. Mas não tem jeito, quando se fala em energia, o Oriente Médio é a região mais importante do mundo.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
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