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António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande

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António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande Empty António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande

Mensagem por Vitor mango Seg Jun 09, 2014 1:27 am

António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande

Posted on Junho 8, 2014 by Bruno Alves

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António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande Francois-hollande-vise-dans-la-chansonOntem, “nos facebooks” (como diria Paulo Futre), António José Seguro veio confessar, aos que usam a sua página para o insultar sem comedimento, que estava “indignado”. Tudo porque “a irresponsabilidade do António Costa” e a sua “ambição pessoal” terem provocado “danos” ao PS, na figura de umas sondagens que “dão uma queda brutal” nas intenções de voto aos socialistas. Pena que Seguro não note como pelo menos uma dessas sondagens indica uma preferência significativa pelo seu opositor, sugerindo a qualquer um que ainda possua a capacidade de raciocínio que talvez os “danos” sejam causados, não pela “irresponsabilidade” de Costa, mas pela nulidade de Seguro. Se alguém precisava de mais alguma prova de que Seguro não vive neste mundo, o próprio tratou de as dissipar com a partilha deste seu estado de alma.
António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande Seguro-indignado

Ao contrário do que Seguro aparentemente crê, o “problema” do PS não está na atitude “irresponsável” de Costa, mas no próprio Seguro. Há dias, uma amiga minha com a falta de juízo necessária para ser uma habitual eleitora socialista, mas sem chegar à loucura de apreciar o “engenheiro” Sócrates, dizia-me como seria incapaz de votar “no Seguro”. Eu espantei-me que alguém que em 2011 tenha votado num PS liderado por alguém que execrava – Sócrates – fosse agora incapaz de continuar a votar no PS só porque Seguro é o líder. Meio indignada, ela dizia-me que em 2011 tinha votado “no PS, não no Sócrates”, e que Seguro era “mau demais” para ser Primeiro-Ministro e ela, de boa consciência, dar o seu voto a um partido por ele liderado.

A amostra pode ser pouco representativa, mas é – para além de muito boa companhia, devo eu acrescentar no caso de isto lhe chegar aos olhos – sintomática da fraqueza ambulante de Seguro: há pessoas, “simpatizantes” do PS e tudo, para quem nem a plena consciência da política pouco honesta de Sócrates foi suficiente para cortar o cordão umbilical com um partido que está para além das suas lideranças momentâneas, mas que ficam aterradas com a possibilidade uma completa nulidade como Seguro ter responsabilidades governativas, ao ponto de porem de lado tais reservas.

Gente afecta à coligação governamental talvez se divirta com estas atribulações. Mas este não é apenas um problema de Seguro, nem sequer um simples problema do PS. É um problema do país. Como já aqui escrevi, as “europeias” mostraram a falência da governação de Passos Coelho, mas também como a ela não corresponde uma afirmação do Partido Socialista com alternativa credível ao exercício do poder, a um ano de eleições legislativas. Se tudo ficasse na mesma, a única saída para o vazio de poder daí resultante seria um “Bloco Central”. Uma solução que, em qualquer circunstância, tem o problema de trazer para dentro do governo um conflito político que deveria estar fora dele, no parlamento e na sociedade em geral, e que nas condições actuais teria a agravante de juntar dois partidos destituídos de qualquer força, que não juntariam outra coisa além do desprezo generalizado de uma população que já o nutre por ambas as partes. António Costa, ao avançar para uma mudança de liderança, abre a possibilidade de se encontrar uma saída para este impasse, caso a essa mudança no PS corresponda uma outra atitude do eleitorado para com o partido.

Mas duvido que Costa seja capaz de ultrapassar o “Síndroma de Hollande”: nas nossas democracias modernas, que enfrentam uma crise de sustentabilidade do Estado Social, os eleitores votam, em grande medida, não a favor de uma qualquer das alternativas à disposição, mas contra o poder do momento, com o propósito de não perderem o que ainda não lhes foi tirado; chegado ao governo, qualquer partido tem que aplicar medidas de consequências duras e impopulares, e logo o descontentamento que arrumou com o antecessor se vira contra o novo poder, e com tanta mais força quanto foi dito aos eleitores que os sacrifícios anteriores eram excessivos ou escusados.

Ainda recentemente, na Quadratura do Círculo, Costa dizia – com razão – que o actual Governo foi parar ao poder dizendo que iria cortar nas “gorduras do Estado”, para logo descobrir que as “gorduras” não eram assim tantas, e que só atacando os problemas estruturais da despesa pública se poderia controlá-la. Mas, analisando o discurso de Costa, o que tem dito ele, senão exactamente o mesmo que critica no actual governo? Costa tem dito insistentemente que o governo foi demasiado longe na sua “austeridade”, e que haveria outras maneiras de cortar na despesa. A não ser que mude radicalmente de discurso nos próximos meses, Costa talvez consiga ir morar para São Bento, mas apenas para logo quebrar as promessas explícitas ou implícitas que fará para lá chegar. É por isso que, ao contrário do Carlos, tenho algumas dúvidas que António Costa venha a gozar de melhores “condições políticas, mediáticas e institucionais” para “corrigir os actuais desequilíbrios” do país. A única forma de ultrapassar o problema posto pelo “Síndroma de Hollande” só poderá passar por não esconder aos eleitores as dificuldades que os esperam, e convencê-los da sua necessidade. Sem o fazer – e nada até hoje mostra que António Costa tenha vontade de o fazer – não será de espantar que o destino de um governo de Costa se assemelhe ao do seu amigo François, e mais não venha a ser que um pequeno interregno da crise do sistema político português, não a sua solução.

Com um pouco de sorte, talvez da outra metade da crise ela possa vir. Pois pelas mesmas razões que é necessária uma mudança de liderança no PS, seria avisado mudar de líder no PSD (sem que o Governo se demita. Eleições antecipadas seriam a melhor forma de nada mudar no PS e no PSD). Afinal, a vitória do PS só parece fraca porque o resultado da coligação PSD/CDS foi tão miserável que seria de esperar um massacre eleitoral por parte dos socialistas. E por sorte, no PSD, há alguém – Rui Rio – que há mais de uma década alertou para os problemas que o país enfrenta agora (veja-se o livro que publicou em 2002), e que foi capaz de ir para eleições sem medo de as perder, disposto a correr o risco de ser impopular mas não abdicando de deixar bem claro o que entende ser necessário fazer.

Claro que Rio é também alguém que, em já vários momentos de crise do PSD e do país, se recusou a descer a Lisboa e repetir as suas façanhas no Porto, quem sabe um sintoma de que não tem a vontade ou capacidade de enfrentar os problemas nacionais. Mas os resultados das “europeias”, que longe de terem criado uma crise, mostraram antes o pântano em que o país já se encontrava, abriram também caminho para sairmos dele. É preciso é haver quem se mexa.

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António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande Empty Re: António Costa, Rui Rio, o pântano e o Síndroma de Hollande

Mensagem por Joao Ruiz Seg Jun 09, 2014 10:47 am

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Ao contrário do que Seguro aparentemente crê, o “problema” do PS não está na atitude “irresponsável” de Costa, mas no próprio Seguro. Há dias, uma amiga minha com a falta de juízo necessária para ser uma habitual eleitora socialista, mas sem chegar à loucura de apreciar o “engenheiro” Sócrates, dizia-me como seria incapaz de votar “no Seguro”. Eu espantei-me que alguém que em 2011 tenha votado num PS liderado por alguém que execrava – Sócrates – fosse agora incapaz de continuar a votar no PS só porque Seguro é o líder. Meio indignada, ela dizia-me que em 2011 tinha votado “no PS, não no Sócrates”, e que Seguro era “mau demais” para ser Primeiro-Ministro e ela, de boa consciência, dar o seu voto a um partido por ele liderado. escreveu:

Palavrinha, que já nada percebo disto tudo. Então a amiga deste escrevinhador, pelos vistos tem pouco juízo, porque votou no PS, quando Sócrates era Secretário-Geral. Pois bem, ele que parece gostar tanto de António Costa, não o terá ouvido defender o ex-Primeiro Ministro? E parece que este, não tem qualquer dúvida, em afirmar publicamente o seu apoio àquele, que sempre desejou ver a liderar o partido, depois de si - António Costa!

Ele há uma, há cada uma!

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